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sábado, 30 de novembro de 2019

José Gonçalves Barreto VS Adelina de Carvalho de Matos

José Gonçalves Barreto VS Adelina de Carvalho de Matos
O José Gonçalves Barreto, filho de António Gonçalves Barreto, ferreiro no lugar da Regadia, freguesia de Mazarefes, e de Maria Vieira Lopes, também da Regadia, lavador de Carros, numa Oficina da Rua de Aveiro, onde é agora o Pingo Doce casou com Adelina de Carvalho de Matos, filha de Francisco Moreira de Matos, da Casa dos Cirurgiões e de Adelaide Alves de Carvalho, da família dos Carvalhos da Banda do Carvalho de Mazarefes, do Rio do Ribeiro, lavadeira, jornaleira e mãe de 10 filhos: Laurinda, casada em França com Jacques, sem filhos; José de Carvalho Barreto, soldador, casado com a Rosa Ferreira Costa Barreto e pai de três filhos e avô de 5 netos; Manuel, casado com Rosa da Conceição Carvalho de Torre Barreto, pai de 3 filhos e avô de 2 netos; Jorge, já falecido no Canadá e casado com Conceição de Freitas Lima, deixou uma filha casada com um italiano e 3 netos; Irene, casada com Adriano de Sá Gonçalves, mãe de 3 filhos e avó de 6 netos; Laura, casada com Constantino de Sousa Carvalho, primo, neto do Mestre da Banda de Mazarefes e sem filhos; Arminda, casada com Manuel de Jesus Dias e com dois filhos; Maria, casada com José Rodrigues Portela, com 2 filhos e 4 netos; Teresa, solteira e sem geração; Maria Cecília, casada com José Manuel Barreto Castelo, mãe de filhos. Sendo avô de 17 netos e 20 bisnetos, mas esperam-se mais bisnetos.
Estes pais, do pouco que tinham, ( ainda conseguiam partilhar) com os pobres. Vi eu, muitas vezes, a tia “Adelina troca”, (alcunha do marido) a dar aos pobres que andavam de saco às costas a abrir o seu lencinho e do canto do lenço tirar das moedas que tinha para partilhar com o outro. Esta senhora sempre foi para mim uma referência pela sua dedicação aos outros, sempre a trabalhar… Um dia encontrei-a, nos restos da vida dela, a trabalhar numa leira junto à casa do carpinteiro Simplício, juntos aos Calistos, já com idade quase nonagenária. O marido sempre o reconheci como uma pessoa de trabalho. Fora da hora de trabalho ajudava o ferreiro Pinto numa oficina que hoje só tem o espaço, (destinado a uma rotunda?), no entroncamento da estrada de Viana a Barroselas com a ligação com a estrada de Darque a Ponte de Lima, conhecida pela estrada das Boas Novas (por passar pela Capela de Nª Sª das Boas Novas) e centro da freguesia, muito sofredor das vias respiratórias devido às humidades, mas também o cigarrinho não o ajudava nada, talvez, por isso, tenha falecido cedo aos 58 anos, em 1968, pois tinha nascido em 1910. Deixou a Adelina Carvalho, mãe de seus filhos ainda com muitos encargos para educar tantos filhos, o que fez com eficácia, à custa de muito trabalho e bom exemplo e com a ajuda dos filhos mais velhos.
Apesar de tudo educaram 10 filhos para a sociedade, dando-lhes tudo o que podiam para que fossem, na vida, pessoas dignas de honra como o foram e procuram transmitir isso aos netos e bisnetos.
A “ Tia Adelina”, viúva, trabalhou até ao fim entregando a sua alma a Deus em 2012, quase a um mês de fazer noventa anos, nascida em 1912, depois de 44 anos do seu marido. Agora, no Céu, ambos gozam o sono dos justos, na eternidade de Deus Pai.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Acolher deve ser um dos frutos da espiritualidade

