A Maria
Alice Mendes Salgado Simon
A Maria Alice Mendes Salgado Simon continua
em convalescença, agora por motivos de mobilidade reduzida a 80%, pelo que
observei e possa entender, não sai de casa e aguarda uma quinta cirurgia.
A Alice Simon como era conhecida na Paróquia
onde foi catequista mais de 40 anos. Deixou aos 80 anos por motivos de saúde
que vinham a crescer, mas pessoa muito querida pelas crianças e adolescentes
que a respeitavam e ajudavam.
O que ela gostava mais era de dar catequese e
disse que as crianças ou os adolescentes compreendiam quando a catequista estava
a trabalhar por amor e desfrutava a generosidade delas que se excediam em atenção
e solidariedade, que as elas mesmas mais
tarde dizem – no: Tudo o que tenho sobre a vivência da minha fé, devo-a à
catequista.
Ela percebeu bem e aprendia mais com elas do
que ela ensinava. Até aprendia a rezar melhor com as crianças.
O que mais lhe custou foi deixar a catequese,
o que mais amava…As crianças são uns anjos!... Elas sabem bem que o catequista as ama e quando se apercebem disso é fácil passar a mensagem. Elas sentem quem as ama. Eu sempre dei o que pude , mas recebi muito mais delas. A catequese não pode ser um frete para o catequista, tem de ser uma cruz bem agarrada com muito amor, pois são crianças que estão no centro e quem não se colocar ao lado amando não faz nada...
A Alice era irmã de mais 9 irmãos e quatro
são vivos. Entre os irmãos tinha duas irmãs que eram consagradas nas
Franciscanas Missionárias do Coração de Maria.
Referiu-se ainda às origens da sua família.
Tinha tios de bens, mas os pais eram pobres para educar tantos filhos, o pai era
trabalhador de uma fábrica de cutelaria em S Martinho de Sande, Guimarães. A
mãe era moleira. “Eramos pobres, mas felizes!”
Ela foi costureira, fez muitos paramentos
para Paróquias, foi empregada de António Oliveira Salazar, em S Bento de onde
saiu para Alcoitão. Veio para Braga e trabalhou na função publica durante 38
anos tendo-se reformado de auxiliar de acção educativa no antigo Liceu de Viana
do Castelo, depois Escola Secundária de Santa Maria Maior.
Casou aos 32 anos com José Sanchez Simon, de
Chantada, Lugo, empresário em Espanha que agora é continuado o trabalho pelo filho Paulo casado com uma filho
adoptado e foi do Berço. Agora tem mais
um filho. A Ana Maria casada e é mãe de um jovem já de 18 anos é a que vive
aqui mais perto dos pais e a que mais ajuda. Viveu na Rua da Bandeira mais de
30 anos e está quase há 20 anos na Meadela, aqui perto pelo que não deixou a
catequese e de fazer a prática religiosa com as amigas e amigos que tinha aqui
na Paróquia. Em 11/07/1992 o seu marido esteve muito doente e mostrou-me o que
naquela data lhe foi oferecido pelo Pároco, lembrança essa que agora a ajuda a
viver as suas limitações depois de não poder fazer nada e ter de ser o seu
marido e a filha a fazerem-lhe tudo.
Entretanto o marido mantinha-se calmo e sereno
ajudando-a a aceitar as suas limitações.
Sempre gostou de fazer algo para ver alguém
feliz e agora não pode fazer nada, diz ela.
Só pode rezar e nada mais.
Espera que após a cirurgia que vai fazer brevemente,
agora aos 82 anos, ainda vá poder fazer bem e celebrar os 50 anos de casada em
2018.
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