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terça-feira, 5 de junho de 2018

Somos diocese que agradece Memórias da gratidão (corrigido)


Somos diocese que agradece

Memórias da gratidão

No dia 8 de Janeiro de 1978 D. Júlio Tavares Rebimbas, nomeado pelo Beato Paul VI que criou esta comunidade de Viana do Castelo, assumiu a Diocese de Viana do Castelo. Nesse dia de sol veio da igreja da Caridade acompanhado do Núncio, do Cardeal, bispos e sacerdotes, com uma multidão que se apinhava na passagem até engrossar junto à Sé Catedral. Foi o primeiro Bispo que pôs a Diocese a andar! Dizia ele: Isto vai!...





A repartição de bens materiais entre Braga e Viana do Castelo e os seus respectivos registos e também vieram para Viana. Pastoralmente começou a tomar iniciativas e a acompanhar o clero e os fiéis da Igreja de Viana, o que já foi um trabalho merecedor de que todos nós necessitávamos. A gratidão do povo deste distrito, que na celebração dos 40 anos o Bispo atual e os responsáveis da Diocese quiseram recebê-lo, já cadáver desde 1987 na nossa Sé Catedral como homenagem de gratidão. Foi o primeiro Bispo largamente experimentado como pastor do Algarve, e auxiliar de Lisboa de onde veio.
Sempre o admirei. Num dos Domingos seguintes à sua entrada em 15 ou 22 de janeiro, não posso precisar, em conversa com ele lhe fiz uma proposta; sem pensar em qualquer outra coisa, a não ser a celebrar as minhas missas na Serra D`Arga. Aceitou imediatamente. Lá foi ele com o Pe. Vergílio, estando em Dem às 7.30h para celebrar a missa das 8h e às 9.00h estava em Arga de S. João a celebrar para a Paróquia mais pequena da serra, assim continuou para celebrar às 10h em Arga de Baixo e acabar em Arga de cima às 11h. No final exclamou: “Isto é pesado!...”
O povo não estava preparado, mas foi calorosamente acolhido dentro da igreja por todos…É nosso dever, é nossa salvação dar graças a Deus Pai.
D. Júlio tinha uma a particularidade singular: ser mais próximo dos fiéis em gestos e linguagem.
Dêmos graças ao senhor, nosso Deus, por tão grande dom que nos concedeu, a Diocese e um primeiro Bispo.

Em 1982 entra D Armindo Lopes Coelho, por o nosso Bispo, o Arcebispo-bispo de Mitilene ter sido enviado para a Diocese do Porto, como que não bastando as 3 diversas experiência de Bispo.



D. Armindo Lopes Coelho também era próximo dos seus fiéis e dos seus padres, mas poucos se aperceberam da sua proximidade muito clara, sobretudo, fora do templo e em convívio com as pessoas. Usava até uma, fina e perspicaz piada e todos se riam, a bom rir, com ele.
Também com ele tive uma outra experiência que não mais  a esquecerei. Estava ao seu serviço de carro e a pé num dia do ano 1986 e em determinada ocasião senti a sua dor de alma, quando o vi emocionado e com lágrimas nos olhos. Pedi para se sentar e aí estivemos a descontrair até que começasse, de novo, a rir.
Embora na linguagem na liturgia fosse muito intelectual, extenso e menos acessível à maioria dos fiéis, mais dogmático e fiel ao evangelho, mas o que queria era que todos venerássemos os frutos da redenção divina e que todos sentissem a gratidão para com o nosso Deus. 
Em 1997 faleceu D Júlio no Porto. E de Viana para o Porto foi, D. Armindo Lopes Coelho.

Sendo este substituído com o regresso de D. José Augusto Fernandes Pedreira que tinha sido nomeado Bispo auxiliar do Porto, regressou à sua diocese natal para assumir as funções de bispo titular. 



Foi ele o terceiro Bispo de Viana. Talvez tivesse julgado que Viana não tinha mudado nada, durante a sua ausência no Porto e isso talvez não o tenha ajudado a começar uma pastoral como quando era o “Pe. Pedreira”, zeloso, hábil e dinâmico. Foi um Bispo muito voltado sobre si mesmo, na sua fidelidade ao poder episcopal, mas procurava e lutou pela unidade e pela paz vivida à volta da eucaristia e testemunhada no dia-a-dia. Graças te damos, ó Senhor, pelo padre que tendo sido consagrado Bispo e natural desta diocese foi auxiliar do Porto, regressando à sua terra. Em Viana as pessoas, muitas vezes, lhe chamavam Padre Pedreira, não por abuso de confiança, mas pelas memórias de relações sociais anteriores. Quando chegou à idade de resignação e, depois de concedida, esperava-se a nomeação do 4º Bispo de Viana. E veio.

Em 2007 veio D Anacleto Cordeiro de Oliveira, que de auxiliar de Lisboa veio para titular de Viana do Castelo. Desde a primeira hora se manifestou um Bispo muito trabalhador no pastoreio, nas suas funções, sempre atento e ativo sem nada recusar às necessidades do clero e dos fiéis, às vezes dá tudo.



Ao celebrar os quarenta anos de Diocese fez uma carta pastoral, onde explorou e inspirou os seus diocesanos à gratidão.
SOMOS IGREJA QUE AGRADECE - “É NOSSO DEVER”
“Com as palavras em epígrafe, iniciamos a resposta ao convite “Demos graças ao Senhor nosso Deus”, que introduz a grande acção de graças, dominante na segunda parte da Santa Missa. É tal o domínio, que deu origem ao nome por que talvez seja mais conhecida — não só esta parte, mas toda a celebração: “Eucaristia”, uma transliteração da palavra grega significativa de “acção de graças”.
Agradecer a Deus é, pois, um dever, tanto na Eucaristia como no resto da nossa vida.
Dai graças em todas circunstâncias — pede-nos S. Paulo — pois é esta a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo (1 Ts 5, 18). E ainda: Vivei em acção de graças. (...)
 E tudo o que fizerdes por palavras e obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, dando graças, por Ele, a Deus Pai. (Col 3, 15.17)”.
PC

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