Acolher deve ser um dos frutos da espiritualidade
Acolher é amor. Só o humilde é capaz de acolher quem chega, seja quem for, pois pode ser aquela pessoa que precisa mais de mim, e sem saber que um dia ela poderá dar mais do que eu lhe dei. Seja quem for ainda que por mal, pois já nós, e não só, sentimos a dor de uma arma caçadeira apontada a 5 metros, de uma pistola pousada sobre uma secretária, ou de uma arma dentro de um saco, ameaçadora, do tudo ou nada, à nossa frente.
Só pode acolher bem quem for humilde. Só o humilde é capaz de amansar o violento, o degradado, o esfomeado de sede e justiça, sem quebrar o diálogo. São muitas experiências pela qual o gesto pode passar na vida, mas acabamos por sentir felicidade, descobrimos uma espiritualidade grande. Despertamos que a vida só tem sentido dentro da fraternidade, como filhos do nosso pai, ou de algo absoluto, transcendente, oculto que não vemos, mas acreditamos. Esta espiritualidade leva-nos a aliviar o sofrimento e a compreender que as nossas dores não são só nossas, são de todos, da humanidade.
Eis o grande desafio à espiritualidade, e apesar de tudo, continuar a acreditar.
Esta é a espiritualidade alicerçada na fé sem deixarmos cair os braços ou pôr de lado o resto e esperar pelo fim. Deus dá-nos sempre com as duas mãos e com o seu amor o que precisamos para conseguir os objetivos que pretendemos e a crença de que não estamos aqui para sempre, mas, de passagem para um além muito melhor e superior desde que, nos momentos das horas do dia-a-dia, de mês a mês, de ano a ano queiramos voar. Deus facilmente esquece as nossas fraquezas. Se ficarmos envolvidos nos nossos rancores, aí está o pecado.
A espiritualidade é ter consciência que somos a parte de um todo que é Amor! Que somos Obra de Deus!...
O mundo em que vivemos nos últimos tempos é um mundo da materialidade, da técnicociência maravilhosa que dispomos mas, com inteligência, com a crença de que só haverá tragédia se formos orgulhosos e não investirmos na oração e no uso justo da liberdade.
Caso contrário, vasta olhar para os noticiários que nos deixam tristes e podem-nos levar á tentação de um mundo de loucos.
Com a espiritualidade procuramos compreender e encher o nosso peito, não para o desânimo, mas para a nobreza, de uma alma com dignidade próxima do divino. É infeliz a autoridade que recusa ser discípulo e o discípulo que recusa ser autoridade.
Amigo é, no espírito, em que está toda a verdadeira grandeza. A simplicidade do espírito é visível na nobreza e ela cresce com o retiro de nós mesmos.
Não poderemos ter uma alegria espiritual em pleno se não formos justos e fizermos crescer a virtude da humanidade na nossa vida. É verdade porque quanto mais nós nos despirmos do nosso orgulho, da nossa vaidade, mais resplandece a luz do nosso espírito. É na nossa pequenez que podemos trazer o céu a todas as almas.
Com o nosso orgulho, rancor e vaidade repelimos os outros, até o próprio céu. Estes sentimentos são gestos do diabo que devemos lutar para o afastar para longe de nós.
A grandeza de uma alma não está na grandeza intelectual, mas na grandeza espiritual, sem esperar um prémio porque a sua recompensa virá depois com a alegria própria de um justo.
O “Caminho” de Mons. Escrivão, já canonizado, é muito rico de princípios para uma vida espiritual.
A alegria espiritual só pode vir não da fisiologia, mas do sobrenatural, aquela que procede do abandono de nós mesmos nos braços do nosso Pai comum.
Quando a dor te abate é porque a recebes com cobardia.
Não podemos distinguir “pelo tamanho das sementes que darão ervas normais das que vão produzir árvores centenárias”.
O “Caminho” de S. José Maria Escrivã pode ser um grande livro de cabeceira ao lado da Bíblia.
A espiritualidade conduz-nos ao acolhimento, à tolerância, à liberdade, ao respeito, à solidariedade, ao compromisso.
Uma lição dos meus primos
Artur Coutinho

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

“Somos Igreja que acolhe”


“Somos Igreja que acolhe”


