Somos diocese que agradece
Memórias
da gratidão
No dia 8 de Janeiro de 1978 D.
Júlio Tavares Rebimbas, nomeado pelo Beato Paul VI que criou esta comunidade de
Viana do Castelo, assumiu a Diocese de Viana do Castelo. Nesse dia de sol veio
da igreja da Caridade acompanhado do Núncio, do Cardeal, bispos e sacerdotes,
com uma multidão que se apinhava na passagem até engrossar junto à Sé Catedral.
Foi o primeiro Bispo que pôs a Diocese a andar! Dizia ele: Isto vai!...
A repartição de bens materiais
entre Braga e Viana do Castelo e os seus respectivos registos e também vieram
para Viana. Pastoralmente começou a tomar iniciativas e a acompanhar o clero e
os fiéis da Igreja de Viana, o que já foi um trabalho merecedor de que todos
nós necessitávamos. A gratidão do povo deste distrito, que na celebração dos 40
anos o Bispo atual e os responsáveis da Diocese quiseram recebê-lo, já cadáver
desde 1987 na nossa Sé Catedral como homenagem de gratidão. Foi o primeiro
Bispo largamente experimentado como pastor do Algarve, e auxiliar de Lisboa de
onde veio.
Sempre o admirei. Num dos
Domingos seguintes à sua entrada em 15 ou 22 de janeiro, não posso precisar, em
conversa com ele lhe fiz uma proposta; sem pensar em qualquer outra coisa, a
não ser a celebrar as minhas missas na Serra D`Arga. Aceitou imediatamente. Lá
foi ele com o Pe. Vergílio, estando em Dem às 7.30h para celebrar a missa das
8h e às 9.00h estava em Arga de S. João a celebrar para a Paróquia mais pequena
da serra, assim continuou para celebrar às 10h em Arga de Baixo e acabar em
Arga de cima às 11h. No final exclamou: “Isto é pesado!...”
O povo não estava preparado, mas
foi calorosamente acolhido dentro da igreja por todos…É nosso dever, é nossa
salvação dar graças a Deus Pai.
D. Júlio tinha uma a
particularidade singular: ser mais próximo dos fiéis em gestos e linguagem.
Dêmos graças ao senhor, nosso
Deus, por tão grande dom que nos concedeu, a Diocese e um primeiro Bispo.
Em 1982 entra D Armindo Lopes
Coelho, por o nosso Bispo, o Arcebispo-bispo de Mitilene ter sido enviado para
a Diocese do Porto, como que não bastando as 3 diversas experiência de Bispo.
D. Armindo Lopes Coelho também
era próximo dos seus fiéis e dos seus padres, mas poucos se aperceberam da sua
proximidade muito clara, sobretudo, fora do templo e em convívio com as
pessoas. Usava até uma, fina e perspicaz piada e todos se riam, a bom rir, com
ele.
Também com ele tive uma outra
experiência que não mais a esquecerei.
Estava ao seu serviço de carro e a pé num dia do ano 1986 e em determinada
ocasião senti a sua dor de alma, quando o vi emocionado e com lágrimas nos
olhos. Pedi para se sentar e aí estivemos a descontrair até que começasse, de
novo, a rir.
Embora na linguagem na liturgia
fosse muito intelectual, extenso e menos acessível à maioria dos fiéis, mais
dogmático e fiel ao evangelho, mas o que queria era que todos venerássemos os
frutos da redenção divina e que todos sentissem a gratidão para com o nosso
Deus.
Em 1997 faleceu D Júlio no Porto.
E de Viana para o Porto foi, D. Armindo Lopes Coelho.
Sendo este substituído com o
regresso de D. José Augusto Fernandes Pedreira que tinha sido nomeado Bispo
auxiliar do Porto, regressou à sua diocese natal para assumir as funções de
bispo titular.
Foi ele o terceiro Bispo de
Viana. Talvez tivesse julgado que Viana não tinha mudado nada, durante a sua
ausência no Porto e isso talvez não o tenha ajudado a começar uma pastoral como
quando era o “Pe. Pedreira”, zeloso, hábil e dinâmico. Foi um Bispo muito
voltado sobre si mesmo, na sua fidelidade ao poder episcopal, mas procurava e
lutou pela unidade e pela paz vivida à volta da eucaristia e testemunhada no
dia-a-dia. Graças te damos, ó Senhor, pelo padre que tendo sido consagrado
Bispo e natural desta diocese foi auxiliar do Porto, regressando à sua terra.
Em Viana as pessoas, muitas vezes, lhe chamavam Padre Pedreira, não por abuso
de confiança, mas pelas memórias de relações sociais anteriores. Quando chegou
à idade de resignação e, depois de concedida, esperava-se a nomeação do 4º
Bispo de Viana. E veio.
Em 2007 veio D Anacleto Cordeiro
de Oliveira, que de auxiliar de Lisboa veio para titular de Viana do Castelo.
Desde a primeira hora se manifestou um Bispo muito trabalhador no pastoreio,
nas suas funções, sempre atento e ativo sem nada recusar às necessidades do
clero e dos fiéis, às vezes dá tudo.
Ao celebrar os quarenta anos de
Diocese fez uma carta pastoral, onde explorou e inspirou os seus diocesanos à
gratidão.
SOMOS IGREJA QUE AGRADECE - “É NOSSO
DEVER”
“Com as palavras em epígrafe,
iniciamos a resposta ao convite “Demos graças ao Senhor nosso Deus”, que
introduz a grande acção de graças, dominante na segunda parte da Santa Missa. É
tal o domínio, que deu origem ao nome por que talvez seja mais conhecida — não
só esta parte, mas toda a celebração: “Eucaristia”, uma transliteração da
palavra grega significativa de “acção de graças”.
Agradecer a Deus é, pois, um
dever, tanto na Eucaristia como no resto da nossa vida.
Dai graças em todas
circunstâncias — pede-nos S. Paulo — pois é esta a vontade de Deus a vosso
respeito em Jesus Cristo (1 Ts 5, 18). E ainda: Vivei em acção de graças. (...)
E tudo o que fizerdes por
palavras e obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, dando graças, por
Ele, a Deus Pai. (Col 3, 15.17)”.
PC
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