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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Luís Vila Afonso (foto 1)

Luís dos Santos Vila Afonso, ex-membro do Conselho Paroquial de Pastoral, atingiu o Jubileu da sua carreira e no despacho 121/SERE/93, publicado no DR-2ª série n.º 159, de 09/07/1993, foi-lhe prestada pública homenagem pelos 50 anos de serviço à causa pública.
Do mesmo modo, o Ministro da Educação, através do Desp. 173/ME/93, distinguiu-o com a carta de reconhecimento pelos bons serviços prestados.
Também o Governo Civil do distrito de Viana do Castelo promoveu um jantar onde participaram muitos amigos numa homenagem muito justa.
De facto, Luís Vila Afonso, natural de Bragança, trabalhou 44 anos ao serviço do M. da Educação, em Bragança, Lisboa, Viseu e Vila Real. Foi Director Escolar deste Distrito desde 1957, cargo que já anteriormente exercia em Ponta Delgada. Para além de 6 anos de serviços administrativos, exerceu funções docentes leccionando Didáctica Especial e Legislação e Administração Escolar.
Vila Afonso é sem dúvida uma pessoa de verticalidade, educação esmerada e trato fino, dedicando-se à causa com esmero e rectidão, e bem se pode apontar como exemplo a seguir.
Setembro 1993

Dr. Luís Vila Afonso

Dr. Luís Vila Afonso, nasceu no dia da criança de 1923 em Sta Maria da cidade de Bragança, filho de João Alfredo Afonso, Chefe de Conservação da Junta Autónoma de Estradas e de Maria dos Prazeres Santos Vila, doméstica. Fez a Escola Primária e completou-a em Bragança, assim como o 7º ano liceal. Concorreu para a função pública e foi parar a Lisboa até porque queria continuar a estudar. Tendo tido problemas de saúde, voltou para Bragança, e trabalhou na Direcção de Estradas de Bragança ao mesmo tempo a tirar o Curso de Magistério Primário.
Acabado o curso, casou com aquela que já tinha conhecido no Liceu, a D. Esperança do Céu Garcia, de Miranda do Douro e foi para o Concelho de Alijó, do distrito Vila Real, assumir funções de professor.
Depois, por concurso, foi para Cinfães, do distrito Viseu, depois para Valpaços, de Vila Real. Aí foi-lhe dirigido um honroso convite para professor de Didáctica Especial e Legislação Escolar, no Magistério Primário de Bragança, sendo, dois anos depois, convidado para Adjunto Escolar da Direcção de Ponta Delgada, Açores para onde seguiu acompanhado da sua esposa, esta com pedido de licença ilimitada.
Em Ponta Delgada foi nomeado Director Escolar. Estas nomeações foram sempre aceites com certa contrariedade porque razões familiares não permitiam tantas mudanças. Era casado e só em Valpaços a D. Esperança pôde trabalhar junto do marido.
Manteve-se em Ponta Delgada quatro anos. Após esse tempo, foi mandado em destacamento para assumir a Direcção Escolar de Viana do Castelo, pelo Secretário de Estado, Dr. Rebelo Sousa, pai do actual Dr. Marcelo Rebelo de Sousa e, seguidamente, nomeado Director Titular deste Distrito, onde esteve até à aposentação, isto é, desde 19 de Outubro de 1957 a 1 de Junho de 1993. Para aquém da Revolução de 25 de Abril ainda se manteve 18 anos, o que significa que Vila Afonso foi um funcionário do Estado com um carácter e personalidade independentes da política, tão legal e humano que nunca os políticos tiveram razões para o contestar, tanto antes como depois do 25 de Abril.
O Dr. Luís Vila Afonso foi sempre um homem correcto na sua vida profissional, bom marido e bom pai de família. A D. Esperança deu-lhe dois filhos: a Luísa e o Luís. A Luísa está formada, é médica, com especialidade em Patologia Clínica, casada, por sua vez, com outro médico, Dr. Valério Leite, com a mesma especialidade e ambos gerem o Laboratório Vianalab, à Rua da Picota. O Luís é Funcionário Público nesta cidade e é solteiro.
Um homem que foi Director Escolar 38 anos, quase na totalidade em Viana do Castelo, não pode passar desapercebido à população distrital. Quando chegou à reforma não aceitou homenagens, mas parece que um homem destes não deveria Viana deixar cair no esquecimento, pois não haverá ninguém nesta região que melhor a conheça, desde a fome à riqueza, desde o saber à ignorância, desde as subestruturas escolares ao desenvolvimento escolar. Uma vez, junto do Ministro Veiga Simão, eu o vi aplaudir este ministro, na vila de Caminha, quando o referido ministro disse que “onde houver uma criança, tem de haver uma escola...”
A filosofia agora pode ter mudado, talvez tenha o seu lugar, mas naquela altura era assim que se pensava porque no interior havia muitas crianças que não tinham acesso ao ciclo complementar da 5ª e 6ª classe.
Dr. Vila Afonso, para além de ser um funcionário exemplar, aliás uma exigência da sua própria maneira de ser e duma consciência cristã e moral bem formada, dedicou-se muito à Igreja. Foi da JAC em Bragança, da JOC em Viana, Cursista de Cristandade, membro do Senado Paroquial no tempo do Padre Neiva, membro do Conselho Paroquial de Pastoral de Nª Sr.ª de Fátima, tesoureiro do Ozanan – Centro de Juventude e ainda hoje é membro da Direcção do Centro Paroquial de Formação, participando em encontros e, sobretudo, nos encontros de carácter social, como aconteceu já por duas vezes, em Fátima e no Porto, como membro da Rede Europeia Anti-Pobreza, pelo Centro Social da sua Paróquia.
Mas, a propósito deste perfil religioso, o mais interessante é que durante o seu desempenho profissional nunca deixou de insistir no cumprimento do programa, tendo em conta as aulas de religião e moral nas escolas.
Viana não pode esquecer o Dr. Vila Afonso como um Director Escolar que, tendo sido funcionário público como tantos outros, nunca abdicou do seu dever, como gestor, sempre cumpridor, numa área tão difícil, a da educação. E não sendo Vianense de nascimento, foi alguém que adoptou Viana e o seu Distrito, onde deu o melhor que pôde e sabia da sua vida ao longo de 46 anos, bem merecia que as entidades responsáveis por esta terra lhe reconhecessem o mérito apesar dos louvores que saíram no Diário da República por ocasião da sua passagem à reforma.
Julho 2003