Este é o tema da carta pastoral do nosso Bispo que se encontra à venda e também temos nos nossos serviços, custa uma ninharia…
Depois de Evangelizar e agradecer, vem o Acolher…
Não sei se deveríamos ter começado ao contrário porque nada na nossa vida deve começar sem um acolhimento adequado a cada ser porque depois de bem acolhido mais facilmente acredita na evangelização e sente-se obrigado a agradecer.
Antes de tudo o que é mais importante é acolher, precisamos de saber acolher. No acolhimento que significa dar colo, colinho, isto é, colar e não dividir ou encolher. É activo e não passivo. É o regaço da mãe é o colo da Virgem Maria com seu filho descido da Cruz morto e o colo de Deus sempre activo, positivo, querido e amado. É difícil dar colo ou regaço a um adulto, à primeira vista, mas se fizermos uns aos outros aquilo que Deus quer, isto é, ver o Outro com os olhos de Deus e já arranjamos um regaço quando fizer falta, seja criança ou adulto e qualquer que precise e sem preconceitos.
Abrigar alguém, recolher, agasalhar, amparar, proteger, amparar é acolher. Acolher é um abraço forte que confirma paz, confiança, amor, carinho e segurança. É mais forte que o dar a mão, qualquer palavra ou gesto, mas o conjunto é possível ser sinal de um bom acolhimento.
Acolher é dar. “Há mais felicidade em dar que em receber (Act 20,35)”
Ao longo da vida todos precisamos de colo porque o contrário podemos criar rotura e pode não dar, mas também nunca receber. Todos estamos preparados para acolher? “Somos Igreja que acolhe” porque dar colo é fortalecer as relações entre os familiares e entre os humanos, entre qualquer um da Comunidade diocesana e abertos aos que chegam de fora, sejam de que raça for, política ou credo, pobre ou rico. Se alguém precisa, cada um de nós é chamado a  Acolher… “Alegrai-vos com os que estão alegres, chorai com os que choram (Rm 12,15)”
Dar colo é ajudar a dormir a criança, o idoso ou o doente, a minimizar a solidão e a aflição dos que sofrem.
Todos nós somos dependentes e precisamos de estímulos, ou então, as pessoas serão resignadas e infelizes. Deus não quer ninguém infeliz.
A vida começa para todos assim no colo, no regaço, entre o joelhos e a cintura, no colo, entre a cintura e o peito e pode acabar do mesmo modo…
Aqui na Paróquia existe o Berço, onde se dá colo…Ele existe para dar colo uma vez que bebés e crianças não têm colo da mãe natural. Nós temos de tomar o lugar da mãe, ou dum pai para o seu crescimento normal de qualquer humano, filho de Deus.
O Refeitório Social onde se come e se faz higiene como pessoas nossas irmãs em aposentos normais. Não é a sopa dos pobres, mas o pão, a sopa, o prato normal, a sobremesa, quantas vezes um afago, um conselho ou um dar a mão sem olhar a quem. “Não pagueis o mal com o mal, mas preocupai-vos em praticar o bem para com todos os homens; se for possível, quanto de vós dependa, vivei em paz com todos (Rm 12,14) ”
Agradecemos a Deus esta dádiva de Amor de muitos dados a estas crianças abandonadas, maltratadas, de famílias desestruturadas, vítimas de violência de todas as espécies. Este louvor é “A acção de graças: Parte da «visão espiritual, de fé profunda, que reconhece aquilo que o próprio Deus faz» pela evangelização «e simultaneamente, (…) brota de um coração solícito pelos outros.”
Sentimo-nos gratíssimos pelas oportunidades que Deus nos vai dando para amar derramando sacrifício, ascese, oração, esforço, cansaço, renúncia e até a própria vida porque a felicidade e autenticidade da vida dá-nos alegria e o prazer do dever cumprido e a leveza de consciência para dormirmos melhor e alcançarmos o bem pelo qual lutamos. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e acontecer-vos-á. S. Paulo recomendou: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração (Rm 12,12)”
                                                                                                                                         Padre Coutinho