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terça-feira, 14 de julho de 2020

In illo tempore

Lino Rei para 
In illo tempore
A formatação (7)
Vai daí, deu-se-me para ir até aos já longínquos anos 60' e seguintes e recordar pequenos pormenores do nosso plasmar às novas regras a que tivemos de sujeitar-nos aquando do nosso ingresso na "Santa Casa" - seminário.
Cá o rapaz e porventura alguns de nós, vindos de um meio citadino, à altura vila, ter-nos-á custado um tanto o adaptarmo-nos ao regulamento em vigor que passava, inclusive, pela forma de vestir - embora também o mesmo se passasse nos colégios internos masculinos e femininos dessa altura.
O preto, sempre o preto, de cima a baixo: calça, casaco e chapéu pretos. Apenas a camisa era branca mas de gravata também esta preta. No resto do tempo interno, a bata de cor parda. Sempre que saíamos, o que mais me terá custado era o chapéu "enterrado" na cabeça e que eu só me lembraria deste "ornamento" dos velhotes lá do meu meio de origem. Quase envergonhado, eu arrumá-lo-ia sempre a um canto quando ia de férias para só voltar a usá-lo já em Braga. Rio-me ainda hoje das filas intermináveis, a caminho da Sé, para ofícios religiosos, a que tínhamos de assistir, obrigando o sinaleiro de serviço a parar o trânsito da Avenida, pois cada ano teria, em média, perto da centena de alunos. Idem aspas, nos nossos passeios domingueiros ou das quintas-feiras, aquela fatiota era obrigatória e, aqui e ali, com vistoria aos sapatos por parte dos prefeitos e que contava até para a nossa avaliação!
Quanto aos passeios, devemos ter implementado as caminhadas daquela altura e ninguém se admiraria de termos calcorreado quase meio concelho de Braga. Uma ou outra vez, e dependia dos humores desportivos dos dois prefeitos que sempre nos vigiavam, lá íamos até ao cimo do Picoto para assistirmos a um qualquer jogo do Sporting de Braga, visto à distância mas que só uns bons binóculos apreciariam os pormenores. Se não me engano, numa destas alternativas semanais, já íamos "equipados" para umas peladitas de futebol, fosse ali ao Campo dos órfãos de São Caetano, em Maximinos, ou um outro qualquer "estádio" das redondezas, inclusive no inclinado da antiga capelita de Sto. Adrião, onde, pasme-se, ainda recordo, feito avançado improvisado, ter feito um golão guiness que me encheu todo o pé, embora tivesse mais apetência pelas balizas.
Já em Filosofia, tínhamos uns sapatos sui generis, com uma fivela prateada, exclusivos para cerimónias religiosas, e estes, sim, sujeitos a inspecção militar, para irmos à Sé mas quem se descuidasse no seu aprumo ficava no seminário.
Poderíamos continuar a relatar outros tantos pormenores e minudências que hoje nos fazem sorrir mas que na altura faziam parte da praxe.

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