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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sou Padre!...Não sou Monge!...

Sou Padre...não sou Monge

Continuo com a tentação de dizer mais sobre o facto de ser padre.
Este ano sacerdotal deve ser um ano de reflexão e testemunho, de aprofundamento espiritual e de acção.Estamos em ano de mudança que exige estudo, reflexão, análise, actualização tanto na dimensão humana, espiritual, pastoral e intetectual para que seja uma eficaz mudança...
Cada dia que passa há sempre uma mudança e essa tem de ser sempre pela positiva. Eu gostaria de ser aquilo que nem sempre sou: um padre do povo de Deus e para o povo, não para me servir dele, mas para o servir; um padre próximo que está com o povo na igreja e na rua, na festa, e nos sofrimentos, na vida e na morte; a minha proximidade devia arrastar a muitos para Cristo, para o Deus que me deu este dom de ser enviado como Cristo para servir e dar a vida.; um padre com amor a transbordar olhando para o Espírito e semear sem procurar ser recompensado com a colheita... se ela vier sou obrigado a colher mas só Deus é que é o grande Senhor, um padre que reza não para pedir coisas, mas só coragem e valentia ia para aceitar as agruras da vida, sejam elas espirituais, morais ou materiais. Sou padre, mas este dom não o mereço, foi Deus que mo deu. A Ele devo, não é mérito próprio; sou padre porque a minha felicidade está em perdoar, em esquecer, em ver os outros como obra de Deus e não dos Homens; sou padre porque creio num Deus absoluto, transcendente, acima de mim a quem por amor, reconheço que sou uma parte inferior (criada) e a Ele lhe devo obediência. Sou padre como todos os baptizados em Cristo que participam da natureza divina de Jesus Cristo como sacerdote, profeta e rei e, entre eles, me senti chamado a dizer sim à comunhão com o Bispo, o presbitério e com os fiéis.
Por isso, gostava de ser mais padre de rua onde a missão é esperada porque, na Igreja, essa a destinamos ao culto pela Comunidade à qual o Bispo ou o padre preside. Não só, no Templo, deve o padre ficar a rezar,à espera dos penitentes e das suas esmolas, ou a collher os frutos da colheita que alguma vez se fez.
Há uma diferença muito grande entre o padre e o Monge. Nem todos os monges são padres.Há os irmãos simplesmente e os que recebem do bispo o sacramento da ordem que são padres como eu. Portanto, nem todos os monges são padres, mas todos fazem os 3 votos: Obdiência, Castidade e Pobreza. Os monges podem ser de clausura, vivem em Comunidade, apenas voltados para a oração, ou seguir uma vida de missão que lhes fôr pedida e para a qual se sentem vocacionados.



Cheguei, enquanto jovem, a pensar se devia ser missionário...sempre admirei a vida em comunidade e a acção missionária, mas segui outro caminho e já vivi em comunidade com dois colegas mais velhos, muito diferentes no pensar e no agir, sempre fomos amigos e foram uns anos de uma grande riqueza para mim, pelo menos, mas crei que para todos porque contiuamos a nossa amizade e a ajudarmoi-nos mutuamente.
Os padres diocesanos como eu, não fazemos votos de pobreza, mas, como todos os baptizados, têm de viver o espírito de pobreza, mesmo que materialmente tenham coisas.
Os que me procuram sabem como gosto de ser próximo e como a espiritualidade tem um sabor a elevação da alma e do corpo; não sem limitações porque antes de mais sou um homem sagrado sobre um "vaso de argila" que falha, parte, se reconcerta e se reencontra.
Reconheço que não sou o padre que devia, mas procuro lutar para me aproximar de Deus e dos Homens.
Padre Artur Coutinho

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