AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

sábado, 30 de janeiro de 2010

Alberto Loureiro - Anunciador das Feiras Novas - Ponte de Lima


Em Outubro, Alberto Loureiro, nosso paroquiano foi homenageado em Ponte de Lima por ter sido o o principal autor e imprescindível na publicação deste  anunciador 25 anos seguidos.
No fim o homenageado agradeceu e historiou um pouco esta publicação.


25 ANOS D’ “ANUNCIADOR DAS FEIRAS NOVAS”




Quando em Junho de 1984 me aflorou a ideia de avançar com a edição de uma revista que enriquecesse o meio cultural de Ponte de Lima, nem por sombras antevia que a sua longevidade atingisse 25 anos de publicação ininterrupta.

Nessa altura renascia então “ O ANUNCIADOR DAS FEIRAS NOVAS” em II série, com 88 páginas, publicação modesta, de acordo com as possibilidades da época. A aceitação foi do agrado geral, a partir daí, jamais deixou de se publicar.

Apesar das dificuldades acrescidas de ano para ano e do esforço dispensado, o “Anunciador” foi crescendo atingindo hoje (2008) as 224 paginas.

Em todas as publicações procuramos fazer sempre o melhor, nunca nos furtando às responsabilidades inerentes e procurando satisfazer os anseios e criticas dos apreciadores da revista.

Acatamos as situações de encorajamento e recebemos os elogios de forma responsável. Acima de tudo procuramos fazer algo de útil em prol da cultura limiana. Disso estamos conscientes.

No entanto fomos reparando que a façanha empreendida criava uma empatia no seio da comunidade limiana e não só! Veja-se, por exemplo, que instituições publicas nacionais como a Universidade de Coimbra, através da sua biblioteca nos fazia chegar via postal, personalizado, solicitando o envio do “Anunciador”; a Universidade de Mato Grosso, no Brasil, por forma intermediária de um comerciante limarense já falecido, proprietário da Casa Pimenta, também se interessou pela publicação; o Director da RTP na altura, Carlos Miguel de Abreu de Lima de Araújo, escrevia-me num cartão de visita da própria Rádio Televisão Portuguesa tecendo os maiores encómios ao trabalho literário da revista e podia o seu envio. Muitas outras personalidades de relevo social de outras regiões se interessaram pela sua publicação e o que muito nos apraz registar, são muitos os que a coleccionam.

Com cada vez maior adesão de colaboradores literários que deram sempre, de forma generosa, um excepcional contributo cultural, dando a conhecer a história, a etnografia, os momentos socioculturais, os mais diversos, as vivencias da sociedade, as peripécias próprias de outras épocas, as artes, o ambiente, o destaque das figuras notáveis nos mais diversos sectores e o tipicismo das gentes limianas, num conjunto apelidado, e bem, de TERRA RICA DA HUMANIDADE – “O ANUNCIADOR” foi captando cada vez mais a admiração e o carinho dos seus leitores.

Momento propício, agora para prestarmos homenagem aos Colaboradores que fisicamente já não fazem parte do mundo dos vivos – a Parca os levou – mas cuja memória se eternizou através dos escritos que nos legaram. Assim lembramos:

- O Dr. Rui Brandão Leite Braga (professor e escritor); o etnógrafo Amadeu Costa; o médico e escritor, Dr. José Crespo; o Dr. João Marcos poeta e escritor; Aníbal Marinho, publicista e poeta; Laurinda Carvalho Araújo, professora, poetisa e escritora; Severino Costa, escritor e jornalista; António Manuel da Silva Vasconcelos, conhecido pelo pseudónimo (António Porto-Além) poeta e professor e por fim, e de forma propositada, Maria Emília … de Vasconcelos (memorialista e poetisa).

Perdoem-me que me detenha uns breves instantes com esta senhora, de grande distinção e fino trato, dotada de elevada cultura e valores morais, com quem privei de um modo muito particular. Figura relevante nas letras e na poesia, dedicada etnógrafa, poliglota, conhecedora irrepreensível do meio social da região, viajou mundo fora. Era admirável a sua caligrafia. Tanto em manuscrito como imitava, de forma perfeita a letra de imprensa. Possuo alguns desses documentos em cartas que me escrevia nas quais me tratava como “Velho amigo Vale”. Era de uma generosidade e disponibilidade notáveis.

Mas a II série d’ “O Anunciador das feiras novas” também tem por objectivo homenagear o seu fundador – Augusto de Castro e Sousa – que em 1947 fez sair o 1º número e a quem pedi a anuência de continuar o seu trabalho solicitando-lhe me desse permissão para utilizar o titulo e em cujo 1º número da II série (1984) convidei o meu bom amigo e competente mestre de artes gráficas para escrever a nota editorial.

O “Anunciador” prosseguiu o seu caminho. Durante 22 anos conseguimos aguentar toda a carga de preparação até chegar à oficina gráfica, contactando os patrocinadores pessoalmente, acompanhando a sua feitura na paginação e consequente impressão, fazendo a distribuição pelos anunciantes com a ajuda da minha esposa e meus dois filhos que, mesmo já sendo licenciados e com mestrado me deram todo o apoio necessário até onde puderam. Depois ainda havia a função de receber o contributo dos patrocinadores para a liquidação da conta da gráfica. Começava todo este trabalho em Abril e só terminava em finais de Setembro.

Mas como em tudo na vida, há um tempo limite que nos impede de prosseguirmos o caminho com a mesma força e vigor, foi então que chegado o nº 22 ficou encarregada de angariar a publicidade e fazer a respectiva distribuição a Associação Empresarial de Ponte de Lima a quem havia oferecido em 1986, sem qualquer compensação todos os direitos da revista, responsabilizando assim a mesma na sua publicação caso algo acontecesse que me impedisse de continuar o meu trabalho. Em resumo: o fundador foi Augusto de Castro e Sousa; a reedição e propriedade em II série foram da minha responsabilidade e a partir de 1986, por questões burocráticas, passei a propriedade para a Instituição representante dos comerciantes e indústria de Ponte de Lima, continuando, no entanto, até aos dias de hoje, a manter o estatuto de reeditor e coordenador.

E porque o esforço feito para manter a publicação não pertence só ao coordenador, aqui deixamos um agradecimento muito sincero aos colaboradores que, assiduamente, nos brindam com os seus escritos e mantêm vivos os valores da história e cultura da região limiana.

Ao Comércio e a Industria que, apesar das dificuldades próprias duma luta insana que travam pela vida, não deixam de mostrar a atenção que dispensam à valorização e promoção do Concelho. Sem a sua presença não seria possível concretizar este trabalho.

A todos a maior gratidão.

E por fim aos mentores deste convívio comemorativo expresso a minha admiração pela feliz ousadia.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sou Padre...não sou monge CORRIGIDO

Sou Padre...não sou Monge !...


Continuo com a tentação de dizer mais sobre o facto de ser padre.

Este ano sacerdotal deve ser um ano de reflexão e testemunho, de aprofundamento espiritual e de acção. Estamos em ano de mudança que exige estudo, reflexão, análise, actualização tanto na dimensão humana, espiritual, pastoral e intelectual para que seja uma eficaz mudança...

Cada dia que passa há sempre uma mudança e essa tem de ser sempre pela positiva. Eu gostaria de ser aquilo que nem sempre sou: um padre do povo de Deus e para o povo, não para me servir dele, mas para o servir; um padre próximo que está com o povo na igreja e na rua, na festa, e nos sofrimentos, na vida e na morte; a minha proximidade devia arrastar a muitos para Cristo, para o Deus que me deu este dom de ser enviado como Cristo para servir e dar a vida; um padre com amor a transbordar olhando para o Espírito e semear sem procurar ser recompensado com a colheita... se ela vier sou obrigado a colher mas só Deus é que é o grande Senhor, um padre que reza não para pedir coisas, mas só coragem e valentia ia para aceitar as agruras da vida, sejam elas espirituais, morais ou materiais. Sou padre, mas este dom não o mereço, foi Deus que mo deu. A Ele o devo, não é mérito próprio; sou padre porque a minha felicidade está em perdoar, em esquecer, em ver os outros como obra de Deus e não dos Homens; sou padre porque creio num Deus absoluto, transcendente, acima de mim a quem por amor, reconheço que sou uma parte inferior (criada) e a Ele lhe devo obediência. Sou padre como todos os baptizados em Cristo que participam da natureza divina de Jesus Cristo como sacerdote, profeta e rei e, entre eles, me senti chamado a dizer sim à comunhão com o Bispo, o presbitério e com os fiéis.

Por isso, gostava de ser mais padre da rua, onde a missão é esperada porque, na Igreja, essa, a destinamos ao culto pela Comunidade à qual o Bispo ou o padre preside. Não só, no Templo, deve o padre ficar a rezar, à espera dos penitentes e das suas esmolas, ou a colher os frutos da colheita que alguma vez se fez.

