AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Ser Padre é ser Pai!...



Ser Padre é ser Pai!...


O padre é pai. E o pai não é proprietário dos filhos. Patrão e pai são coisas diferentes. O patrão pode não ser pai e também não é só por si dono e proprietário porque tudo tem em vista o bem comum.
“O padre não é dono da Paróquia” afirmou D. Anacleto Oliveira na Ordenação do padre Bruno Barbosa, no passado domingo.



Esta é a verdade dos factos que D. Anacleto explicou, mas não disse, a não ser que perdesse a minha concentração que a Paróquia também não é dona, nem patroa dos párocos. Isto é: queremos este e não aquele. O padre não é um objecto, não é algo que se escolhe. O Bispo não é o dono da Diocese, nem a Diocese dona ou proprietária do Bispo.
O Bispo ou o Padre são dons de Deus como a vida de cada um de nós e da nossa própria vocação à qual cada um aceita ou não o chamamento a ser isto ou aquilo.
Só Deus é o Senhor da Vida e da Vocação, por isso, a vocação é uma missão de Deus.
A propósito do Bispo ou do Padre estes são enviados que vão e vêm, vêm e vão. São missionários. Não podemos estar presos a nada, enquanto vivemos e temos que estar sempre à disposição de Deus que através dos oráculos do Senhor, que é o proprietário em absoluto, podem estar sujeitos a este vai e vem, ou vem e vai, por mais santos ou mais generosos que cada um de nós possa ser.
O que se diz a propósito do padre e do bispo, diz-se do leigo que, enquanto comprometido na Igreja, deve estar sempre disponível a pegar e a deixar, sempre fiel à vontade de Deus até para voar para o Além.


O Bispo frisou que na oração descobrimos com mais eficácia o discernimento do nosso modo de estar em igreja. AC

terça-feira, 26 de julho de 2016

Dia dos Avòs


Dia dos Avòs


Olho os vossos cabelos brancos...
Olho os vossos rostos como um livro lindo que conta vidas longas e maravilhosas...
Olho os vossos olhos que revelam emoções da vida fortes e felizes...
Olho  as vossas mãos que afagaram e ofereceram dádivas...
Olho os vossos gestos e escuto as  vossas vozes  de sabedoria...
Olho para vós e sinto que os  vossos corações batem de ternura pela família...
Olho para vós e vejo beleza, verdade e bondade...
Olho para vós e vejo os  filmes das vossas lindas histórias de vida...
Olho para vós e sei que OS OLHOS DE DEUS vos contemplam  como filhos ou filhas...
Olho para vós  e apetece-me dizer:  "Sois bem-aventurados agora e sempre"...
Olho para vós  e ouço: "Felizes os que, com um sorriso gastam tempo a conversar comigo"...
Olho para vós e  percebo:"Felizes os que me ajudam a lembrar coisas antigas"...
Olho para vós e recordo "Os tempos todos da vossa vida"..
Olho para vós e recordo com muita saudade os " MEUS QUERIDOS AVÓS"...
Com muito carinho e parabéns pelo LINDO DIA...
Com muita estima,
José  Rodrigues Lima

2.014

domingo, 24 de julho de 2016

Luís Cameira nas Olimpíadas, no Brasil

Luís Cameira nas Olimpíadas, no Brasil

O nosso paroquiano, desde nascença, o prof. Luís Cameira, treinador vianense de natação é o único treinador vianense a alcançar um título europeu e quem sabe se um título olímpico.




