AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

domingo, 28 de agosto de 2016

O Casamento do Manuel Coutinho com Emília Araújo

 O Casamento do Manuel Coutinho filho da Deolinda irmã do meu avô paterno e primo do meu pai. Esta Deolinda casou com um primo carnal. O casamento era do Manuel que casou com uma prima em 2º ou 3º grau, pelo lado dos brasileiros, a Emília, que era prima carnal da minha mãe. O Manuel era tio da Jussara filha única de José que morreu no Brail e sua esposa de origem portuguesa





também. Segue uma foto do José e da Isaura no Brasil...
A Jussara vive em Madureira, Rio de Janeiro, onde trabalha...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Brasão do Fundador do 1º Carmelo de Viana






Brasão no Arco do Cruzeiro(?) nesta igreja, 

hoje paroquial de Nª Sª de Fátima, Viana do

 Castelo, do

 Fundador do 1º Carmelo de Viana do 

Castelo, inaugurado em 1982, Cónego 

Doutorado e jubilado, da Universidade de 

Coimbra,António Correia Seixas. O Brasão 

tem um metro e oitenta centímetros de Alto e

 um metro e vinte centímetros de largo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

OS ORATÓRIOS

OS ORATÓRIOS

Os lugares apropriado para a oração nas casas eram conhecidos por Oratórios.
Nas casas mais antigas e nas de agora, há quem conserve um local com um sinal religioso, um oratório, um crucifixo, uma imagem de Nossa Senhora, ou o Santo de devoção da família.
Antigamente não havia casa em que não houvesse um oratório que era como uma pequena capela para o crucificado, para S Jerónimo ou uma Santa Bárbara, ou outros Santos que nas horas de aflição mais recorria a família.
Era o local mais digno da casa, normalmente na sala onde se recebiam as visitas ou se faziam as festas, os banquetes para a família ou amigos, almoços de bodas, ao lado do quarto destinado aos noivos. Quando a sala era pequena, então era feita a boda debaixo de uma latada…








Eram sinais simbólicos que muitas vezes até serviam de decoração e de gosto.  À frente do oratório colocavam uma, duas velas, ou/e flores.
Em situações difíceis da família, em frente ao oratório, rezava-se para obter as graças que pediam. Alguns enriqueciam o oratório com estampas de santos e santas, de várias invocações de nossa senhora. E as graças lá vinham!...
Hoje, com a materialização da sociedade estão em queda livre.
Algumas casas nem um simples sinal religioso têm, apesar de pedirem ao sacerdote a bênção da casa. Quer dizer que não estão alheios de todo à religião, mas talvez com uma fé pouco esclarecida, pouco coerente ou com preconceitos em se afirmar.
Tenho viajado por quase todo o mundo e encontro oratórios dentro de casa, ou à porta. Vi em países budistas e hindus pequenos altares, como símbolo da sua religião no logradouro da casa, à sua frente. À frente da entrada tinha o seu significado religioso, embora diferente do nosso.














Também há muitas casas por este mundo fora que dentro tinham ou têm um oratório e têm até junto a uma das janelas da casa alguma estampa em azulejo ou algum oratório embutido na parede de casa ou no muro do quintal.
Esta iniciativa é mais velha que “a sé de Braga”, mas no entanto, foi na idade média que começou a ser vulgar. Um armário, era uma minicapela.
Umas mais simples outras mais artísticas, conforme as posses da família.
Agora continuam-se a vender com novas formas, com novos materiais e melhores preços porque oratórios antigos em madeira hoje custariam muito dinheiro.
O oratório era como o sacrário da casa, da família, mas sem santíssimo.
Hoje já se vê como decoração do oratório o crucificado, o ressuscitado e lugar de uma bíblia.

No século XVI tiveram grande implementação através da Congregação do Oratório, “ fundada por São Filipe de Néri. Assim como S Inácio de Loiola da companhia de Jesus e os  irmãos hospitaleiros de S João de Deus, os Florentinos… como resposta aos protestantes colaboraram na incrementação desta iniciativa, através dos oratórios que não precisam de licença  do ordinário Diocesano, do Bispo. Apareceram também as capelas privadas que precisavam dessa licença, ou capela semipúblico, isto é, privadas com culto aberto ao público. Também existem oratórios que são documentos históricos importantes. Alguns estão recolhidos em museus, mas também não existem registos nem religiosos, nem civis destes documentos familiares. O mesmo se diga a propósito de algumas capelas particulares cheias de arte, vandalizadas para perderem o valor documental e consequentemente o seu valor material, às vezes com interesses inexplicáveis.

