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terça-feira, 16 de julho de 2024

 

Com a Virgem Maria faço Caminho…
Nutro ainda o sentimento de procurar o oratório da casa de meus pais para rezar e acender lamparinas como se estivesse numa igreja e visse ali um Sacrário doméstico.
À noite, no fim da ceia, havia a oração do terço ora orientado pelo avô materno José ou pelo pai, e, quando estava com os avós paternos pelo avô António.
No entanto, quando todos os domingos ia à missa em latim ficava à beira do meu pai e junto do altar da Senhora de Fátima, ladeada pelo “beato Nuno de santa Maria” e pelo Santo António.
Não sei se, pela proximidade, olhava a Senhora de Fátima, como Mãe de Deus, e dizia-me muito de mãos erguidas, e assim me ensinaram a rezar também.
O oratório da minha casa e na Igreja, a Senhora de Fátima, que é a mesma Senhora do Carmo, ou do Carmelo que estamos a celebrar a sua festa na igreja do Carmo, aqui na Paróquia eram os dois lugares mais sagrados para mim, Conforme fui crescendo e ao fazer a 1ª Comunhão é que senti o valor do altar e do sacrário. Era Jesus sacramentado que descia ao meu coração e me tornava mais perto de Deus.
Sempre fui assim e continuei no Seminário com a fé a desenvolver-se e a interiorizar o mistério de Deus, mas, Maria, Mãe de Jesus, continuava a ser uma referência muito grande na minha vida. Depois de Cristo era ela que ocupava um lugar privilegiado no meu coração.
Não me seduzem devoções, mas a Palavra de Deus, a Eucaristia, o terço e as orações da Igreja, faziam uma oração em tudo. A Alma duma Mãe que se entrega “faça-se em mim segundo a Tua palavra” e na minha vida começa a entranhar-se uma relação, mais ou menos implícitas e explícitas por Amor.
Assim fui andando no Seminário até me convidarem para a Legião de Maria. É um movimento mariano da Senhora Medianeira de Todas a Graças, fundado em 1921 por FrunK Duff em 7 de Setembro. Aí senti um chamamento especial pela Mãe e procurei que Ela fizesse parte do meu caminhar e senti-me ser como Maria: estar ao serviço dos outros, ir ao encontro de quem precisa.
Então, fora do tempo de aulas “fugia “ do Seminário, para ir para os acampamentos dos ciganos, onde vim a fundar uma catequese na Capela de S. João da Ponte, em Braga, ia para o Hospital de S. Marcos acompanhar doentes, confortar e ainda ia para a Cadeia visitando os presos, estando com eles nas celas e sempre tanto a uns como a outros a procurar promover ou exaltar quem estava humilhado.
A minha vida de estudo no Seminário era de noite, “escondido” no meu quarto sob um raio de luz sobre os livros do candeeiro da secretária.
Suponho que os presos nunca tiveram tantas festas na cadeia e bailes como no meu tempo, nem os ciganos tiveram até hoje, que saiba, outra peregrinação de ciganos ao Sameiro, tendo os dois três acampamentos de Braga: Picoto, S. João e outro mais para poente, não lembro o nome, mas parece-me que ficava na ribeiro do Este, abaixo do Instituto Monsenhor Airosa, e desafiaram a comparecer os de Famalicão e os da Póvoa. Foi um dia excepecional onde tive de procurar transporte público da Câmara para os levar até à Falperra porque ir de João da Ponte, a pé, até ao Sameiro…Era muito… Tudo isto me arrancou um Sim ao sacerdócio e já vai com mais de 52 anos que Maria me conforta…
Cada família com os seus farnéis e eu com eles a comer do que levavam para, no fim, mesmo em recinto considerado sagrado, ao ar livre. Recinto vigiado pala GNR viraram a dançar. Quando a autoridade aparece, fui eu que disse deixem dançar, são ciganos. Vieram em peregrinação É uma festa para eles.
Nesta altura os ciganos continuaram a dançar e até andaram comigo no ar. Estou a falar um pouco de mim, mas Maria, a Mãe de Jesus na palavra de si mesma mas sempre com referência ao Filho e a Deus.
“Fazei tudo o que Ele vos disser” e Jesus também respondeu “Aqueles que fazem a Vontade de Meu Pai, esses são meu pai, minha mãe, minhas irmãs e meus irmãos!!
“Per Mariam ad Iesus”, Por Maria a Jesus era o lema de D. Francisco Maria da Silva, arcebispo de Braga a quem devo a minha ordenação sacerdotal em 9 de Julho, depois de um ano, em estágio, em Balazar, na terra da Alexandrina e na Casa dos Rapazes, em Viana. Com Maria na minha vida quero continuar a caminhar, enquanto puder, com Ela, para chegar a Bom Porto. Quando tinha 6 anos estive sentado na cama da Alexandrina e recorda-me das palavras com que se dirigiu à minha mãe. Mandou rezar e que ela ia rezar também. Naquela noite também eu rezei, para além do terço, na cama muitas Ave-marias até adormecer porque a minha irmã não estava bem e no dia seguinte a minha irmã estava boa. Foi uma alegria contagiante na família.
P. Coutinho

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