Nesta altura encontra-se ao serviço do S C Braga, e levou uma aluna, a Tamila Holub, a alcançar um título europeu para participar nos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, vai uma vez mais ficar na história da natação nacional, com pódio na nossa cidade, ao ver nadadora que instruiu conquistar o título europeu dos 1500m livres, no decorrer do Campeonato da Europa de Juniores, que decorreu na Hungria, entre 6 a 10 de Julho. 
A nadadora portuguesa treinada pelo técnico vianense, teve uma participação histórica, sendo considerada uma das grandes figuras daqueles campeonatos, ao vencer a prova de 1500m livres, ficando à frente de uma colega alemã e batendo o recorde nacional júnior e absoluto, retirando 18 segundos ao anterior máximo nacional; nos 800m livres, a nadadora alcançou a medalha de prata, entrando para a história da natação nacional, como sendo uma das três nadadoras portuguesas a conquistar tal feito até aos dias de hoje; nos 400m livres, Tamila bateu o recorde nacional júnior, assim como na estafeta do quarteto fez o melhor resultado.
Trata-se de um bom professor e de uma boa aluna.
Nestas andanças do Cameira cruzámo-nos um dia em Frankfurt a caminho de casa, eu de Israel e ele da Colômbia. Foi mais um dos muitos encontros na vida feliz…
O prof. Luís Cameira é, até ao momento, o único treinador vianense a participar nos Jogos Olímpicos e a alcançar um título europeu.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

«Antes da resposta, foi necessário, muitas vezes, colocar as questões correctas».

«Antes da resposta, foi necessário, muitas vezes, colocar as questões correctas».

Bruno Manuel Gonçalves Barbosa nasceu no dia 3 de Outubro de 1991, em Poiares, Ponte de Lima. É o mais velho de três irmãos. Entrou para o Seminário Menor no 7º ano de escolaridade, em 2004, e prossegiu a sua formação no Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo, em Braga. Foi ordenado diácono no dia 8 de Novembro de 2015 e, ao longo deste ano, fez o seu estágio pastoral na paróquia de Santa Maria Maior (Sé). No dia 24 de Julho, às 15.30h, será ordenado presbítero, na Sé Catedral.
Nesta pequena entrevista, falou do seu percurso vocacional e do modo como está a viver este momento.








Quando começou a sentir a vocação ao sacerdócio?
O desejo de ser padre começou ainda na infância, quando tinha sete anos. Depois da minha primeira comunhão, dizia que gostava de me tornar sacerdote para poder dar a comunhão a muitos meninos, porque esta tinha sido uma experiência marcante na minha vivência cristã. Na verdade, este desejo foi aumentando ainda mais com a oportunidade de poder acolitar nas Eucaristias, o que me permitiu observar todos os gestos do sacerdote. Olhava para ele como alguém muito especial e único, com o poder de celebrar este grande mistério: a Eucaristia. Tudo isto me fascinava. E pensava para mim: quero fazer o mesmo que o Senhor Padre faz.

Quem foram as pessoas mais importantes nessa descoberta?



Estou convencido de que as vocações nascem do testemunho de quem já foi chamado. Por isso, foi uma graça contactar com o testemunho de vários sacerdotes que me ajudaram nesta descoberta, nomeadamente o meu pároco actual, Pe. Claúdio Belo, bem como os seus antecessores. A debilidade física do Pe. Manuel Antunes foi importante para perceber que a Igreja necessitava de trabalhadores para a sua seara. A docilidade para com as crianças e idosos do Pe. Tomás Vieira chamou também a minha atenção. Foi com ele que vim para o Seminário. Contudo, a pessoa que mais me ajudou nesta descoberta foi um seminarista da minha paróquia. Foi com o testemunho dele que eu me senti interpelado, que me senti chamado a trilhar o mesmo caminho que ele trilhava. Por outro lado, também foi por meio dele que tive contacto pela primeira vez com o Seminário. No entanto, não posso deixar de frisar o papel fundamental da minha família, especialmente dos meus pais. Foi muito difícil para eles ver um filho tão novinho ir para o seminário, contudo aceitaram sempre a minha decisão. Considero todas estas pessoas uma graça de Deus para mim, contudo, outras foram aparecendo no desenvolvimento deste caminho que o ajudaram a consolidar ainda mais.






De que forma é que o percurso de Seminário o ajudou a consolidar o seu sim?
O percurso de Seminário foi muitíssimo importante para consolidar esta resposta. Mas antes da resposta, foi necessário colocar muitas vezes as questões correctas. Neste percurso foi uma constante a pergunta: Senhor, que queres de mim? Aliás, é uma questão que me há-de acompanhar toda a minha vida. Uma questão respondida muitas vezes com o silêncio por parte de Deus, mas marcada pelos seus sinais. Foi um tempo muito fecundo, tanto no sim quotidiano à sua vontade e ao seu chamamento, como a nível formativo nas suas diversas vertentes (espiritual, intelectual, humana e pastoral). Na resposta ao chamamento de Deus, foi igualmente importante o papel das pessoas que me acompanharam, tanto os formadores e colegas, como os directores espirituais que me ajudaram na consolidação da entrega ao projecto de Deus para mim. 