Há uma diferença muito grande entre o padre e o Monge. Em primeiro o padre ( diocesano ) faz voto de obediência ao Bispo e castidade, não está sujeito a viver em Comunidade e, não fazendo voto de pobreza , nem por isso, está desobrigado, de ser sóbrio, desapegado das coisas deste mundo e dar testemunho de comunhão no meio do mundo com a Igreja feita de hierarquia e fiéis. Em segundo lugar nem todos os monges são padres. Há os irmãos, simplesmente, e os que recebem do bispo o sacramento da ordem que são padres como eu. Portanto, nem todos os monges são padres, mas todos os monges fazem os 3 votos: Obediência, Castidade e Pobreza. Os monges podem ser de clausura, vivem em Comunidade, apenas voltados para a oração, para a contemplação e obediência ao cumprimento das regras da Ordem ou Congregação, ser sinal e testemunho de vida comunitária e desapego às coisas terrenas como pobres…

Sobre a necessidade de uma Igreja Nova na cidade.

Sobre a necessidade de uma Igreja Nova na cidade.




Tome, o leitor, estas linhas como uma reflexão aberta. Nelas não pretendo esgotar os argumentos e as ideias, mas partilhar o produto de alguma meditação sobre este assunto. Escrevo como um envolvido – espero que esse facto não me tolde o horizonte e o discernimento –, e sabendo que muito do que aqui registo é compartilhado por outros paroquianos.



1. Um projecto na linha de uma tradição milenar.



A arquitectura dos espaços de reunião dos Cristãos foi marcada indelevelmente com a decisão tomada por Constantino de conceder liberdade de culto, através da publicação do Édito de Milão (313). A partir desse momento, a Igreja ganha a visibilidade arquitectural e artística que a clandestinidade obrigara a encerrar nas catacumbas, onde as primeiras comunidades (sujeitas a perseguição) desenvolveram uma iconografia rica de simbolismo, expressão de uma visão sustentada na esperança de uma vida para além da terrena. É correcto lembrar que os primeiros cristãos reuniram-se nas casas de alguns deles, como registam os testemunhos bíblicos (veja-se, Actos dos Apóstolos 1,12-14 ou 12, 12-17), mas a construção de edifícios próprios para acolher as assembleias terá sido adiada até ao século IV. Desde então, à semelhança de outras crenças e religiões (e, convém recordar, de outros poderes, instituições e agremiações civis), os cristãos foram levantando edifícios e patrocinando obras de arte, utilizando-os como veículo de expressão dos seus sentimentos mais profundos.



Olhando para o passado, é possível afirmar que erguer uma igreja implicou, amiudadamente, o esforço de muitos homens e gerações. Mesmo quando patrocinadas pelos poderes locais ou nacionais, a história conserva relatos dos inúmeros e significativos esforços desenvolvidos para a construção de igrejas. As cidades europeias na fase final da Idade Média, superadas algumas das peias sociais e económicas que as tolhiam, parecem ter concorrido entre si na construção e reconstrução das igrejas. Hoje deixamo-nos extasiar com as belezas dessas catedrais que exauriram os recursos de comunidades inteiras e que foram (e continuam a ser) motivo de orgulho dos seus habitantes. Conta-se, por exemplo, que a população de Chartres se ofereceu para acarretar lajes desde a pedreira que se situava a 8 km do local onde se (re)construiu a Catedral depois de um incêndio. Esforços hercúleos “escondidos” pelas fachadas imponentes, fenestradas e marcadas por agulhas rasgando o ceú, ou pela serenidade dos seus interiores, onde se derrama uma “poética da luz” (Georges Duby). Para estes homens, estas construções eram uma celebração não das riquezas do mundo mas da Eucaristia e de Cristo. Dizia-se: “Quem quer que sejas, se queres prestar homenagem a estas portas não admires o ouro, nem a despesa, mas o trabalho e a arte”. Noutros momentos do devir humano, os templos foram encomenda de monarcas, de ordens religiosas e de famílias. Não raras vezes nasceram da vontade das comunidades locais e resultaram em soluções simples mas eivadas de leituras e olhares sobre o divino tão ricas como as de outras procedências. Deste longo percurso resultaram obras com características diversas, mas todas parecem procurar, à sua medida, o Belo e a glorificação de Deus. Podemos afirmar que todas as épocas encontraram os meios e os instrumentos necessários à sua construção. Não houve (e creio que ainda hoje não há) um único caminho, uma fórmula legítima de as promover e as materializar. Será fácil, no presente, lançar acusações sobre algumas das modalidades adoptadas no pretérito para as construir, mas esse é um exercício extemporâneo. A construção de igrejas é um sinal dos tempos e nela se fundem o sentimento com a razão. Com efeito, enquanto construções humanas, as igrejas nascem da junção dos desejos, da imaginação, dos saberes e do suor de gerações. A construção da Igreja Nova, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, dá continuidade a essa tradição milenar inscrita na história da Igreja e do Homem.



2. Precisará a cidade de Viana do Castelo de mais uma igreja?

Creio que não há necessidade de recorrer a dados quantitativos para demonstrar que a zona onde está erigida a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima tem sido, nos últimos anos, a área urbana que patenteia maior crescimento no número de novas construções e habitantes (a par, das freguesias da Meadela e Areosa). Denota este dinamismo, a crescente fixação de comércio e de serviços (algum preterindo o centro urbano), o aumento da circulação automóvel e da mobilidade de pessoas. A Abelheira deixou de ser um espaço peri-urbano, com traços de ruralidade notórios, para incorporar a área edificada da cidade. Para além da quantidade, este fenómeno traz questões de qualidade, que desafiam qualquer acção social e pastoral: os novos residentes não têm ligações familiares (e religiosas) com os habitantes tradicionais desta área, revelam franca mobilidade e adoptam estilos de vida diversos. Esta tendência demográfica e social não estancará; caberá a esta área albergar as próximas gerações de vianenses, por nascimento ou adopção.



Para além de dar resposta a esta pressão demográfica (presente e futura), a Paróquia tem necessidade de encontrar um espaço para celebrar capaz de responder à comodidade que hoje é vulgar na maior parte dos edifícios e espaços públicos e privados. Sendo certo que o culto não está ligado a um lugar exclusivo – “o que tem primazia” é o encontro dos fiéis e a “edificação dum edifício espiritual” (Catecismo da Igreja Católica) –, a verdade é que, no exercício da liberdade religiosa, as comunidades cristãs têm erigido espaços próprios para as suas assembleias. Esta realidade histórica, como vimos, continua a ter toda a legitimidade. Ora a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima para responder as estas novas realidades tem um edifício do século XVIII (com esta afirmação não pretendemos colocar em causa a dignidade do espaço nem a sua relevância histórica e artística). Consideramos que, hodiernamente, não é suficiente, em determinados contextos, depender das edificações históricas, da mesma forma que não se pode construir como noutras épocas. Uma Igreja que pensa no Futuro, não pode ficar “agarrada” ao Passado, também neste âmbito.



O crescimento da cidade de Viana do Castelo não pode apenas ocorrer no âmbito dos equipamentos públicos (escolares, desportivos, culturais…), dos espaços de lazer ou comerciais mas, de igual forma, tem de pensar e investir na concretização de locais para a expressão e exercício da prática religiosa capazes de responder aos anseios das suas populações. Num país que pugna pela liberdade religiosa e pelo respeito dos Direitos Humanos é tão válida a afectação de espaços à construção de um centro comercial ou de um estádio como à de um templo (de qualquer religião, notamos). Acrescentaríamos que o investimento da cidade na construção de uma igreja é tão legítimo como, por exemplo, o levantamento de um monumento ou de um parque de estacionamento. Parece-nos, portanto, que este é um momento limiar: antes que se sintam todos os efeitos da sua falta, a cidade (particularmente, a área paroquial) deve conservar os templos existentes e construir um novo templo. Esse foi (é) a audácia dos actuais paroquianos e vianenses.



3. Haverá uma forma de igreja arquitectónica e artisticamente legítima?

Sabemos que a história da arquitectura e da arte manteve uma relação estreita com a história da Igreja, e vice-versa. Houve períodos onde essa ligação foi mais íntima – exemplificamos com o caso do Barroco (pelo menos de uma parte das suas expressões) e a doutrina do Concílio de Trento – e momentos de mútuo questionamento e superação. No entanto, como se escreve no Sacrosanctum Concilium, “a Igreja nunca considerou um estilo como próprio seu, mas aceitou os estilos de todas as épocas, segundo a índole e condição dos povos e as exigências dos vários ritos”.