As Alminhas

Alminhas
Uma cruz é vulgar com flores ou sem elas aparecer em todo o mundo, em locais onde houve mortes, acidentes ou crimes…Tragédias…
Em Portugal e não só, a partir do século XVIII, aparecem as alminhas, especialmente junto de cruzamentos ou entroncamentos de estradas ou caminhos, nas aldeias ou nas cidades.
Uns mais elaborados do que outros.
Parece que esta cultural popular é única no Mundo, e só existe em Portugal, segundo o historiador António Matias Coelho. Não é bem assim. Já vi e tenho registos do sul,  onde é muito frequente também é no sul de Itália, na Alemanha, Bélgica, Espanha e em outros países de raiz católica ou não, agora não me lembra. Estar à procura desses meus registos é complicado. Houve talvez os que se varreram da memória digital ou engolidos por algum vírus repelente. Os que encontrei publico-os…
Esta é uma manifestação de religiosidade popular à volta da morte.
Às vezes aparece este pedido:
“Ó VÓS QUE QUE ESTAIS PASSANDO
 LEMBRAI-VOS DE NÓS,
 QUE ESTAMOS PENANDO.”

Ora algumas “Alminhas” são verdadeiros monumentos arquitectónicos populares, fazendo parte do nosso património.
Há capelas, nichos, padrões isolados ou em paredes junto de casas ou muros de quintais e, sobretudo, junto de cruzamentos de atalhos, caminhos, ou mesmo ruas.
Em Dem, assim se traduzia que qualquer lavrador que passasse com um carro de milho para desfolhar em casa, deixava em cada nicho ou numa capelinha da Casa da Cerejeira de Cima, por exemplo, umas espigas. Outros deitavam esmolas em dinheiro e o proprietário das “Alminhas” colhia e entregava o dinheiro para mandar celebrar missas pelas Almas do Purgatório.
Também era vulgar ver deixar flores, ou acender velinhas, ou deixar lamparinas de azeite, ou ao passar à sua frente os homens tiravam o chapéu e as senhoras benziam-se, rezavam… Nos funerais, o cortejo fúnebre parava e o sacerdote era obrigado a rezar um responso pela alminha do cadáver que ia no féretro. Este último pormenor era obrigação popular determinante para a salvação do falecido que tinha de percorrer o caminho que sempre fazia de casa para a Igreja. Em algumas aldeias era necessário carregar às costas o féretro, ou usar uma padiola ou utilizar o carro de bois, mas este era menos usual.


Segundo o historiador da Chamusca e citado atrás ninguém pode ignorar este património e por mais laico que seja o Estado, devia haver um registo de todas as alminhas, algum historial de localização deste património.





































Esta tendência segundo o mesmo autor vem já dos gregos e dos romanos, do paganismo, dos deuses dos lares, dos penates e dos héstias; eu diria que vem já dos Celtas, pois a um canto dos cruzamentos os celtas punham fogueirinhas, luzeiros, para as “almas penadas” (que andavam de noite) não se perderem.
No entanto, a civilização grega e romana também colocava em locais de catástrofes, ou mortes acidentais ou criminosas um símbolo pagão que os cristãos substituíram por cruzes, cruzeiros ou outros símbolos que marcavam o lugar com reverência e respeito cristão.
No nascer e no morrer todos somos iguais. Nascemos nus e morremos como nus ficássemos de todo o bem material, até da roupa pode acontecer.
Em algumas religiões, o corpo cadáver é envolvido num lençol e enterrado.
Quando nascemos alguém nos aconchega, mas na morte, todos, pobres e ricos fogem de nós porque entramos em putrefacção e começamos a cheirar mal podemos ser um perigo para a saúde público. Há que enterrar ou queimar. Já não se levam para o monte para alimentar os abutres. Aqui, também tanto vale ser pobre como rico, todos somos iguais e nem os ricos levam nas mortalhas levam bolsos, ou se levam fatos os bolsos vão vazios a menos que, por engano, levem algum tesouro.
Nas alminhas que vemos pintadas ou esculpidas nos caminhos, ou nos altares de igrejas, figuras curvadas ou de pé com mãos erguidas ao Pai eterno, a nossa senhora e… no meio das almas aparecem bispos, frades, famílias poderosas que vem corroborar aquilo que ficou dito: na morte não há rico nem pobre, somos iguais.
Segundo o dicionário, alminha é uma alma pequena. Alminhas no plural, referimo-nos, sobretudo, aos monumentos que encontramos nos caminhos ou nos altares das igrejas e capelas com um recipiente para esmolas. No entanto, alma é ar, sopro, respiração, princípio vital e religiosamente é a parte mortal do ser humano, é pessoa, indivíduo, índole, vida consciência, espírito, essência, fundamento, centro de gravitação.
Hoje este património material e imaterial está desacautelado, muitos estão abandonados, cobertos de silvas, destruídos por vandalismo, o que representa o deixar de ter significado o passado o vivermos uma cultura vandalizada por um novo tipo de paganismo, de uma vida sem Deus e de desprezo por todo o passado que fez a história do que hoje somos…