Foi a efeméride festejada no passado dia 7 (data do decreto episcopal - 7/12/1967-que criou, a título experimental, a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, desmembrada da de Santa Maria Maior) e no dia 8, festa da Imaculada Conceição (data em que teve lugar o primeiro ato oficial da nova comunidade com a celebração da primeira missa paroquial). Dezoito anos depois, já na vigência da nova diocese de Viana do Castelo, D. Armindo Lopes Coelho, por decreto exarado em 15 de Outubro de 1985, transforma em definitiva a paróquia experimental, conferindo-lhe ereção canónica.
Em cada ano, o aniversário da fundação da paróquia tem vindo a constituir momento de convocação da comunidade para o aprofundamento dos princípios e ideais inerentes à espiritualidade cristã: a vivência da mensagem evangélica em todas a suas implicações, numa dinâmica de exigência individual e de compromisso com os outros. Particularmente marcantes foram os 25.º e 40.ºaniversários com programas comemorativos de maior fôlego e envolvência colectivos que constituíram marcos importantes na dinamização das estruturas e movimentos da paróquia bem como contributos decisivos para a sua coesão como comunidade humana e espiritual.
Lançamento de CD do Grupo de Cavaquinhos da Escola de Música
No presente ano, as celebrações decorreram em dois dias. O primeiro, dia 7, teve como prato forte a realização de um espetáculo musical, no auditório do Centro Social e Paroquial da Meadela, gentilmente cedido pela sua direcção, para apresentação e lançamento de um "CD", produto do trabalho de lazer e aprendizagem do Grupo de Cavaquinhos da Escola de Música desta paróquia e que contou ainda com a luzidia e agradável participação da Banda de Gaitas de Santiago de Cardielos e com números de boa disposição pela Tuna de Veteranos de Viana do Castelo. Além de um vasto e animado público proveniente sobretudo das freguesias de Santa Maria Maior e da Meadela, marcaram também presença no evento o bispo da diocese, D. Anacleto Oliveira, os párocos da Meadela e de Nossa Senhora de Fátima, bem como os presidentes de junta das duas freguesias.
O "CD" apresentado ao público e integralmente executado pelo Grupo de Cavaquinhos consta de 11 composições de música tradicional portuguesa de diferentes regiões do país, com destaque para as modas minhotas: Santa Luzia, Farol de Montedor, Minha Saia Velhinha, Marinheiro, e onde não foram esquecidos o Vira de Coimbra, as alentejanas Não quero que vás à monda, Roseira enxertada e o popular Alecrim. Sob a orientação de João Sá, grande animador deste evento e responsável pela Escola de Música, as execuções resultaram de completa agrado do auditório que sublinhou com fortes aplausos os números executados.
O produto dos ingressos no espetáculo e da venda dos "CD", que podem ser adquiridos ao preço unitário de 10 euros, reverteram integralmente a favor da igreja nova, em fase avançada de construção na Estrada de Entre-Santos, na Abelheira, junto à rotunda da Bela Vista.
Além da Escola de Música e do seu Grupo de Cavaquinhos, toda a dinâmica organizativa do evento esteve a cargo do grupo de Amigos da Obra da Nova Igreja, a cuja capacidade empreendedora e dedicação à causa se devem numerosas iniciativas já concretizadas em ordem à angariação de fundos.
Festa da Imaculada Conceição: primeiro ato comunitário da nova Paróquia
O dia 8 constitui por si só uma data emblemática na história desta comunidade, não só pela devoção que a Imaculada Conceição inspira nos cristãos, como ainda por ter sido nesse dia que a comunidade como tal por primeira vez se reuniu em Eucaristia Dominical. Tal como em 1967, também agora a comunidade se congregou, de forma mais vasta e participada, honrando a sua padroeira, na festividade litúrgica deste dia e agradecendo as mercês recebidas ao longo do seu período de vida.
Seguiu-se um almoço de convívio no Centro Social e Paroquial, com sarrabulho e doçaria tradicional, pretexto para encontro de amigos e colaboradores da Paróquia e uma forma ainda de contribuir para as obras da nova igreja, visto o seu custo do repasto reverter integralmente para esse fim.
A construção de uma comunidade paroquial
Quarenta e quatro anos de vida de uma paróquia. Tempo de construção, crescimento e maturidade, graças à dedicação e desvelo dos párocos que lhe ensinaram os primeiros passos (António da Costa Neiva e Rogério Fernandes da Cruz) e à generosidade e dinamismo do atual, Pe. Artur Coutinho, que ao longo de 34 anos vem desenvolvendo uma obra nos campos pastoral, social e cultural, considerados uma referência tanto na diocese como a nível do país.
Porém, tal construção não seria possível sem o contributo de uma "verdadeira plêiade de PESSOAS", sim, esta a expressão correta, (de homens e mulheres de diferentes idades e condições sociais, livres e comprometidas), que de forma mais ou menos anónima, generosa e afincada foram no passado, no presente e sê-lo-ão no futuro as pedras vivas do edifício de uma Igreja ao serviço da dignificação e realização plena de todo o ser humano.
Albino Ramalho (membro da Comissão Permanente do Conselho Paroquial de Pastoral de Nossa Senhora de Fátima)
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