Os documentos da Igreja fazem notar a relevância que alguns elementos estruturantes da sua configuração: o altar (um só altar no centro), o sacrário, a cadeira, o ambão, a pia baptismal e um espaço para acolher os penitentes. Enquanto espaço de reunião, o interior da igreja deve conservar uma área para a permanência dos fiéis. Assumido este rol de elementos estruturadores do espaço, a igreja pode ter, como sempre teve, os desenhos mais diversos. Esta diversidade de soluções, nem sempre bem aceite, tem sido portadora de uma enorme riqueza artística e cultural, de que somos herdeiros e continuadores. Nesse sentido, parece-nos que não há uma imagem exclusiva de Igreja, não obstante o nosso imaginário lhe associar um aspecto muito definido.

O projecto que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima está a engenho do arquitecto e das restantes equipas técnicas criou em resposta a um programa conhecido de todos. Trata-se de uma estrutura centrada no espaço para a assembleia, sobre o qual erguer é mais uma solução que o se curvam as paredes exteriores, criando um ambiente uterino (cujo simbolismo nos escusamos descrever). Esta dimensão só ganhará plenitude uma vez concluída a obra. Contudo, ela é uma mensagem aos homens de hoje que em processo de desafectação da Igreja reencontram naquele espaço a possibilidade de concretizar uma verdadeira assembleia, aquela que assegura a partilha da Palavra e do Pão, in praesentia. Ora, estamos convencidos que é preciso reencontrar o prazer de partilhar o momento da reunião que, como notou Régis Debray, não é possível, por exemplo, diante do televisor. Este, nas suas palavras, “ao afastar-me do meu próximo (…) contribui para pulverizar um pouco mais o povo de Deus”, pois o assistente “já não é actor, mas um receptor, tentado pela passividade estética (…) e privado da alegria do estar em conjunto com todos, num mesmo palco”. A expectativa das gerações que agora investem na nova Igreja é que o futuro permita a partilha do espaço e do tempo entre próximos.



4. Que sentido tem construir uma igreja nos dias de hoje?

Tentar uma resposta, ainda que incompleta, a esta questão, é um exercício difícil. Quiçá arrogante, se a incluirmos numa inquirição mais vasta. Como pode o autor revelar o sentido que muitos cristãos (e de forma ampla, muitos homens) parecem ter perdido?

Ensaiarei apenas uma ideia, que não sendo de todo original pode constituir um interessante mote para a reflexão: construir uma igreja hoje é “rodar os ponteiros do relógio em sentido contrário”. Não se trata de voltar ao Passado, de um regresso nostálgico a outro tempo e modo. Seria uma resposta débil, muitas vezes ensaiada e infrutífera, por ser equívoca. Mas, num mundo que parece ter perdido o sentido de assembleia, que acentua a fragmentação e o pior do individualismo, que reivindica a liberdade mas sujeita o indivíduo a novas opressões, que sob a capa da civilização instituiu um eu solitário e egoísta, não será tempo de voltar a pensar e agir em comunhão? Numa época que afirma a globalidade, o live e a comunicação virtual não será necessário reconquistar o toque e a presença? Não falo em recusar estes mecanismos de mediação tão fascinantes e portadores de novas possibilidades de encontro, mas na necessidade de enjeitar a limitação ao diferido.



Não sabemos como será o Cristianismo de amanhã, mas temos a responsabilidade de o construir hoje, sem medo de errar mas com uma humildade sempre actuante. Podemos sonhar e idealizar, mas a mudança passará sempre pela tradição. Não inventamos, reinventamos. A construção de uma igreja é a reinvenção de uma tradição; é a edificação de um espaço para se (re)construir em comunidade, olhos nos olhos, como Ele fez.



José Carlos de Magalhães Loureiro

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

NOVA IGREJA DA ABELHEIRA: DO SONHO À REALIDADE


NOVA IGREJA DA ABELHEIRA: DO SONHO À REALIDADE
Um sonho com mais de 30 anos está prestes a concretizar-se: A “Nova Igreja da Abelheira – Igreja da Sagrada Família”, que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima tem em curso encontra-se na sua última fase de execução. Será o maior edifício religioso fechado da nossa cidade e vai oferecer mais espaço e conforto aos paroquianos e cristãos que nesta nova centralidade de Viana – Abelheira – não possuem qualquer estrutura com capacidade que permita a realização de eventos religiosos para os que lá vivem, e muito menos para os que nos visitam em momentos de cerimónias mais festivas. É um dever de todos nós contribuir na construção desta estrutura, não só para nós, mas como um agradecimento aos nossos antepassados que com menos meios nos deixaram um vasto e valioso legado a nível deste tipo de infra-estruturas.
Pelo empenho que o nosso Pároco, desde a primeira hora, acompanhado e apoiado pelo Conselho Paroquial de Pastoral de 1978 e mais tarde pela Comissão Fabriqueira, sempre demonstrou por esta nova igreja, não será difícil concluir que esta será “uma” obra da sua vida. Não digo “a obra” mas, “uma obra”. Quem acompanha o seu trabalho como Pároco desta comunidade, e quem o ajuda poderá facilmente verificar que, foi sobretudo devido ao seu dinamismo, à sua dedicação, empenho e sacrifício pessoal que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima se transformou. Sempre teve a seu lado bons colaboradores, a Paróquia, com a ajuda de todos, colaborou e colabora. Daí que nos 25 anos de sacerdócio mais do que uma vez já tenha afirmado: “nunca estive sozinho”. A Nova Igreja é apenas uma delas, possivelmente a mais importante no aspecto visível. Claro que, sem os donativos e a colaboração de muita gente solidária, isso não seria possível. Para além do aspecto de gestão de recursos de toda a ordem, o Padre Artur Coutinho teve sempre uma preocupação: procurar consensos na Comissão Fabriqueira, por forma a gerir e transformar esses recursos ao serviço do apostolado, da comunidade e dos que mais precisam. Foi essa a linha que pautou a sua conduta no sentido de servir, preservar, defender e alargar o património da Paróquia em termos de serviços espaços e condições, permitindo que hoje existam condições e um ambiente propício à acção social, à oração e elevação para Deus.
Esta Nova Igreja terá apelos a uma mística contemplativa: é um local muito amplo, de grande acústica e de boa visibilidade, e tem uma arquitectura de grande simbolismo espiritual. Debaixo da Igreja existe uma capela, e alguns espaços onde os vários grupos da comunidade irão exercer as suas actividades.
As igrejas representam um tipo muito particular de edifício com requisitos arquitectónicos e acústicos específicos e com importantes variações e adaptações ao seu uso com o passar dos anos e da História. Será o maior recinto religioso fechado da Diocese, com cerca de 800 lugares sentados, configurada para duas capacidades diferentes: um primeiro espaço para o culto e utilização de áreas menos nobres paras as actividades e serviços complementares que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima assegura (Escutismo, catequese, movimentos, grupos, etc.), fermentos activos e dinâmicos numa comunidade. Desenhado pelo arquitecto Faro Viana, o projecto combina harmoniosamente arquitectura, espaço, luz, som e tecnologia. De grande simplicidade arquitectónica, mas com alguma complexidade na engenharia civil, é uma obra singular pela sua grandiosidade e, ao mesmo tempo, pela atenção aos pormenores. O interior da igreja é iluminado, através de janelas/vitrais, que à primeira vista passam despercebidas mas que permitem dar prioridade à luz natural. É uma estrutura polivalente que além das cerimónias religiosas, está concebida para ter uma utilização de caris mais cultural, dada as suas características acústicas. Pode-se dizer que é uma estrutura ao serviço da comunidade.
Esta é a obra terrena, material e visível que pretendemos concluir. Mas de que nos serve se nos falta a fé? È com base nessa fé que vos faço mais uma apelo sustentado em alguns excertos da Bíblia: “Em união com Cristo, também vós sois integrados na construção para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus” (Ef 2, 22). Estas palavras da Carta aos Efésios, falam duma construção em acto e indicam claramente a sua finalidade: é a morada de Deus. Eu fui enviado, e aqui estou, para vos confirmar no vosso glorioso destino: Todos somos chamados a participar nesta construção “cujo arquitecto e construtor é Deus” (Heb 11, 10). Se porventura tudo isto aparecesse aos nossos olhos meramente como uma promessa, e não uma obra em acto. Ou então, se todo o mundo se levantasse para nos chamar à razão, dizendo: Resignai-vos, pobres iludidos; não se encontra rasto nem vestígios de um Deus à procura de casa por estes lados! Eis o que tenho a dizer-vos: Não o perscruteis com os olhos porque ainda não enxergam, nem vos resigneis à voz das sereias do mundo porque recusam o canto novo do amor de Deus a nós manifestado. Apoiai-vos, antes, “sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que têm Cristo como pedra angular” (Ef 2, 20). Ora, um dia alguém perguntou a Jesus Cristo como era possível Deus manifestar-Se a nós e não ao mundo; e Ele explicou: “Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada” (Jo 14, 23). Sobre este alicerce, assenta a consoladora certeza: Deus escolheu-nos para sua morada. Cabe a cada um de nós acreditar, ter fé e contribuir na construção do templo que servirá acima de tudo como local de culto a Esse que é o nosso Deus.
Armando Sobreiro – Janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