  



Quais os sentimentos que o habitam nesta hora? 

Uma profunda gratidão e ao mesmo tempo um sentimento de pequenez perante tão grande dom. Sinto-me agraciado por tantas e tantas coisas que o Senhor me tem concedido, sobretudo pela sua confiança em mim. A minha sorte é que Deus continua a apostar naqueles que são mais frágeis e indignos, e, por isso, sinto-me tão pequeno perante tão grande dom. Contudo, sei que Deus precisa de mim; tem necessidade de mim. Olha-me e vê as minhas capacidades e incapacidades. E continua a dizer-me: Bruno, preciso de ti para o Reino, segue-Me. De facto, ao aproximar-se o dia da Ordenação Presbiteral, habita em mim um sentimento de muita confiança e serenidade, no entanto, confesso que, à medida que o dia se aproxima, estes sentimentos se misturam com alguma ansiedade e nervosismo, porque, na verdade, aproxima-se uma hora de graça e de bênçãos, para mim, para a minha família, para a comunidade paroquial de São Tiago de Poiares que me viu nascer e dar os primeiros passos, para a comunidade de Santa Maria Maior (Sé Catedral) que me acompanhou durante o Ano Pastoral, para o Presbítério Diocesano que acolhe mais um irmão e para toda a Diocese de Viana do Castelo que, em pleno Ano Santo da Misericórdia, terá mais um presbítero para o anúncio de Jesus Cristo, o rosto da misericórdia do Pai.






Por vezes, diz-se que os jovens andam afastados da Igreja. De que forma pode a Igreja aproximar-se dos jovens e ajudá-los a descobrir a sua vocação?
Que mensagem lhes deixaria?
A Igreja tem necessidade de se aproximar das gerações mais novas, mas isto não pode implicar que deixe de parte toda a sua doutrina e tradição. A aproximação da Igreja aos jovens faz-se da proximidade com cada um dos jovens, ouvindo cada um dos seus anseios, sonhos, dificuldades e esperanças. Será, como em tudo, uma pastoral próxima e de escuta. Há necessidade de pessoas que ouçam os jovens. Há necessidade de líderes juvenis que compreendam os jovens e que apontem caminhos seguros à luz do Evangelho. Há necessidade de acompanhar os jovens no seu desenvolvimento humano. Há necessidade de colocar os corações dos jovens em contacto com o Coração de Deus. Aos jovens peço para que nunca desistam, mas que arrisquem sempre. Junto deles, a Pastoral Vocacional terá que convocar e provocar, desinstalar os jovens com as questões fundamentais da vida. Uma pastoral do testemunho e de acções, tanto das próprias famílias, como dos párocos e das comunidades paroquiais. Seguir Jesus Cristo no contexto hodierno não é fácil, porque ser hoje padre implica ter presente que há mais incompreensões do que compreensões. Contudo, é desafiante. Sim, o anúncio do Evangelho é feito de desafios, foi assim com os Apóstolos e será assim connosco. Porque teremos sempre consciência de que o “Senhor é meu pastor: nada de falta” (Sl 23,1).  


domingo, 17 de julho de 2016

S. Simão da Junqueira de Mazarefes



A base destes muros devem ser restos da Igreja de S.

Simão da Junqueira de Mazarefes, abandonada pela

invasão das águas do rio Lima.

Assim estes muros sustêm o planalto para a reconstrução

dea memória dessa igreja no século XIX.





Pelo que parece as pedras da antiga igreja serviram para a

construção no Olival da Capela de Nossa Senhora dos

Prazeres, hoje, Senhora das Boas Novas.


Nestes muros aesta base deve ser algo da primitiva igreja...

