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sábado, 30 de janeiro de 2010

Alberto Loureiro - Anunciador das Feiras Novas - Ponte de Lima


Em Outubro, Alberto Loureiro, nosso paroquiano foi homenageado em Ponte de Lima por ter sido o o principal autor e imprescindível na publicação deste  anunciador 25 anos seguidos.
No fim o homenageado agradeceu e historiou um pouco esta publicação.


25 ANOS D’ “ANUNCIADOR DAS FEIRAS NOVAS”




Quando em Junho de 1984 me aflorou a ideia de avançar com a edição de uma revista que enriquecesse o meio cultural de Ponte de Lima, nem por sombras antevia que a sua longevidade atingisse 25 anos de publicação ininterrupta.

Nessa altura renascia então “ O ANUNCIADOR DAS FEIRAS NOVAS” em II série, com 88 páginas, publicação modesta, de acordo com as possibilidades da época. A aceitação foi do agrado geral, a partir daí, jamais deixou de se publicar.

Apesar das dificuldades acrescidas de ano para ano e do esforço dispensado, o “Anunciador” foi crescendo atingindo hoje (2008) as 224 paginas.

Em todas as publicações procuramos fazer sempre o melhor, nunca nos furtando às responsabilidades inerentes e procurando satisfazer os anseios e criticas dos apreciadores da revista.

Acatamos as situações de encorajamento e recebemos os elogios de forma responsável. Acima de tudo procuramos fazer algo de útil em prol da cultura limiana. Disso estamos conscientes.

No entanto fomos reparando que a façanha empreendida criava uma empatia no seio da comunidade limiana e não só! Veja-se, por exemplo, que instituições publicas nacionais como a Universidade de Coimbra, através da sua biblioteca nos fazia chegar via postal, personalizado, solicitando o envio do “Anunciador”; a Universidade de Mato Grosso, no Brasil, por forma intermediária de um comerciante limarense já falecido, proprietário da Casa Pimenta, também se interessou pela publicação; o Director da RTP na altura, Carlos Miguel de Abreu de Lima de Araújo, escrevia-me num cartão de visita da própria Rádio Televisão Portuguesa tecendo os maiores encómios ao trabalho literário da revista e podia o seu envio. Muitas outras personalidades de relevo social de outras regiões se interessaram pela sua publicação e o que muito nos apraz registar, são muitos os que a coleccionam.

Com cada vez maior adesão de colaboradores literários que deram sempre, de forma generosa, um excepcional contributo cultural, dando a conhecer a história, a etnografia, os momentos socioculturais, os mais diversos, as vivencias da sociedade, as peripécias próprias de outras épocas, as artes, o ambiente, o destaque das figuras notáveis nos mais diversos sectores e o tipicismo das gentes limianas, num conjunto apelidado, e bem, de TERRA RICA DA HUMANIDADE – “O ANUNCIADOR” foi captando cada vez mais a admiração e o carinho dos seus leitores.

Momento propício, agora para prestarmos homenagem aos Colaboradores que fisicamente já não fazem parte do mundo dos vivos – a Parca os levou – mas cuja memória se eternizou através dos escritos que nos legaram. Assim lembramos:

- O Dr. Rui Brandão Leite Braga (professor e escritor); o etnógrafo Amadeu Costa; o médico e escritor, Dr. José Crespo; o Dr. João Marcos poeta e escritor; Aníbal Marinho, publicista e poeta; Laurinda Carvalho Araújo, professora, poetisa e escritora; Severino Costa, escritor e jornalista; António Manuel da Silva Vasconcelos, conhecido pelo pseudónimo (António Porto-Além) poeta e professor e por fim, e de forma propositada, Maria Emília … de Vasconcelos (memorialista e poetisa).

Perdoem-me que me detenha uns breves instantes com esta senhora, de grande distinção e fino trato, dotada de elevada cultura e valores morais, com quem privei de um modo muito particular. Figura relevante nas letras e na poesia, dedicada etnógrafa, poliglota, conhecedora irrepreensível do meio social da região, viajou mundo fora. Era admirável a sua caligrafia. Tanto em manuscrito como imitava, de forma perfeita a letra de imprensa. Possuo alguns desses documentos em cartas que me escrevia nas quais me tratava como “Velho amigo Vale”. Era de uma generosidade e disponibilidade notáveis.

Mas a II série d’ “O Anunciador das feiras novas” também tem por objectivo homenagear o seu fundador – Augusto de Castro e Sousa – que em 1947 fez sair o 1º número e a quem pedi a anuência de continuar o seu trabalho solicitando-lhe me desse permissão para utilizar o titulo e em cujo 1º número da II série (1984) convidei o meu bom amigo e competente mestre de artes gráficas para escrever a nota editorial.

O “Anunciador” prosseguiu o seu caminho. Durante 22 anos conseguimos aguentar toda a carga de preparação até chegar à oficina gráfica, contactando os patrocinadores pessoalmente, acompanhando a sua feitura na paginação e consequente impressão, fazendo a distribuição pelos anunciantes com a ajuda da minha esposa e meus dois filhos que, mesmo já sendo licenciados e com mestrado me deram todo o apoio necessário até onde puderam. Depois ainda havia a função de receber o contributo dos patrocinadores para a liquidação da conta da gráfica. Começava todo este trabalho em Abril e só terminava em finais de Setembro.

Mas como em tudo na vida, há um tempo limite que nos impede de prosseguirmos o caminho com a mesma força e vigor, foi então que chegado o nº 22 ficou encarregada de angariar a publicidade e fazer a respectiva distribuição a Associação Empresarial de Ponte de Lima a quem havia oferecido em 1986, sem qualquer compensação todos os direitos da revista, responsabilizando assim a mesma na sua publicação caso algo acontecesse que me impedisse de continuar o meu trabalho. Em resumo: o fundador foi Augusto de Castro e Sousa; a reedição e propriedade em II série foram da minha responsabilidade e a partir de 1986, por questões burocráticas, passei a propriedade para a Instituição representante dos comerciantes e indústria de Ponte de Lima, continuando, no entanto, até aos dias de hoje, a manter o estatuto de reeditor e coordenador.

E porque o esforço feito para manter a publicação não pertence só ao coordenador, aqui deixamos um agradecimento muito sincero aos colaboradores que, assiduamente, nos brindam com os seus escritos e mantêm vivos os valores da história e cultura da região limiana.

Ao Comércio e a Industria que, apesar das dificuldades próprias duma luta insana que travam pela vida, não deixam de mostrar a atenção que dispensam à valorização e promoção do Concelho. Sem a sua presença não seria possível concretizar este trabalho.

A todos a maior gratidão.

E por fim aos mentores deste convívio comemorativo expresso a minha admiração pela feliz ousadia.

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