UZ- Indo-europeu? origem obscura

Uz
Uma palavra de origem obscura.
Ao passar na estrada de Elvas para Santarém passei por uma placa de informação e orientação de saída para Uz. Achei interessante. Logo tirei uma conclusão, talvez precipitada, de que Uz seria uma aldeia ou qualquer topónimo de origem muito ancestral.
Procurei e descobri que Uz é um lugar, é freguesia em várias zonas do país. A origem de Uz segundo a wikipedia, pela tradição Bíblica é o nome da terra de Job (Jó).
Também era o nome do primeiro filho de Arão e neto de Sem, e ainda o nome de um dos sobrinhos de Abraão.
Situar-se-á Uz na Arábia, a leste da cidade de Petra, ou numa cidade a leste do mar da Galileia, ao sul de Damasco (hoje oeste da Jordânia ou a sul da Síria.
Uz é uma aldeia nas Asturias aqui na Espanha. Palavras terminadas em Uz há bastantes como capuz, catrapuz, avestruz, luz, alcaçuz . alcatruz, andaluz, arcabuz, cachapuz, Cruz, cuscuz, quebra-luz, rosa-cruz, trapuz, truz, grã-cruz, truz-truz, lapuz, truz-truz, uruz.
Também como radical aparece só em uzifur, uzífuro, uzitenge que tem a ver com a química. Talvez reacionadas com sulfuretos.
Uruz é uma aldeia na Galiza , de origem pré-romana e que devia significar vale, rio ou fonte em Indo-europeu.
Uz e Ur são nomes e topónimos bíblicos com significações diferentes.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

S. Sebastião-Festa religiosa-gastronomia,comunidade

No dia 20 de Janeiro, celebrou-se a festa de S. Sebastião, padroeiro da Paróquia de Darque e da Paróquia de Chafé aqui muito perto de nós.
É-me muito cara algumas festas em honra de S. Sebastião, recordo com saudade a mesinha de S. Sebastião em Couto de Dornelas com 500Kgs de carnes, 3.000 broas, 200 Kgs de arroz e vinho a sobrar; numa festa popular comunitária, comendo todos dos mesmos pratos como antigamente à volta de uma mesa com quase um quilómetro.
Neste caso é o pão, a carne e o arroz benzidos numa procissão com S. Sebastião à qual preside o pároco, como uma vez eu o fiz na sua ausência e com a sua permissão.
Recordo ainda as papas de Samão, do pão; da malga de feijão com tripas; do chouriço, de enchidos, da tripa em farinhada, das papas de milho, das papas de carolos, do presunto, do doce de castanha... onde se verifica o que é uma vida comunitária, alegre, onde S. Sebastião miraculosamente faz amigos e irmãos, gera fraternidade com ajuntamentos de centenas e milhares de pessoas. Em Boticas a região de Turismo registou 50.000 visitantes.
É assim por esse Barroso, nessas aldeias interiores, como a Vila Grande em Couto Dornelas onde o coral da Paróquia já animou a missa da festa.
Não sei como é a festa das fogaceiras em Stª Maria da Feira. Espero que seja algo deste género e que o S. Sebastião, relogiosamente, com estes encontros comunitários continue a fazer bem às pessoas, mesmo aos não crentes.
Assim devia ser todas as festas religiosas, motivo de coesão social e não de provocação para os meios pobres com a gente a passar fome enquanto alguns se regalam a olhar para o ar apreciando as cores, a ouvir o ribombar da "folgueteria" ou de sons harmoniosos de sabor popular, a ver uma procissão e a participar na missa, ouvir palavras de Deus, do Sacerdote e participante num banquete sagrado; continuando no banquete familiar com convites de amigos, porventura.
Em Couto de Dornelas trata-se de uma promessa feita pelo povo na altura das invasões francesas; sairam com o Santo ao colo percorrendo os lugares até chegar à Igreja, se o Santo afastesse da terra os invasores e uma vez que assim aconteceu o voto é cumprido todos os anos. "Fazer esta festa aberta a todos os que ali chegarem por bem".




Aqui acrescento a vida do Santo ligado à fome, à peste e à guerra.
São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião sempre se mostrou forte e piedoso na fé. Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar, nas legiões do Imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição, Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com freqüência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu. Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã, e a socorrer os aflitos e perseguidos. O Imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, o amarraram a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte. À noite, Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado. Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportados para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo. São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde muitas cidades o tem como padroeiro, entre elas, o Rio de Janeiro.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sou Padre!...Não sou Monge!...

Sou Padre...não sou Monge

Continuo com a tentação de dizer mais sobre o facto de ser padre.
Este ano sacerdotal deve ser um ano de reflexão e testemunho, de aprofundamento espiritual e de acção.Estamos em ano de mudança que exige estudo, reflexão, análise, actualização tanto na dimensão humana, espiritual, pastoral e intetectual para que seja uma eficaz mudança...
Cada dia que passa há sempre uma mudança e essa tem de ser sempre pela positiva. Eu gostaria de ser aquilo que nem sempre sou: um padre do povo de Deus e para o povo, não para me servir dele, mas para o servir; um padre próximo que está com o povo na igreja e na rua, na festa, e nos sofrimentos, na vida e na morte; a minha proximidade devia arrastar a muitos para Cristo, para o Deus que me deu este dom de ser enviado como Cristo para servir e dar a vida.; um padre com amor a transbordar olhando para o Espírito e semear sem procurar ser recompensado com a colheita... se ela vier sou obrigado a colher mas só Deus é que é o grande Senhor, um padre que reza não para pedir coisas, mas só coragem e valentia ia para aceitar as agruras da vida, sejam elas espirituais, morais ou materiais. Sou padre, mas este dom não o mereço, foi Deus que mo deu. A Ele devo, não é mérito próprio; sou padre porque a minha felicidade está em perdoar, em esquecer, em ver os outros como obra de Deus e não dos Homens; sou padre porque creio num Deus absoluto, transcendente, acima de mim a quem por amor, reconheço que sou uma parte inferior (criada) e a Ele lhe devo obediência. Sou padre como todos os baptizados em Cristo que participam da natureza divina de Jesus Cristo como sacerdote, profeta e rei e, entre eles, me senti chamado a dizer sim à comunhão com o Bispo, o presbitério e com os fiéis.
Por isso, gostava de ser mais padre de rua onde a missão é esperada porque, na Igreja, essa a destinamos ao culto pela Comunidade à qual o Bispo ou o padre preside. Não só, no Templo, deve o padre ficar a rezar,à espera dos penitentes e das suas esmolas, ou a collher os frutos da colheita que alguma vez se fez.
Há uma diferença muito grande entre o padre e o Monge. Nem todos os monges são padres.Há os irmãos simplesmente e os que recebem do bispo o sacramento da ordem que são padres como eu. Portanto, nem todos os monges são padres, mas todos fazem os 3 votos: Obdiência, Castidade e Pobreza. Os monges podem ser de clausura, vivem em Comunidade, apenas voltados para a oração, ou seguir uma vida de missão que lhes fôr pedida e para a qual se sentem vocacionados.



Cheguei, enquanto jovem, a pensar se devia ser missionário...sempre admirei a vida em comunidade e a acção missionária, mas segui outro caminho e já vivi em comunidade com dois colegas mais velhos, muito diferentes no pensar e no agir, sempre fomos amigos e foram uns anos de uma grande riqueza para mim, pelo menos, mas crei que para todos porque contiuamos a nossa amizade e a ajudarmoi-nos mutuamente.
Os padres diocesanos como eu, não fazemos votos de pobreza, mas, como todos os baptizados, têm de viver o espírito de pobreza, mesmo que materialmente tenham coisas.
Os que me procuram sabem como gosto de ser próximo e como a espiritualidade tem um sabor a elevação da alma e do corpo; não sem limitações porque antes de mais sou um homem sagrado sobre um "vaso de argila" que falha, parte, se reconcerta e se reencontra.
Reconheço que não sou o padre que devia, mas procuro lutar para me aproximar de Deus e dos Homens.
Padre Artur Coutinho

sábado, 16 de janeiro de 2010

Urgente - desaparecido


Recebi hoje esta mensagem.
É urgente




O MEU TIO ESTÁ DESAPARECIDO desde ontem à tarde (dia 12/01/2010).

Foi visto a última vez em Viana do Castelo, por volta das 18H00. Tinha vestido calças pretas, camisola azul clara e um casaco verde.

PEÇO POR FAVOR A TODOS QUE DIVULGEM PELOS VOSSOS CONTACTOS esta informação e a foto.

Se alguém o vir ou souber de alguma coisa, por favor contactem para um dos números: 962138954, 962138956, 258830664.

Muito Obrigada.

Mariana Gomes.