Jovens em oração para as jornadas mundiais da Juventude

Jovens em oração para as jornadas mundiais da Juventude

O Secretariado Diocesano da Juventude, os Jotas de Viana ontem estiveram em oração com cânticos a Taizé e 92 jovens da Diocese receberam a bênção  do Bispo como envio a participarem nas Jornadas Mundiais da Juventude em Cracóvia, Polónia, onde se deslocará o Papa Francisco...
Os nossos jovens correspondem sabem dizer SIM por causas nobres.
Daqui da Paróquia não vai nenhum. Há os que vão a Taizé e têm ido, mas é preciso que se prepararem também uma representação para as próximas jornadas de jovens desta Paróquia.
Ontem estavam presentes com estes jovens: Os Padres Meira, Christopher, Xavier, Filipe, Pablo, Bruno (Passionista), Arcélio que me lembram e o nosso Bispo.
Da Paróquia estavam jovens do coral, entre  da área de Taizé e mais 3, assim como 6 adultos...
Pessoalmente gostaria que estivesse muita gente porque tudo seria mais estímulo, força e coragem para todos. As grandes obras , necessitam sempre de muita oração, e foi o que fizeram. Para no fim receberem a bênção do envio pelo nosso Bispo D. Anacleto. 






sábado, 16 de julho de 2016

Dar Alma à Vida – XCVI


Dar Alma à Vida – XCVI


Dar Alma à Vida é reconhecer que quem fez o Homem foi o mesmo que fez os animais e as plantas.

Se há homens diferentes, uns são ricos e outros

pobres, têm a mesma dignidade perante o Criador.




Dar Alma à vida é reconhecer que se há que

defender a Vida do homem, há que defender a vida

Natureza, porque o autor foi o mesmo.






As flores do campo e a erva silvestre, os animais de grande porte, os rastejantes pequenos e grandes, os animais do ar, da água e da terra, o Criador os fizeram e deu ao Homem a possibilidade de gerir todas as coisas para o seu equilíbrio.
 Dar Alma à Vida é reconhecer que há uma crise ecológica e que pertence ao Homem criar a harmonia entre tudo, servindo-se para tal do que tecnologicamente Deus lhe permitiu descobrir.
Dar Alma à Vida é reconhecer que o Homem é o 

responsável pelo desequilíbrio, pelo mau uso dos meios que Deus lhe concedeu.




Dar Alma à Vida é verificar que como nasce, morre, que para tudo e para todos há um tempo e este tempo pode ser prolongado não só para o Homem como para tudo o que foi criado. Nada é tão descartável como muitas vezes acontece… num relativismo exacerbado que em vez de trazer sobriedade ao ambiente para criar durabilidade, traz imediatismo que destrói o próprio planeta onde os nossos pés assentam e onde nos movemos e vivemos.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Bruno Barbosa, mais um padre novo na nossa diocese

Este jovem Bruno Barbosa decidiu um dia ser padre porque Cristo o fascinou. Aí está ele. No próximo dia 24 pelas 15.30h., será ordenado sacerdote na Sé Catedral, depois de aí mesmo ter estagiado. Durante o estágio, por vezes, em horas livres deu o seu apoio, sobretudo, na Cadeia... Há que dar graças ao Bom Deus pelo dom que nele vai depositar ao serviço dos irmãos.


Muitos caminhos poderia seguir na vida, mas este da entrega aos outros no ministério sacerdotal foi o caminho que o prendeu e para o qual se sentiu chamado. Responde: "Sim, aqui estou"
Coragem Bruno, pois não estás só. 

aniversário do Centro Social Paroquial de Nossa Senhora de Fátima



Nesta sexta-feira a festa do aniversário do Centro Social

 Paroquial de Nossa Senhora de Fátima...Todas as mais

 diversificadas respostas sociais, utentes, trabalhadores e 

voluntários se reunirão em festa no recinto do Berço junto à 

igreja nova.



quarta-feira, 13 de julho de 2016

398 anos de Carmelitas Descalços em Viana do Castelo.

398 anos de Carmelitas Descalços em Viana

 do Castelo. Encontram-se em novena, com

 procissão de velas amanhã e missa de 

festa no Sábado







Saber ganhar e saber perder





Nestas coisas é importante a




sabedoria para saber ganhar e saber




perder.




