OS ORATÓRIOS
Os lugares apropriado para a oração nas casas eram
conhecidos por Oratórios.
Nas casas mais antigas e nas de agora, há quem
conserve um local com um sinal religioso, um oratório, um crucifixo, uma imagem
de Nossa Senhora, ou o Santo de devoção da família.
Antigamente não havia casa em que não houvesse um
oratório que era como uma pequena capela para o crucificado, para S Jerónimo ou
uma Santa Bárbara, ou outros Santos que nas horas de aflição mais recorria a
família.
Era o local mais digno da casa, normalmente na sala
onde se recebiam as visitas ou se faziam as festas, os banquetes para a família
ou amigos, almoços de bodas, ao lado do quarto destinado aos noivos. Quando a
sala era pequena, então era feita a boda debaixo de uma latada…
Eram sinais simbólicos que muitas vezes até serviam de
decoração e de gosto. À frente do
oratório colocavam uma, duas velas, ou/e flores.
Em situações difíceis da família, em frente ao
oratório, rezava-se para obter as graças que pediam. Alguns enriqueciam o
oratório com estampas de santos e santas, de várias invocações de nossa
senhora. E as graças lá vinham!...
Hoje, com a materialização da sociedade estão em queda
livre.
Algumas casas nem um simples sinal religioso têm, apesar
de pedirem ao sacerdote a bênção da casa. Quer dizer que não estão alheios de
todo à religião, mas talvez com uma fé pouco esclarecida, pouco coerente ou com
preconceitos em se afirmar.
Tenho viajado por quase todo o mundo e encontro
oratórios dentro de casa, ou à porta. Vi em países budistas e hindus pequenos
altares, como símbolo da sua religião no logradouro da casa, à sua frente. À
frente da entrada tinha o seu significado religioso, embora diferente do nosso.
Também há muitas casas por este mundo fora que dentro
tinham ou têm um oratório e têm até junto a uma das janelas da casa alguma
estampa em azulejo ou algum oratório embutido na parede de casa ou no muro do
quintal.
Esta iniciativa é mais velha que “a sé de Braga”, mas
no entanto, foi na idade média que começou a ser vulgar. Um armário, era uma minicapela.
Umas mais simples outras mais artísticas, conforme as
posses da família.
Agora continuam-se a vender com novas formas, com
novos materiais e melhores preços porque oratórios antigos em madeira hoje
custariam muito dinheiro.
O oratório era como o sacrário da casa, da família,
mas sem santíssimo.
Hoje já se vê como decoração do oratório o
crucificado, o ressuscitado e lugar de uma bíblia.
No século XVI tiveram grande implementação através da
Congregação do Oratório, “ fundada por São Filipe de Néri. Assim como S Inácio
de Loiola da companhia de Jesus e os
irmãos hospitaleiros de S João de Deus, os Florentinos… como resposta
aos protestantes colaboraram na incrementação desta iniciativa, através dos
oratórios que não precisam de licença do
ordinário Diocesano, do Bispo. Apareceram também as capelas privadas que
precisavam dessa licença, ou capela semipúblico, isto é, privadas com culto
aberto ao público. Também existem oratórios que são documentos históricos
importantes. Alguns estão recolhidos em museus, mas também não existem registos
nem religiosos, nem civis destes documentos familiares. O mesmo se diga a
propósito de algumas capelas particulares cheias de arte, vandalizadas para
perderem o valor documental e consequentemente o seu valor material, às vezes
com interesses inexplicáveis.
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