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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ALEGRIA- deve ser uma particularidade dos cristãos








































A alegria do casal Afonso Dias e Eugénia Brito de celebrarem os 75 anos de vida conjugal, dos nossos acólitos juvenis e sériores, em Fátima,dos idosos dançando e da Comunidade revivendo uma Noite Medieval, assim como, na Alemanha, uma pose a pensar na Igreja Nova , dos que trabalham muito pela angariação de fundos para a obra e do Dr. Vila Afonso,octogenário,autodidata em informática que começou a blogar,esta é expressão das fotos neste jornal e novo ano cheio de esperança.

Dados estatísticos

De 2008 para 2009 houve um aumento de 9% dos baptizados na Paróquia ( 100 baptizados das 121 crianças registadas na Comunidade e nascidas em 2009.
O Crisma foi o único sacramento que desceu de 2008 para 2009 menos 17%... Do sexo feminino foram mais 22% e em relação ao sexo masculino.
Nos óbitos houve também um claro aumento de 8%. Enquanto em 2008 morreram mais 8% de mulheres e 2009 foram os homens que levaram a bandeira com quase 47% mais que as mulheres, de partidas para o Além.
Quanto aos casamentos também aumentaram 12,5% os processos organizados em relação a 2008. Organizaram-se mais 9% aproximadamente de casamentos. Todos os processos organizados foram concluídos à excepção de dois que foram adiados, com já aconteceu um caso destes há uns anos, e, dos outros, os casamentos foram feitos.
Estes números também representam um aumento da população local que vai continuar nesta zona da cidade, cuja percentagem não é fácil calcular!... O maior centro de densidade populacional é na Abelheira e à volta da Igreja Nova.
Se a natalidade fosse como há quinze - quinze anos atrás, hoje teríamos na catequese mais de 1500 crianças e adolescentes.
Neste momento não temos condições ideais para as crianças que temos, nem para as missas de catequese, quanto mais para as festas previstas para cada um dos dez anos, para não falar das primeiras comunhões e comunhões solenes, onde temos de dividir sempre a comunidade.
O “Paróquia Nova” tem crescido em adesões de colaboradores, sobretudo, com donativos em maior número.
O Sítio (Electrónico) na Internet tem aumentado o número de visitantes. O Jornal on-line, “Paróquia Nova” teve 2829 visitantes eventuais. O tema “Família” do Pe. Dr. António Belo em Fevereiro de 2009 teve 136 visitantes. O tema catequistas em Agosto foi consultado por 292.
Estas são as visitas mais distinguidas. As outras distribuem-se pelas “histórias de vida”, outras secções de “poesia”, tradições e costumes.

Visitas ao Domingo-Luís Cerqueira-Ilídia Correia-Joaquim Ferreira



-Luís Augusto Braga Cerqueira, filho de Zé Rancheiro, assim conhecido o famoso poeta popular, por acompanhar a mãe que ia ao Castelo levantar o rancho para os prisionários, em S. Domingos, na altura. De baptismo era José Dias Cerqueira e a sua mãe era a Judite da Conceição Pereira Braga, falecida aos 5 6 anos. O pai casou segunda vez com a conhecida por "Tilinha".
Foi o pai dele para além de poeta popular e com poemas publicados Jornais, participante e colaborador nos teatros dos Bombeiros e Caridade. Era irmão de mais dois, mas só ele, enquanto criança, acompanhava a mãe no transporte do Rancho e ficou conhecido pelo "Rancheiro".
O Luís nasceu em 23 de Fevereiro de 1931 e era irmão de Eduardo que faleceu aos 26 anos, solteiro. A namorada, Maria de Lurdes, manteve-se e mantém-se solteira a viver no Porto com família.
O Luís Cerqueira vive na Abelheira, nasceu em St. ª M.ª Maior. Andou na Escola do Carmo e na Escola Comercial. Foi trabalhar para os Estaleiros Navais de 1944 e 1946. Desde 1946 a 1974, foi para o Canadá. Andou embarcado nos navios no pescado Bacalhau, como motorista, 20 anos. Foi colega e amigo do "Zé d’Anha", do João Martins, do Adriano Amorim e José Rodrigues Correia.
Casou com Maria de Lurdes Monteiro de quem se divorciou ao fim de 40 anos de vida conjugal. Tem 2 filhos, o Eduardo, casado e contabilista e o Luís Cerqueira, solteiro, engenheiro.
Casou, como seu pai, pela segunda vez com Maria Adelaide de Castro da Costa, também divorciada e com um casal de filhos.
Foi ainda trabalhador numa oficina de navios no Canadá até à reforma em 1993.
Viveu no Canadá e o João Martins, pelo menos, chegou a fazer-lhe uma visita e diz que tinha uma grande e boa casa o colega e Luís Rancheiro. Agora muito limitado consegue ainda viver com alegria para a qual lhe ajuda a sua Esposa.O que mais gostava de fazer na vida era viajar e torcia e torce com força, no desporto, pelo Sporting. Foi numa peregrinação da Paróquia a Israel e Itália e fez outras viagens mais pequenas com a mesma organização da comunidade e participou através de Agências, percorrendo o mundo.




- Joaquim da Rocha Ferreira, nascido em 14 do mês de S. José em 1936, filho de João Francisco Ferreira e de Maria da Conceição Rocha, natural de Arouca, mesmo da vila. O pai era trabalhador florestal e a mãe doméstica. Tem 11 irmãos e mais um que não foi à pia baptismal, caso contrário seria uma família de 13 filhos. Já faleceram 6 irmãos. Fez a escola primária e o ciclo preparatório. Começou a trabalhar na conservatória do Registo Predial como copista, na Vila.Concorreu a Adjunto, mas afinal veio para Viana do Castelo, para a Fábrica Campos & Filhos, em 1 de Abril de 1959, onde fez contabilidade. Responsável pela parte comercial e industrial da Fábrica de Louça Regional de Viana até Agosto de 2001.Casou, em 22 de Outubro de 1960, com a esposa que conheceu em Coimbra no Colégio de Stª Maria. De vez em quando ia a Coimbra e conheceu-a lá, onde estave a Helena Lúcia Branco da Rocha Moreira, sobrinha neta de Trindade Coelho, natural de Moncorvo e prima dos proprietários do referido Colégio.É pai de José Afonso, João e Joaquim, todos bem conhecidos e com cursos superiores, todos casados e com filhos, à excepção de Joaquim. O João prepara o Doutoramento. Tem 4 netos, as meninas filhas do Dr. José António e Drª Filipa Mourão (Inês e Rita) e dois rapazes filhos do Dr. João e da Drª Ludovina (João Pedro e Diogo).Em Viana é conhecido pelo Ferreira da Fábrica da Louça, porque praticamente ele foi sempre o gerente, manteve em equilíbrio a empresa desde os 58 trabalhadores aos 80. Reformou-se e a Fábrica ficou de pé. Antes do 25 de Abril já havia louça de Viana, mesmo em Moscovo. Era conhecida em todo o mundo. Hoje tem saudades dos trabalhadores desde os forneiros, oleiros, decoradores, modeladores e embaladores. Abandonou pura e simplesmente a Fábrica e nem gosta muito de falar sobre ela porque lhe faz lembrar momentos muito bons, mas também alguns que não convém, pois geriu durante 33 anos e deixou uma linha utilitária criada por ele e agora talvez desvirtuada.Hoje, está também um pouco limitado pela doença acompanha a esposa nos afazeres da casa e gosta muito, sobretudo, de ler e de assistir a debates políticos televisivos.




*Ilídia Pereira de Sousa, nasceu a 03.12.1928, Fânzeres-Gondomar-Porto à rua da Igreja, filha de Berlmiro Ferreira de Sousa e de Emília de Jesus Pereira. O pai era ourives e a mãe modista. É irmã de Maria, já falecida; do Mário já falecido, do Serafim, falecido e da Esmeralda, todos casados e todos com filhos. Hoje só vivem na Paróquia a Ilídia e a Esmeralda, ambas viúvas. O pai da Ilídia foi para França com a mãe e vieram de França para Viana, onde moraram à Rua do Loureiro, pouco tempo e vieram para a Bandeira, onde se radicaram e de onde todos casaram.Casou com José Jesus Correia, mestre-cozinheiro marítimo, na pesca do Bacalhau de quem teve dois filhos: José Alberto, falecido com 6 meses e o José António já falecido com 51 anos, deixando viúva a Maria Manuela e um casal de filhos. O marido era irmão da Maria Adelaide, do João, do Manuel, do Constantino, da Maria, do Leandro e do António, todos casados e com filhos à excepção da Adelaide.À excepção da Adelaide que é viva, como ainda Constantino e o Leandro, todos faleceram. Todos nascidos na Bandeira, filho de Ventura de Barros Correia, sapateiro fabricante e Carolina de Jesus, doméstica.Ajudou os idosos do Centro de Dia e foi passear, enquanto pôde, a muitos sítios que nunca iria e nunca tinha ido, como a Madrid, Algarve, Lisboa, Paris com passeios dos idosos do Centro de Dia.Era amigo deles todos e ajudava-os, fazia carapins para os pés e não faltava com os chocolatinhos e as amêndoas que ela própria oferecia aos utentes, sem esperar nada em troca, senão ver os outros felizes,Era uma mulher cheia de generosidade, disponibidade e sempre atenta às dificuldades. Hoje um pouco limitada, mas vive feliz com a ajuda da nora, dos netos, da irmã, da Esmeralda, e cunhada Adelaide.O José Miguel, solteiro, professor em Barcelos e Joana, formada em Belas Artes, solteira, são os seus queridos netos.