A lição da criança portuguesa, é


a lição de saber ganhar ao aproximar-



se de quem sofria a perda...




















Com a Fé não se brinca


Com a Fé  não se brinca

Artigo de opinião
De Manuel Serrão, in JN de 13 de Julho de 2016


Um treinador que acredita firmemente na vitória não tem dias na sua convicção. Cada jogo e cada fase é isso mesmo, apenas uma parte da vitória final. Que se quer inteira e por isso em que o treinador acredita inteiramente. No futebol, por vezes, acontecem milagres. Mas só a quem tem uma fé inabalável na vitória.




1.Com a Fé não se brinca em serviço.
Com a Fé não se brinca. Muito menos em serviço. Acreditar em Deus é fácil. Le­var essa Fé a sério é que já é mais difícil.
Afirmar o catolicismo, num país católico como o nosso, é o pão nosso de cada dia. Ser um católico praticante sem concessões são outros “quinhentos”.
Um apóstolo da Fé é alguém que teve essa felicidade de acreditar e tem a capa­cidade de contagiar os outros com a sua Fé. Que não precisa de fazer da sua Fé um espetáculo, mas que tem uma vida espe­tacular por causa dela.
Ter Fé é uma vivência íntima, que preenche totalmente o interior, mas que só alguns privilegiados conseguem trans­formar em força exterior sem caírem em demonstrações ridículas.
Viver a Fé não é uma experiência pon­tual que se possa esgotar aos domingos e dias santos, ou invocar quando dá jeito ter um ombro piedoso ou uma “mãozinha” por baixo.
Por isso, a Fé não se compra nem se vende, não se negoceia nem se transacio­na, não se aliena nem nos aliena.
Ter Fé é ser testemunha de um milagre. É inexplicável, mas ajuda a explicar mui­ta coisa. Por isso, ter Fé é saber muito mais de nós do que os outros sabem, mas tam­bém é saber muito mais dos outros do que os outros são capazes de saber de si.
2. Com o futebol também não!
Com o futebol não se brinca. Muito me­nos em serviço.
Acreditar que vamos ganhar um Euro é fácil. Levar essa fé a sério é que já é mui­to mais difícil.
Afirmar o patriotismo num país de patriotas, como o nosso, é o pão nosso de cada dia. Ser capaz de nunca abandonar o barco das nossas ideias e convicções quando ao nosso lado os ratos estão todos a fugir e a berrar impropérios, é que já é obra.   
Um treinador a sério é alguém que teve essa visão de vitória, que tem na cabeça o caminho que falta percorrer em conjunto e que é capaz de comandar os seus ho­mens na direção prevista e sem aciden­tes de percurso. Que não precisa de fazer de cada jogo um espetáculo, mas que tem resultados espetaculares por causa disso.
A certeza da vitória é um triunfo ínti­mo, que nos preenche de força o interior, mas que só alguns treinadores conse­guem passar para o grupo sem necessi­dade de manifestações ridículas, ataques soezes ou dispensas inimagináveis. A união nunca nasce da divisão, mas sim da comunhão.
Um treinador que acredita firmemen­te na vitória não tem dias na sua convic­ção. Cada jogo e cada fase, cada oitavo, cada quarto e cada meia é isso mesmo, apenas uma parte da vitória final. Que se quer inteira e por isso em que o treinador acredita inteiramente.
No futebol, por vezes, acontecem mila­gres. Mas esses golos milagrosos, essas substituições milagrosas, esses postes que se colocam milagrosamente entre a bola e o golo, geralmente só aparecem a quem tem a certeza que vai ganhar. Por­que tem uma fé inabalável na vitória.
Por isso, um treinador destes sabe mui­to mais de si do que os outros julgam que sabem e sabe mais dos outros do que o que eles pensam que sabem deles pró­prios.

O Fernando Santos é um treinador des­tes. E é também um homem de Fé. Não é para se rirem. É para aprenderem.

