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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Viana do lado de lá


Viana do lado de lá

A falar de Viana, não sei se seria melhor falar do lado poente, do lado nascente, do lado norte ou do lado sul.
Viana é contemplada sobretudo do lado sul, de Darque, da entrada na Ponte nova, ou da Ponte velha.
No entanto, em cada dia há sempre uma Viana remoçada seja de que lado for, e sobretudo, do lado nascente para onde se expande mais, ou para o poente que pode ser observada do mar-alto.    
Esta Viana do lado de lá é onde eu gostaria de estar para observar aquilo que me vai no coração, na alma de quem vive a cidade dos homens e neles pensar em elevá-los à dignidade e ao nível que todos ansiamos por uma cidade cada vez maior, mais bela, mais pacífica. Do norte ao sul, da nascente ao poente se quer como uma grande família, onde todos dêem as mãos para marchar em frente pelo bem-estar de todos e cada um.

 Acordei eu!...
Sou suspeito para falar de Viana porque Viana é a terra onde a “minha alma gentil” camoniana, gravita. Para além disso “sou sujeito a estas distrações, a este sonhar acordado. Que lhe hei-de eu fazer? Andando, escrevendo, sonho e ando, sonho e falo, sonho e escrevo. Francamente me confesso de sonâmbulo, de solilóquio, de... Não, fica melhor com seu ar de grego (hoje tenho a bossa helénica num estado de tumescência pasmosa!); digamos sonílogo, sonígrafo... A minha opinião sincera e conscienciosa é que o leitor deve saltar estas folhas, e passar ao capítulo seguinte, que é outra casta de capítulo” segundo “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garret.
Virando a folha sentirá outra aragem, outra doçura, outro ambiente, outro conteúdo que o fará descer mais à realidade.
Acredito no outro lado do meu lado seja esquerdo ou direito, da frente ou de trás. É o lado da minha sombra. Sou eu. É a minha terra, o meu berço, a minha pátria, o meu torrão, o meu lar, porque Viana está no meu coração.
Olho para o rio e ao contemplá-lo gostava de cantar com o meu lado:
A água do rio Lima
Foge que desaparece;
Nem a água apaga a sede
Nem o meu amor me esquece.


A água do nosso rio
Bate toda em cachão,
Assim batem as penas
Do meu coração. (Cancioneiro da Serra de Arga)

Assim como a minha terra Mazarefes que é Viana, assim o meu outro lado que cantava a saudade:

A carta que te mandei
Foi escrita à candeia;
Com suspiros foi fechada,
De saudades vai cheia.

As cantigas são saudades,
Quem canta, saudades tem;
Quem canta para esquecer
É certo que lembra alguém. (Cancioneiro da Serra de Arga)










O outro lado é o outro ao qual eu quero sair ao seu encontro, para, de mãos dadas construirmos, lado a lado, a cultura vianense e criarmos uma comunhão que conduza a uma maior beleza desta cidade, desta terra que se chama Viana. Quem a visita esquece o outro lado por entrar na nostalgia de tudo o que é belo, desde o ambiente até à alma vianense de todos os outros que fazem uma festa e sabem acolher com alegria e amor quem chega.
Quero deixar de lado a mitologia do esquecimento, bem como a lembrança de Estrabão e estar ao lado do lutador romano, destemido e impulsivo, Júnio Bruto, sem esquecer o nosso lado da raiz límica, desde as suas nascentes, a 975 metros de altitude no monte Talariño, do lado poente, nas costas das nascentes do rio Sil, no Sarreaus, Couso (…) o rio, não do esquecimento, mas da lembrança, do encanto porque era terra do bem fascinante guardada na memória do coração de todos os que aqui chegam.
Tinha razão Júnio Bruto que, então, é mesmo verdade: “Quem gosta vem, quem ama fica!”
Tudo o que Deus fez é belo, mas para mim, Viana é o meu lado mais nobre, depois de Deus que adoro.
Viana é a terra do coração.

Padre Artur Coutinho







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