O Rosto de Cristo

Todos queremos ver o Rosto de Cristo mas para a sua visibilidade do mistério, há que entrar primeiramente no coração, chegar ao mistério da Igreja-Comunhão, pois só aí O encontraremos.
A realidade da Igreja só é perceptível plenamente a quem entra dentro deste mistério, desce ao mais profundo que há no coração da Igreja.
De facto só quem entra é capaz de ver os sinais de Cristo sacerdote, profeta e rei.
Tambem só vemos um vitral se o olharmos de dentro para fora, a beleza das suas cores, a sua beleza ou até defeito, mas seja como for “ o essencial é invisível aos olhos; só se vê bem com o coração”, segundo diz o Principezinho de Saint Escupéry. O defeito que poderemos encontrar é só o facto de não chegarmos nesta vida a descobrir esse mistério que tanto ansiamos alcançar.






A Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; a Igreja tem coração, um coração ardente de amor e só esse amor é capaz de fazer actuar os membros do Corpo Místico, segundo S. Paulo, e se alguma vez esse Amor viesse a ser extinguido, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os mártires a derramarem o seu sangue porque o Amor encerra em si todas as vocações. O Amor é tudo e abrange todos os lugares e tempos, numa palavra: o Amor é eterno. Foi este o pensamento de Santa Teresa da Menino Jesus quando chegou à conclusão que tinha encontrado o seu lugar na Igreja que Deus lhe tinha dado, no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor; com o amor serei tudo; e assim será realizado o meu sonho”.
A nossa Igreja é a Igreja do amor. “ Sem ele, Ela seria um corpo sem alma, um esqueleto sem carne, uma instituição burocrática”, diz D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima.
É esse Amor que vem do Alto que nos une porque habita em nos e faz com que a nossa vida seja um constante palpitar desse coração do Rosto de Cristo, divina-humano que de crucificado passou a ressuscitado, pois como humano passou pela morte para nos garantir que se com Ele vivermos, também com Ele viveremos eternamente glorificados. pac

Padre Doutor José Arieiro




Faleceu, numa sexta-feira, em 6 de Novembro, com 98 anos de idade, o P.e José Arieiro, um dos sacerdotes mais velhos do país. Era um dos sacerdotes mais velhos de Portugal. Natural da Paróquia de Nogueira, Viana do Castelo, foi ordenado sacerdote a 8 de Julho de 1934, no Seminário Conciliar de Braga. Após a sua ordenação, foi enviado para Roma, em Outubro de 1934 a estudar História Eclesiástica, obtendo a licenciatura na Universidade Gregoriana. Desde o seu regresso, em 1937, dedicou toda a sua vida ao serviço do Seminário, onde foi Prefeito de Disciplina, Prefeito de Estudos, Professor de História da Igreja e outras cadeiras do curso filosófico-teológico. Em 1969 leccionou para além da História da Igreja, História da Arte e foi um dos fundadores da Colónia Vianense com o falecido Padre Gigante de Outeiro, o Pe. Manuel Carvalho, nascido em Subportela e que foi Bispo dos Açores, entre outros. A Colónia Vianense era a centelha da Diocese de Viana. O Dr. José Arieiro, tio do Pe. Arieiro do arciprestado dos Arcos foi o que mais se entregou a esta causa da criação da Diocese de Viana e sobreviveu com alegria durante 32 anos. Foi homenageado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, era um vianense em Braga e participou na apresentação de um livro sobre a história da Colónia Vianense, de Carlindo Vieira, editado pela Paróquia de Nª Senhora de Fátima, onde, nesse dia, presidiu à celebração da Eucaristia com padres e leigos que na Igreja de Nª Sra de Fátima se reuniram em Acção de Graças.
Foi ainda Director da revista “Theologica” (1ª série), para a qual escreveu centenas de “resanhas” e recensões de livros. Podemos, do mesmo modo, encontrar na Revista “Cenáculo2 e Enciclopédia “Verbo”, alguns temas relativos à história da Igreja. Enquanto professor da Faculdade de Teologia – Braga, terminou a sua actividade académica no ano de 1987 -1988.

