Alfaiate de nível...
Licínio Martins Barreto nasceu em Monserrate a nove de Julho de 1924. Filho do alfaiate José Barreto à Rua da Vedoria e Maria Rosa Martins, doméstica, natural de Arcos de Valdevez. Esta veio servir para Viana e aqui ficou. O pai de Licínio era Vianense dos quatro costados. Para além do serviço de alfaiate para os clientes amigos ou vizinhos, serviu a Cruz Vermelha e o Quartel. O pai foi condecorado porque exerceu actos heróicos em serviços no tempo da febre pneumónica. Esteve em Castro Loureiro, como maqueiro da Cruz vermelha.
Andou na escola do Carmo que era no antigo Convento do Carmo e fez a 4ª classe.
Foi logo trabalhar de alfaiate em vários sítios como aprendiz. O alfaiate Meireles foi buscá-lo para a sua oficina onde trabalhou 35 anos, vindo daí para a reforma. O alfaiate servia tudo o que era bom de alta categoria, serviço bem feito que não faltava quem o procurasse.
Como aprendiz davam-lhe 1.50 (quinze tostões por semana) e foi para receber 20.00 ou vinte e cinco escudos por dia, como oficial.
Ser Alfaiate até princípios do século XX era uma profissão considerada de nível superior, uma profissão bem procurada.
Conheceu na altura a sua esposa no Lugar de S. João d’Arga, que vai para Santa Luzia e chamava-se ela Palmira da Cunha Esteves, filha de um ferroviário de Valença que se encontrava a trabalhar em Viana. Fez também a 4ª classe. Depois da escola foi para a “Vianense” fábrica de chocolate que deu nome a Viana do Castelo. Casou com o Licínio em 1950 quando lhe deu duas filhas: Olívia Maria, casada, e com uma filha já doutorada em relações internacionais, e Judite Maria, casada, e com um casal de filhos que ainda estudam.
De vez em quando dá uns passeios com a sua esposa para todos os lados das zonas de Espanha para onde a Paróquia organiza passeios culturais ou religiosos. Já foi a Madrid duas vezes e a Sevilha, e repetiu também uma vez a Paris com itinerário de camioneta percorrendo cidades pela Espanha e França até Paris, e todo o nosso país; Lisboa, Algarve, Alentejo, Beira Litoral, Trás-os-Montes e até já foi até ao Piódão da Serra.
Há já 29 anos que vai a Fátima com a Paróquia. Sempre um homem trabalhador para sustento da casa e da família, assim como a sua esposa, e deste modo conseguira já celebrar 50 anos de casado, há quase 10 anos. É um casal feliz com pouco, mas com o afago das filhas, dos genros e dos netos, considera-se abençoado
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