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Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.
A partir de agora poderão encontrar-me em:
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domingo, 13 de setembro de 2009
Miguel Mota
Uma visita esperada há muito
Miguel da Mota, de Sanfins, Tamel , Barcelos, filho de Francisco e de Felicidade Lopes da Mota. A mãe fazia vassouras de giesta para vender na feira de Barcelos a 5 tostões ou seja 50 centavos. Para além disso a mãe tinha um rebanho a ganho. Miguel Mota, filho de gente humilde, de pessoas modestas tinha mais 7 irmãos. Ele é o único vivo e todos casaram e tiveram geração, mas já também todos faleceram. O Miguel nasceu em 1925. Nesta visita fui surpreendido com uma casa cheia, encontrava-se a filha Olívia e mais uma visita de três sobrinhos da esposa da Póvoa de Varzim. Eram filhos de uma das irmãs que casou com Luís de Magalhães, tendo estudado no Seminário de Braga e mais tarde casado com uma Irmã da esposa do Mota, Laurinda Costa Simões. O Luís Magalhães deixou 8 filhos, dos quais encontrei nesta visita: O Joaquim, o João e a Conceição com as esposas e marido e filhos. Pensei ser dia de Páscoa e parecia haver uma autêntica galhofa.
Também nesta altura me contaram que há sobrinhos do lado do Miguel que os têm visitado como pelo lado do António e do João. Dos mais de 30 sobrinhos muitos espalhados por todo o país e estrangeiro. Quando o sobrinho António vem, traz também a mãe, cunhada do Miguel, a esposa e o filho. Só um tinha 11 filhos. O Miguel não andou na escola. Foi criado de serviço como criança e adolescente, tendo vindo depois para Viana para a casa da Madalena Cerqueira, entre outros, onde ganhava 1$00 por dia, comia, vestia-se, alimentava-se e dormia.
Depois foi para o Elevador de Stª Luzia onde trabalhou com o Balinha do Joio de Calçada de S. Jorge e o Felgueiras do Bairro Jardim, já falecido, e ainda com o Braga e com o “Alberto Pereira” o pai do “ Neca Pereira” que já aqui referimos. Como criado de servir chegou a ganhar 30 escudos por mês em Viana, veio para a Abelheira ganhar 50 escudos. Foi na Abelheira onde conhece a Laurinda quando esta estava na casa do Manuel Oliveira, da quinta onde hoje está a ser construída a Igreja Nova a ganhar 50 escudos por mês como cozinheira. Depois como copeira foi para Lisboa a ganhar 80$00 e teve de voltar a Viana por motivos de saúde e, estando doente foi logo contratada para a casa de João Alves Cerqueira de Viana e D. Madalena Cerqueira pagando-lhe estes o tempo que esteve de convalescença e ela comprometeu-se ir para a casa de João Alves Cerqueira para servente. Às vezes serviam-se almoços de mais de 50 convivas. Trabalhou lá 6 anos, casou em 13 de Maio de 1946, com Miguel Mota e a família Cerqueira ofereceu-lhes a casa que é a que têm agora.
Casado, o Miguel foi para o caminho-de-ferro onde lhe foi exigido que fizesse o exame da 3ª classe, mas começou a ganhar 600 escudos. A esposa também não sabia escrever nem ler, porque não andou na escola. Um patrão mandou-a para um professor reformado e em três meses aos 14 anos aprendeu a ler e escrever. Agora, com 94 anos começa a “levantar-se-lhe a mão”. Lê, mas já não escreve.
Também a Laurinda era irmã de mais 8 irmãos. Um deles foi para França e morreu solteiro, outro foi para a Venezuela e não se sabe dele, Uma mais nova foi para cooperadora da casa de Stª Zita e agora encontra-se em Coimbra e são as únicas que estão vivas. Os outros irmãos casaram e deixaram geração, também abundante, mas já morreram.
A Laurinda deu a seu marido o Manuel e a Olívia, ambos casados, o Manuel com um casal de filhos e a Olívia com um filho. Esta foi do Coral da paróquia e agora ainda é catequista há cerca de 34 anos.
O Miguel Mota reformou-se depois dos 30 anos de serviço, quando fazia 60 anos. Fez parte da criação do culto de N. Srª das Necessidades, sendo a sua maior devoção a Jesus Cristo, enquanto a esposa aponta para as estampas e imagens várias em casa e diz que reza a todos e ao deitar nunca se esquece de rezar a confissão, o acto de contrição e ao senhor da Prisão de Francisco de Monte.
A Laurinda com 94 anos ainda tem a garra de trabalhar, cozinhar embora contra a vontade pelo menos, da filha, que estava presente e já a tem sensibilizado para receberem ao menos a comida em casa, mas prefere fazer a comida para ela que é diabética e outra para o marido que come muito bem, só está mal, apontando, ele disse: “das canelas”.
Recordo com saudade e celebração dos 50 anos de vida conjugal realizados em casa e já vão há 13 anos.
´E só mais um pouco para fazerem os 70 anos!
C.
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