Sobre a necessidade de uma Igreja Nova na cidade




Tome, o leitor, estas linhas como uma reflexão aberta. Nelas não pretendo esgotar os argumentos e as ideias, mas partilhar o produto de alguma meditação sobre este assunto. Escrevo como um envolvido – espero que esse facto não me tolde o horizonte e o discernimento –, e sabendo que muito do que aqui registo é compartilhado por outros paroquianos.
1. Um projecto na linha de uma tradição milenar.
A arquitectura dos espaços de reunião dos Cristãos foi marcada indelevelmente com a decisão tomada por Constantino de conceder liberdade de culto, através da publicação do Édito de Milão (313). A partir desse momento, a Igreja ganha a visibilidade arquitectural e artística que a clandestinidade obrigara a encerrar nas catacumbas, onde as primeiras comunidades (sujeitas a perseguição) desenvolveram uma iconografia rica de simbolismo, expressão de uma visão sustentada na esperança de uma vida para além da terrena. É correcto lembrar que os primeiros cristãos reuniram-se nas casas de alguns deles, como registam os testemunhos bíblicos (veja-se, Actos dos Apóstolos 1,12-14 ou 12, 12-17), mas a construção de edifícios próprios para acolher as assembleias terá sido adiada até ao século IV. Desde então, à semelhança de outras crenças e religiões (e, convém recordar, de outros poderes, instituições e agremiações civis), os cristãos foram levantando edifícios e patrocinando obras de arte, utilizando-os como veículo de expressão dos seus sentimentos mais profundos.
Olhando para o passado, é possível afirmar que erguer uma igreja implicou, amiudadamente, o esforço de muitos homens e gerações. Mesmo quando patrocinadas pelos poderes locais ou nacionais, a história conserva relatos dos inúmeros e significativos esforços desenvolvidos para a construção de igrejas. As cidades europeias na fase final da Idade Média, superadas algumas das peias sociais e económicas que as tolhiam, parecem ter concorrido entre si na construção e reconstrução das igrejas. Hoje deixamo-nos extasiar com as belezas dessas catedrais que exauriram os recursos de comunidades inteiras e que foram (e continuam a ser) motivo de orgulho dos seus habitantes. Conta-se, por exemplo, que a população de Chartres se ofereceu para acarretar lajes desde a pedreira que se situava a 8 km do local onde se (re)construiu a Catedral depois de um incêndio. Esforços hercúleos “escondidos” pelas fachadas imponentes, fenestradas e marcadas por agulhas rasgando o ceú, ou pela serenidade dos seus interiores, onde se derrama uma “poética da luz” (Georges Duby). Para estes homens, estas construções eram uma celebração não das riquezas do mundo mas da Eucaristia e de Cristo. Dizia-se: “Quem quer que sejas, se queres prestar homenagem a estas portas não admires o ouro, nem a despesa, mas o trabalho e a arte”. Noutros momentos do devir humano, os templos foram encomenda de monarcas, de ordens religiosas e de famílias. Não raras vezes nasceram da vontade das comunidades locais e resultaram em soluções simples mas eivadas de leituras e olhares sobre o divino tão ricas como as de outras procedências. Deste longo percurso resultaram obras com características diversas, mas todas parecem procurar, à sua medida, o Belo e a glorificação de Deus. Podemos afirmar que todas as épocas encontraram os meios e os instrumentos necessários à sua construção. Não houve (e creio que ainda hoje não há) um único caminho, uma fórmula legítima de as promover e as materializar. Será fácil, no presente, lançar acusações sobre algumas das modalidades adoptadas no pretérito para as construir, mas esse é um exercício extemporâneo. A construção de igrejas é um sinal dos tempos e nela se fundem o sentimento com a razão. Com efeito, enquanto construções humanas, as igrejas nascem da junção dos desejos, da imaginação, dos saberes e do suor de gerações. A construção da Igreja Nova, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, dá continuidade a essa tradição milenar inscrita na história da Igreja e do Homem.
2. Precisará a cidade de Viana do Castelo de mais uma igreja?
Creio que não há necessidade de recorrer a dados quantitativos para demonstrar que a zona onde está erigida a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima tem sido, nos últimos anos, a área urbana que patenteia maior crescimento no número de novas construções e habitantes (a par, das freguesias da Meadela e Areosa). Denota este dinamismo, a crescente fixação de comércio e de serviços (algum preterindo o centro urbano), o aumento da circulação automóvel e da mobilidade de pessoas. A Abelheira deixou de ser um espaço peri-urbano, com traços de ruralidade notórios, para incorporar a área edificada da cidade. Para além da quantidade, este fenómeno traz questões de qualidade, que desafiam qualquer acção social e pastoral: os novos residentes não têm ligações familiares (e religiosas) com os habitantes tradicionais desta área, revelam franca mobilidade e adoptam estilos de vida diversos. Esta tendência demográfica e social não estancará; caberá a esta área albergar as próximas gerações de vianenses, por nascimento ou adopção.
Para além de dar resposta a esta pressão demográfica (presente e futura), a Paróquia tem necessidade de encontrar um espaço para celebrar capaz de responder à comodidade que hoje é vulgar na maior parte dos edifícios e espaços públicos e privados. Sendo certo que o culto não está ligado a um lugar exclusivo – “o que tem primazia” é o encontro dos fiéis e a “edificação dum edifício espiritual” (Catecismo da Igreja Católica) –, a verdade é que, no exercício da liberdade religiosa, as comunidades cristãs têm erigido espaços próprios para as suas assembleias. Esta realidade histórica, como vimos, continua a ter toda a legitimidade. Ora a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima para responder as estas novas realidades tem um edifício do século XVIII (com esta afirmação não pretendemos colocar em causa a dignidade do espaço nem a sua relevância histórica e artística). Consideramos que, hodiernamente, não é suficiente, em determinados contextos, depender das edificações históricas, da mesma forma que não se pode construir como noutras épocas. Uma Igreja que pensa no Futuro, não pode ficar “agarrada” ao Passado, também neste âmbito.
O crescimento da cidade de Viana do Castelo não pode apenas ocorrer no âmbito dos equipamentos públicos (escolares, desportivos, culturais…), dos espaços de lazer ou comerciais mas, de igual forma, tem de pensar e investir na concretização de locais para a expressão e exercício da prática religiosa capazes de responder aos anseios das suas populações. Num país que pugna pela liberdade religiosa e pelo respeito dos Direitos Humanos é tão válida a afectação de espaços à construção de um centro comercial ou de um estádio como à de um templo (de qualquer religião, notamos). Acrescentaríamos que o investimento da cidade na construção de uma igreja é tão legítimo como, por exemplo, o levantamento de um monumento ou de um parque de estacionamento. Parece-nos, portanto, que este é um momento limiar: antes que se sintam todos os efeitos da sua falta, a cidade (particularmente, a área paroquial) deve conservar os templos existentes e construir um novo templo. Esse foi (é) a audácia dos actuais paroquianos e vianenses.
3. Haverá uma forma de igreja arquitectónica e artisticamente legítima?
Sabemos que a história da arquitectura e da arte manteve uma relação estreita com a história da Igreja, e vice-versa. Houve períodos onde essa ligação foi mais íntima – exemplificamos com o caso do Barroco (pelo menos de uma parte das suas expressões) e a doutrina do Concílio de Trento – e momentos de mútuo questionamento e superação. No entanto, como se escreve no Sacrosanctum Concilium, “a Igreja nunca considerou um estilo como próprio seu, mas aceitou os estilos de todas as épocas, segundo a índole e condição dos povos e as exigências dos vários ritos”.
Os documentos da Igreja fazem notar a relevância que alguns elementos estruturantes da sua configuração: o altar (um só altar no centro), o sacrário, a cadeira, o ambão, a pia baptismal e um espaço para acolher os penitentes. Enquanto espaço de reunião, o interior da igreja deve conservar uma área para a permanência dos fiéis. Assumido este rol de elementos estruturadores do espaço, a igreja pode ter, como sempre teve, os desenhos mais diversos. Esta diversidade de soluções, nem sempre bem aceite, tem sido portadora de uma enorme riqueza artística e cultural, de que somos herdeiros e continuadores. Nesse sentido, parece-nos que não há uma imagem exclusiva de Igreja, não obstante o nosso imaginário lhe associar um aspecto muito definido.
O projecto que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima está a engenho do arquitecto e das restantes equipas técnicas criou em resposta a um programa conhecido de todos. Trata-se de uma estrutura centrada no espaço para a assembleia, sobre o qual erguer é mais uma solução que o se curvam as paredes exteriores, criando um ambiente uterino (cujo simbolismo nos escusamos descrever). Esta dimensão só ganhará plenitude uma vez concluída a obra. Contudo, ela é uma mensagem aos homens de hoje que em processo de desafectação da Igreja reencontram naquele espaço a possibilidade de concretizar uma verdadeira assembleia, aquela que assegura a partilha da Palavra e do Pão, in praesentia. Ora, estamos convencidos que é preciso reencontrar o prazer de partilhar o momento da reunião que, como notou Régis Debray, não é possível, por exemplo, diante do televisor. Este, nas suas palavras, “ao afastar-me do meu próximo (…) contribui para pulverizar um pouco mais o povo de Deus”, pois o assistente “já não é actor, mas um receptor, tentado pela passividade estética (…) e privado da alegria do estar em conjunto com todos, num mesmo palco”. A expectativa das gerações que agora investem na nova Igreja é que o futuro permita a partilha do espaço e do tempo entre próximos.
4. Que sentido tem construir uma igreja nos dias de hoje?
Tentar uma resposta, ainda que incompleta, a esta questão, é um exercício difícil. Quiçá arrogante, se a incluirmos numa inquirição mais vasta. Como pode o autor revelar o sentido que muitos cristãos (e de forma ampla, muitos homens) parecem ter perdido?
Ensaiarei apenas uma ideia, que não sendo de todo original pode constituir um interessante mote para a reflexão: construir uma igreja hoje é “rodar os ponteiros do relógio em sentido contrário”. Não se trata de voltar ao Passado, de um regresso nostálgico a outro tempo e modo. Seria uma resposta débil, muitas vezes ensaiada e infrutífera, por ser equívoca. Mas, num mundo que parece ter perdido o sentido de assembleia, que acentua a fragmentação e o pior do individualismo, que reivindica a liberdade mas sujeita o indivíduo a novas opressões, que sob a capa da civilização instituiu um eu solitário e egoísta, não será tempo de voltar a pensar e agir em comunhão? Numa época que afirma a globalidade, o live e a comunicação virtual não será necessário reconquistar o toque e a presença? Não falo em recusar estes mecanismos de mediação tão fascinantes e portadores de novas possibilidades de encontro, mas na necessidade de enjeitar a limitação ao diferido.
Não sabemos como será o Cristianismo de amanhã, mas temos a responsabilidade de o construir hoje, sem medo de errar mas com uma humildade sempre actuante. Podemos sonhar e idealizar, mas a mudança passará sempre pela tradição. Não inventamos, reinventamos. A construção de uma igreja é a reinvenção de uma tradição; é a edificação de um espaço para se (re)construir em comunidade, olhos nos olhos, como Ele fez.


José Carlos de Magalhães Loureiro

Certificado de qualidade

Temos que procurar sempre melhorar o nosso bem-estar, os nossos conhecimentos, as nossas actualizações, os nossos “habitates”, os meios de alimentação, os meios ambientais ecológicos. Sempre temos que crescer em tudo: na cultura e na educação, não só no ter, como, e sobretudo, no ser. Isto é cristão. O evangelho, a boa nova cristã o que quer é o bem das pessoas e de todos, pobres e ricos, pecadores e justos e que todos tenham o direito à felicidade se o quiserem. Esse certificado de qualidade ser-nos-á entregue na vida do Além.
Um certificado de qualidade, pode ser um papel que pode significar algo, mas não é tudo! Quantas coisas ficam no papel? ... Algumas representam rescritos de que são doutores de muitas coisas, mas não passam do papel, na prática os seus certificados ou diplomas valem menos que uma pessoa com menos papéis, menos cursos, ou sem nada disso. À pessoa de bom senso, de conhecimentos empíricos de vida não se passam certificados de qualidade.
Com este certificado de qualidade podemos dizer alguma coisa e não dizer nada, ou até o contrário. A exigência de certificado de qualidade exigida a Instituições de Solidariedade sem fins lucrativos, ou outras, é às vezes, como pedir a um pobre que tenha qualidade quando não tem trabalho, comida, água, saneamento, abrigo, roupa, dinheiro para tratar da saúde ou viver envergonhado porque não tem coragem de sair à rua. É como exigir a um cego que participe numa corrida para que tenha um certificado de qualidade.
Não se podem passar certificados de qualidade a quem é pobre, mas vive feliz. Uma casa pode não ter os requisitos de um quarto de 16 metros quadrados para dois utentes, mas ter um quarto bastante mais pequeno, onde se oferece amor, se respira serenidade, paz, harmonia, fraternidade e igualdade e os utentes sentem-se felizes, alias, é o importante. Caso contrário só os ricos se safam, mas nem esses porque têm alguma qualidade, mas não a têm todo porque lhes falta o sempre algo, a paz interior, aquilo que o faz feliz.
A.V.

