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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

“Os paninhos do Senhor”

Alguns registos fotográficas do que encontrei à mão.

“Os paninhos do Senhor”
Assim ouvi uma pessoa de quase 100 anos chamar aos panos que servem no altar onde se celebram as missas. Por quê?
Tudo o que está próximo do sagrado, objectos, paramentos: como casulas, estolas, albas e os mais pequenos panos como sanguíneos, corporais, palas, manutérgios, paninho que cobre as galhetas, a toalha do altar, o paninho que cobre o purificador, nem toda a gente poderia, nos meus tempos de criança, pegar nisso ainda que fosse para os lavar. Era o padre, ou alguém de especiais virtudes em quem o padre delegasse.
Ainda hoje há pessoas de idade que, com devoção, acham que devem ser elas a lavar “os paninhos do Senhor”, julgando-se mais dignas.
De facto não só é preciso certo respeito, mas ainda saber como lidar com esses objectos e paninhos, sempre de linho, a não ser que não o haja. Naquele tempo o linho era a peça mais rica. O corpo de Cristo antes de descer ao túmulo foi envolvido num lençol de linho da época, o santo sudário, agora exposto em Turim. Ainda hoje, há pessoas de idade que guardam lençóis de linho que preparam e alguns trabalhados com muito gosto e avisam a família, este lençol é para quando eu morrer amortalhar o meu corpo, aquele é para o meu marido e ficam mais estes ainda...
O corporal é como se fosse uma segunda toalha, mais pequena, quadrada, que se abre e se estende no centro do altar, onde se colocam o cálice, a patena, o sanguinho e a pala sobre a patena ou sobre o cálice para que os insectos não entrem lá dentro chamados pelo aroma do vinho que vai ser consagrado.
Este corporal tem três regras para o dobrar e para desdobrar. Assim é quadrado aberto e quadrado fica depois de dobrado. Para dobrar é dividido em 3 partes: a parte externa dobra para a esquerda e a esquerda externa dobra-se para a direita ficando as três partes reduzidas a um pano dobrado. Divide-se novamente em três sobre a altura e a parte de baixo dobra sobre a parte central e a parte de cima dobra-se para a parte central, ficando assim dobrado em forma quadrada.




















O sanguíneo é rectangular e tem este nome porque será aquele que limpará o interior do cálice onde o pão e o vinho que foram consagrados, transubstanciando-se em corpo e sangue de Cristo.
Este pano é dobrado em 3 partes iguais, sobre o seu cumprimento, que deve cobrir pelo menos a boca da copa do cálice e passam de um lado para o outro caindo dos por dois lados da copa. Estará pousado sobre o corporal quando não tiver de exercer as suas funções do lado direito, dobrado em duas partes sobre o comprido, à mão do sacerdote, no corporal.
A pala é quadrada devia ser sempre engomada, como antigamente era. Também o corporal e as dobragens ficavam bem vincadas.
O purificador é chamado a um paninho pequeno que se coloca sobre o Purificador, objecto com água que se põe ao lado direito do sacrário que contém água para purificar os dedos, ou deitar algum resto de partícula ou pó de partícula ou algum bocado tão pequeno que agarrado à polpa do dedo só na água será desfeito. O paninho servirá ainda para limpar os dedos.
O Manutérgio é a toalha das mãos, às vezes plissada, para a cerimónia do lava-mãos depois do ofertório quando o acólito se aproxima com água com uma pequena caneca na mão e, na outra uma bacia pequena e o pano (manutérgio) dependurado num dos antebraços.
Existe ainda o paninho que cobre as galhetas para evitar que o aroma do vinho que vai para altar não atraia mosquitos, ou caia lixo .
A pessoa zelosa e briosa que tratasse destes panos juntava-os todos num lugar próprio, mas fazia um saquinho com alfazema, entre outros.

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