N. B. Nestas coisas é importante a

 sabedoria para saber ganhar e saber

 perder. A lição da criança portuguesa, é

 a lição de saber ganhar ao aproximar-

se de quem sofria a perda...

terça-feira, 12 de julho de 2016

Frei BENTO DOMINGUES

À conversa com… Frei BENTO DOMINGUES
ANDRÉ RUBIM RANGEL


VP – O seu lar familiar foi desde cedo uma ótima escola de fé, a ver-se pela entrega à vida religiosa dominicana do Frei Bento e do irmão, Frei Bernardo. Sentiu-se interpelado e descobriu a vocação através do irmão mais velho? Através de que sinal?
BD – O Frei Bernardo tem mais 3anos e 3 meses do que eu. Foi recebido na Ordem dos Pregadores também antes de mim. Ambos fomos influenciados por um sedutor dominicano brasileiro, Frei Adriano, muito influente em vários movimentos da Acção Católica do Porto. Ele era amigo de um tio meu, chamado Frei Bernardo que se fez dominicano, pouco depois de ter chegado, como imigrante, ao Rio de Janeiro. Esteve 23 anos sem vir a Portugal. A seu pedido, Frei Adriano foi visitar a minha avó que não achou graça nenhuma que, depois de lhe terem roubado o filho, lhe viessem roubar os netos. A pedido do pároco, pregou um tríduo em Nossa Senhora do Livramento (Vilar – Terras de Bouro). Ele era uma tal alegria de Deus – o contrário da religião vinagreira e ameaçadora que então se vivia em toda aquela zona – que, quando me perguntou, na confissão, o que é que eu queria ser quando fosse grande, respondi sem hesitar: quero ser como você. Creio que com o meu irmão Bernardo (chamava-se Domingos) aconteceu algo semelhante, só que ele tinha jeito para tudo e eu não tinha jeito para nada. Mandaram-me guardar as ovelhas e elas escutavam um livro em latim que eu não entendia, mas que achava muita graça. Os meus pais, esses sim: eram uma escola de fé viva e interrogada.
VP – Em 62 anos de vida religiosa há algo de que se arrependa de ter feito? E há algo que ainda não fez, que gostaria de fazer e que acredita / sabe que ainda realizará? Se não fosse religioso e dominicano, o que seria?
BD – Arrependo-me de quase tudo – menos de ser dominicano – e peço a misericórdia de Deus e a da Ordem dos Pregadores na qual fui recebido. Há tanto que fazer, mas já não vou ter tempo. Por outro lado, foram sempre os outros que me disseram o que eu tinha de fazer. Se não fosse dominicano? Seria dominicano.
VP – Os dominicanos celebram correntemente 800 anos de presença em Portugal. Que oito pontos essenciais destaca nesta presença em cada um dos centenários vividos?
BD – No dia 1 deste mês, fiz a conferência inaugural das Jornadas de História da Ordem dos Pregadores (1216-2016), no espaço Corpus Christi, de Vila Nova de Gaia, sobre os principais pontos altos e baixos de 800 anos de história, com o título Missão da Ordem dos Pregadores Hoje. Procurei documentar uma convicção que sempre me acompanhou: quando a investigação teológica esteve atenta aos sinais dos tempos, foi fecunda a pregação do Evangelho. Quando se deixou dominar pelos apelos do poder político-religioso, foi um desastre. Desde S. Domingos, fora do estudo, em actualização contínua, não há salvação para os dominicanos cumprirem a missão que lhes compete, na Igreja e na sociedade, seja onde e quando for.
VP – No início da década de 60 viveu no Porto e estabeleceu uma relação próxima com Francisco Sá Carneiro. O que lhe fica do Porto e realça desta cidade, bem como do portuense e antigo primeiro-ministro?
BD – Quando cheguei ao Porto e me fizeram assistente da Juventude ligada à Igreja de Cristo Rei, por influência do Frei Bernardo, o Vaticano II já era uma preocupação viva e interveniente de uma minoria de jovens e adultos que sentiam a falta de D. António Ferreira Gomes (no exílio). A minha relação com o Francisco Sá Carneiro inscrevia-se nesse movimento. Tornou-se cada vez mais amiga. Entre muitas outras coisas, ele teve influência junto de Marcelo Caetano para permitir o regresso do Bispo do Porto.