Perda de Valores

É a origem de todas as grandes crises morais e económicas, causa de todo o género de corrupção e a destruição de uma civilização, de uma cultura.
A culpa é de todos nós porque permitimos que a criança não respeite o pai ou o professor, permitimos que os pais ou os professores não respeitem os filhos.
Os pais até concordam que as filhas abortem e que o sexo é a meta para a felicidade.
O respeito e a humildade, aprendia-se desde o seio materno. Hoje, aprendem as crianças a fazerem o que querem sem respeito nem dignidade pela liberdade dos outros.
Os meios utilizados podem ser discutíveis, mas que por causa de um qualquer castigo na hora justa a Polícia ou outra entidade em campo retire os filhos aos pais por maus tratos, é aquilo que a lei permite e quem faz as leis somos nós, quando votamos levianamente.
Se o professor ou o director de uma escola não pode disciplinar um aluno porque aparecem os pais, os primeiros que logo ameaçam.
Não faltam doutores. Antigamente havia os bacharelatos, os licenciados, os mestrados e só mais tarde apareciam os doutores “com todas as letras”, já na casa dos 50 anos, eram os jubilados pelo seu grau de conhecimentos, de investigação e de prática.
Hoje, não por culpa dos jovens, eles têm a sociedade que seus pais e nós todos lhes criamos.
Acabam os estudos, não têm trabalho, vão fazer mestrado, mais vale do que andar a vaguear!... Depois procuram o doutoramento e são doutores “com todas as letras” e não só com “Dr”.
Conseguem, os que conseguem, entrar no mundo do trabalho e até são capazes de saber o que dizem os livros, mas ficam muito longe de pôr as regras nas realidades das coisas, na vida prática. Falta-lhes algo e enchem-se de poder e majestade porque dizem ser doutorados. Falta-lhes humildade e enchem-se de prepotência, sem capacidade para entenderem os mais velhos!... e a sua experiência...
Outros fazem-se políticos e conseguem depois até fazer leis, as mais disparatadas e injustas para os outros.
Depois vemos corrupção a crescer de cima para baixo, a violência, os ataques, os tiroteios nos bairros, nas escolas, os filhos a matarem os pais, os pais a matarem os filhos, os homens que matam as mulheres, as mulheres que matam os homens, a Bíblia é um livro diabólico, a religião é atraso de vida (“ópio do povo”?) bons ou maus costumes já não se distinguem, os princípios enterram-se e cada um faz os seus.
Depois dizemos que queremos uma sociedade mais justa, mas somos tolerantes com todas as barbaridades em relação a quem tem poder económico porque, quem não o tem, atira-se ao mar.
A humanidade vai para mal e até parece o fim do Mundo, mas, apesar de tudo, eu creio que mudará a seu tempo... Deus sempre interveio na história da humanidade!... pois é obra Sua e não a abandonará!...
Portanto não estamos no fim do Mundo, estamos no princípio, precisamos de mudar para nascer e criar um mundo novo mais feliz e próspero para todos.
Aliquis

Perda de Valores

É a origem de todas as grandes crises morais e económicas, causa de todo o género de corrupção e a destruição de uma civilização, de uma cultura.
A culpa é de todos nós porque permitimos que a criança não respeite o pai ou o professor, permitimos que os pais ou os professores não respeitem os filhos.
Os pais até concordam que as filhas abortem e que o sexo é a meta para a felicidade.
O respeito e a humildade, aprendia-se desde o seio materno. Hoje, aprendem as crianças a fazerem o que querem sem respeito nem dignidade pela liberdade dos outros.
Os meios utilizados podem ser discutíveis, mas que por causa de um qualquer castigo na hora justa a Polícia ou outra entidade em campo retire os filhos aos pais por maus tratos, é aquilo que a lei permite e quem faz as leis somos nós, quando votamos levianamente.
Se o professor ou o director de uma escola não pode disciplinar um aluno porque aparecem os pais, os primeiros que logo ameaçam.
Não faltam doutores. Antigamente havia os bacharelatos, os licenciados, os mestrados e só mais tarde apareciam os doutores “com todas as letras”, já na casa dos 50 anos, eram os jubilados pelo seu grau de conhecimentos, de investigação e de prática.
Hoje, não por culpa dos jovens, eles têm a sociedade que seus pais e nós todos lhes criamos.
Acabam os estudos, não têm trabalho, vão fazer mestrado, mais vale do que andar a vaguear!... Depois procuram o doutoramento e são doutores “com todas as letras” e não só com “Dr”.
Conseguem, os que conseguem, entrar no mundo do trabalho e até são capazes de saber o que dizem os livros, mas ficam muito longe de pôr as regras nas realidades das coisas, na vida prática. Falta-lhes algo e enchem-se de poder e majestade porque dizem ser doutorados. Falta-lhes humildade e enchem-se de prepotência, sem capacidade para entenderem os mais velhos!... e a sua experiência...
Outros fazem-se políticos e conseguem depois até fazer leis, as mais disparatadas e injustas para os outros.
Depois vemos corrupção a crescer de cima para baixo, a violência, os ataques, os tiroteios nos bairros, nas escolas, os filhos a matarem os pais, os pais a matarem os filhos, os homens que matam as mulheres, as mulheres que matam os homens, a Bíblia é um livro diabólico, a religião é atraso de vida (“ópio do povo”?) bons ou maus costumes já não se distinguem, os princípios enterram-se e cada um faz os seus.
Depois dizemos que queremos uma sociedade mais justa, mas somos tolerantes com todas as barbaridades em relação a quem tem poder económico porque, quem não o tem, atira-se ao mar.
A humanidade vai para mal e até parece o fim do Mundo, mas, apesar de tudo, eu creio que mudará a seu tempo... Deus sempre interveio na história da humanidade!... pois é obra Sua e não a abandonará!...
Portanto não estamos no fim do Mundo, estamos no princípio, precisamos de mudar para nascer e criar um mundo novo mais feliz e próspero para todos.
Aliquis

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ceia de Natal dos Trabalhadodres do Centro Social
















Decorreu no dia 3 de Janeiro no Restaurante Náutico, aqui na cidade,
O Tesoureiro António Mota finalizou o tempo de discrsos com estas palavras:

"As melhores saudações aos presentes, trabalhadores, directores, voluntários e convidados.
Deve ser enaltecido o trabalho daqueles que recebem o seu salário no fim de cada mês (até agora nunca faltou).
Sem essa contribuição não seria possível dar continuidade à vida da nossa Instituição. Apesar do receio geral e fundamentado na crise que o país atravessa, julgo saber que as contas referentes ao ano 2009 vão ser satisfatórias.
É de certa maneira, o prémio para o trabalho contínuo e dedicado de todos vós com o apoio indispensável da direcção. Também há um encontro, modéstia à parte! Devemos cada vez mais, mantermo-nos unidos, sem receio de pedir um conselho ligado ao trabalho e desenvolvimento, quando for caso disso, e assim continuaremos orgulhosos e felizes no desempenho em favor de quem mais precisa. Bom ano de 2010.
Um verso para acabar:
Desejando que em 2010, com alegria e emoção a nossa Igreja Nova, tenha a sua inauguração.

sábado, 2 de janeiro de 2010

CONVÍVIO DE NATAL NO CENTRO DE DIA Nª Sª FÁTIMA-VIANA























































CONVÍVIO DE NATAL NO CENTRO DE DIA
O Centro Social e Paroquial de N. S. de Fátima realizou no dia 22 do corrente, como é habitual, o convívio de Natal para os idosos, em que participaram as crianças do Berço, trabalhadores do ADI, Centro de Dia, RSI e voluntários.
 A Direcção esteve representada por alguns membros, Presidente sr. Padre Artur Coutinho, Vice-presidente Dr. Franco de Castro, Tesoureiro Eng.º António Mota, Vogais, Dra. Teresa Barroso, Sr. Gílio Bazenga e Cmte. Oliveira Martins.
O Centro Regional de Segurança Social fez-se representar pela Dra. Luisa Sousa.
O convívio esteve muito animado, houve entre todos, numa demonstração inequívoca de que é salutar o convívio intergeracional proporcionando a uns e a outros ganhos significativos de amor, carinho, fraternidade e experiência.
O senhor Bazenga, vogal da direcção, responsável pelo Centro de Dia, ADI e SAD agradeceu a presença de todos e desejou um Santo Natal e Feliz Ano Novo. Outros elementos da direcção secundaram-no nos votos de Boas Festas.
Um presente de Natal feito pelos utentes do C.Dia para os membros da direcção foi também distruido, assim como lembranças aos utentes.
O convívio terminou com a actuação das meninas e meninos do Berço que cantaram belas canções de Natal ensaiadas pela Educadora Social Rosa Maria.

Cópia de bibliofatima.blogspot.com