Esperança do Céu Garcia e a Língua Mirandesa – Foto 108

Esperança do Céu nasceu no lugar de Aldeia Nova da freguesia e concelho de Miranda do Douro, em 06 de Abril de 1924, frequentou a escola primária em Sebadelhe, concelho de Vila Nova de Foscoa, distrito da Guarda, estudou e concluiu o terceiro ciclo dos liceus no Liceu Nacional de Bragança, cidade onde se diplomou com o curso do Magistério Primário, em 1946. Exerceu actividade docente nos distritos de Bragança, Vila Real, Ponta Delgada (Açores) e Viana do Castelo. Aqui exerceu a docência no ciclo complementar na escola do Carmo e no elementar, na escola da Avenida, onde se aposentou em 1991.
Casou com Luís dos Santos Vila Afonso em 1949 na cidade de Bragança e fixou residência em Viana do Castelo em 1957, acompanhando o marido que veio exercer funções de Director Escolar deste Distrito e de quem aqui já nos referimos por duas vezes.
Era filha de Augusto César Garcia, professor, com docência nos distritos da Guarda, Bragança e Viana do Castelo. No distrito de Bragança, exerceu actividade docente e foi Delegado Escolar do concelho de Vinhais, funções que deixou para se aproximar de sua filha Esperança, concorrendo em 1958/59 para a escola de Afife-Viana do Castelo, onde se aposentou, fixando residência no lugar do Calvário da freguesia da Meadela, onde faleceu. A sua mãe chamava-se Ana Rosa Raposo, doméstica (também já falecida).
Teve um irmão o José do Nascimento Garcia, Engenheiro Agrónomo, que exerceu actividade em Moçambique, Mirandela, distrito de Bragança, e Vila Real; casou com Maria Luísa Horta Salvado, professora nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo (nas escolas de Meadela e do Carmo, onde se aposentou) a residir na zona da Abelheira desta cidade e pai de 4 filhos: Ana Luísa, casada, com Nuno e com residência em Lisboa; José Paulo Garcia, casado com Teresa, a residir em Afife – Viana do Castelo; Maria Clara e Rita Maria, solteiras, com actividade e residências no Porto. Teve também duas imãs: a Ana Maria Garcia, gémea com Maria Fernanda Garcia (já falecida), solteiras e ambas professoras, com docência nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo, aposentadas na escola do Calvário da freguesia de Meadela, com residência na mesma localidade. Cristãs católicas por convicção, muito comprometidas e dedicadas ao serviço da Igreja e com profundos conhecimentos teológicos.
A D. Esperança é mãe do Luís Nuno, solteiro, natural de Bragança, exercendo funções na Tesouraria da Secção de Finanças de Viana do Castelo e Luísa da Conceição, casada com Valério Leite, natural de Viana do Castelo, médica no Hospital de Espinho, a residir em Mira Mar. O seu marido também é médico.
A D. Esperança ainda não esqueceu a língua materna, o mirandês, dialecto asturioleonês falado por 5.000 pessoas dos cerca de 15.000 habitantes dos concelhos do Douro e Vimioso. Um dia escreveu ao pároco em Mirandês o seguinte, sobre formação de cultura religiosa, em que costuma participar, organizada pela Paróquia de 15 em 15 dias.
“Bônas noites:
Tengo a dezirbos que gostei muito de benir à la doutrina aqui à la casa del cura, mas agora já me gustabam las férias. Gostei muito de todos bós e aprendi muito cum bosco.
Pal’anho tenem os de benir outra beze para ber si ficamos a saber tanto cumo ti cura”.
O governo elevou o mirandês à categoria de língua oficial naquela região.
P. C.
Junho 2006



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