VP – Enquanto teólogo, e após ter sido obrigado a sair de Portugal em 1963, voltou a Roma – onde estudou – para acompanhar os trabalhos do II Concílio do Vaticano, até 1965. O que mais lhe marcou na altura e que marca mantém hoje em si, fruto do Concílio?
BD – Ir para Roma, nessa altura, embora por motivos pidescos, foi o melhor castigo que me podiam dar. Já tinha sido um frequentador das audiências gerais, espantosas, de João XXIII. Isso continuou, mas participar nos debates em torno do que acontecia na aula conciliar, com peritos e jornalistas de todo o mundo, deixou-me sempre um devoto de João XXIII e do Vaticano II. Nenhuma decepção do pós concílio me fez perder a esperança na renovação de uma Igreja, serva e pobre, que, se não for para servir os que mais precisam, também não serve para nada.
VP – Nunca teve medo de dizer verdades nem de ser, por isso, confrontado com a então PIDE? Uma afirmação em 1970, das muitas interessantes que teve, foi: “Vem aí o Natal, vão dar-vos pistolas. Não aceitem. Digam: quando formos grandes não queremos andar em guerras” (numa eucaristia com crianças). Sente que foi ouvido e/ou ignorado, num planeta com muitas guerras, ódios, violências, etc.?
BD – Quando fui interrogado pela PIDE, na António Maria Cardoso, por causa dessa homilia, perdi o medo ao perceber que, na altura, não sabiam nada da minha participação em actividades clandestinas contra o regime opressor e a guerra colonial. A loucura da guerra continua.
VP – Na década de 80 fomentou a Teologia da Inculturação, indo em missão e ensinando teologia em Moçambique, Angola, Perú, Colômbia e Chile. O que guarda na memória desses tempos? E em que estado global está este tipo de teologia?
BD – Participei, dentro dos meus limites, nesse trabalho de teologia e pregação inculturadas que se fazia em África e na Améria Latina. Com o Papa Francisco foi retomado esse horizonte e esse método, de modo alegre e criativo. Na memória conservo, apenas, que trabalhei sempre em países atravessados por conflitos tremendos e que a realidade actual não deixa esquecer.
VP – O título do seu primeiro livro, “A Religião dos Portugueses” (de 1988), leva-me a perguntar-lhe como era nesse tempo e como é agora a religião nacional. Estamos a falar de uma mesma religião, duma mesma fé num só Deus? Que fé é esta de que, como povo, somos feitos e o que caracteriza a sua transmissão?
BD – O Padre Tolentino Mendonça queria reeditá-lo. Graças a Deus, hoje, a investigação, acerca do período por ele abrangido, tem-se desenvolvido de forma espectacular. Teria de ser muito revisto. Não sei se vou ter tempo. Seja como for, a “arte portuguesa de ser religioso”, nas suas constantes e variantes, está a concentrar-se em Fátima. E Fátima cada um tem a sua.
VP – Dos seus nove livros publicados, qual aquele que teve mais impacto e que sente que as pessoas, crentes ou não, mais aprenderam e mais se identificaram consigo? E qual é a principal ideia e máxima que escreve nessa mesma obra?
BD – O que sempre me interessou foi isto: só posso crer interpretando e partilhando o que vou vivendo e entendendo desafiado pelo cruzamento permanente entre fé cristã e os fenómenos culturais, sociais e políticos. Houve pessoas e editoras (de modo especial, o jornal Público) que acharam interesse em publicar o que escrevi. Nunca foi iniciativa minha.
VP – De que forma vê a relação atual e dualidade “Igreja – Mundo”, comparativamente ao passado? Como tem sido o mundo da Igreja: tem sabido estar à altura de tudo o que se passa no Mundo e que mais lhe diz respeito?
BD – Neste momento, vivo tão agradecido a Deus pelo Cardeal Bergoglio ter aceite ser o Papa Francisco que, apesar de todo o tecido de oposições que ele encontra, a relação “Igreja-Mundo” está a encontrar caminhos e expressões que vai ser muito difícil apagar da memória da Igreja e da sociedade. Entre João XXIII e Francisco, apesar de todos os invernos, a esperança resiste de forma muito activa.
in Voz Portucalense
Edição de 2016/07/06
http://www.voz-portucalense.pt/