NOVA IGREJA DA ABELHEIRA: DO SONHO À REALIDADE
Um sonho com mais de 30 anos está prestes a concretizar-se: A “Nova Igreja da Abelheira – Igreja da Sagrada Família”, que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima tem em curso encontra-se na sua última fase de execução. Será o maior edifício religioso fechado da nossa cidade e vai oferecer mais espaço e conforto aos paroquianos e cristãos que nesta nova centralidade de Viana – Abelheira – não possuem qualquer estrutura com capacidade que permita a realização de eventos religiosos para os que lá vivem, e muito menos para os que nos visitam em momentos de cerimónias mais festivas. É um dever de todos nós contribuir na construção desta estrutura, não só para nós, mas como um agradecimento aos nossos antepassados que com menos meios nos deixaram um vasto e valioso legado a nível deste tipo de infra-estruturas.
Pelo empenho que o nosso Pároco, desde a primeira hora, acompanhado e apoiado pelo Conselho Paroquial de Pastoral de 1978 e mais tarde pela Comissão Fabriqueira, sempre demonstrou por esta nova igreja, não será difícil concluir que esta será “uma” obra da sua vida. Não digo “a obra” mas, “uma obra”. Quem acompanha o seu trabalho como Pároco desta comunidade, e quem o ajuda poderá facilmente verificar que, foi sobretudo devido ao seu dinamismo, à sua dedicação, empenho e sacrifício pessoal que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima se transformou. Sempre teve a seu lado bons colaboradores, a Paróquia, com a ajuda de todos, colaborou e colabora. Daí que nos 25 anos de sacerdócio mais do que uma vez já tenha afirmado: “nunca estive sozinho”. A Nova Igreja é apenas uma delas, possivelmente a mais importante no aspecto visível. Claro que, sem os donativos e a colaboração de muita gente solidária, isso não seria possível. Para além do aspecto de gestão de recursos de toda a ordem, o Padre Artur Coutinho teve sempre uma preocupação: procurar consensos na Comissão Fabriqueira, por forma a gerir e transformar esses recursos ao serviço do apostolado, da comunidade e dos que mais precisam. Foi essa a linha que pautou a sua conduta no sentido de servir, preservar, defender e alargar o património da Paróquia em termos de serviços espaços e condições, permitindo que hoje existam condições e um ambiente propício à acção social, à oração e elevação para Deus.
Esta Nova Igreja terá apelos a uma mística contemplativa: é um local muito amplo, de grande acústica e de boa visibilidade, e tem uma arquitectura de grande simbolismo espiritual. Debaixo da Igreja existe uma capela, e alguns espaços onde os vários grupos da comunidade irão exercer as suas actividades.
As igrejas representam um tipo muito particular de edifício com requisitos arquitectónicos e acústicos específicos e com importantes variações e adaptações ao seu uso com o passar dos anos e da História. Será o maior recinto religioso fechado da Diocese, com cerca de 800 lugares sentados, configurada para duas capacidades diferentes: um primeiro espaço para o culto e utilização de áreas menos nobres paras as actividades e serviços complementares que a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima assegura (Escutismo, catequese, movimentos, grupos, etc.), fermentos activos e dinâmicos numa comunidade. Desenhado pelo arquitecto Faro Viana, o projecto combina harmoniosamente arquitectura, espaço, luz, som e tecnologia. De grande simplicidade arquitectónica, mas com alguma complexidade na engenharia civil, é uma obra singular pela sua grandiosidade e, ao mesmo tempo, pela atenção aos pormenores. O interior da igreja é iluminado, através de janelas/vitrais, que à primeira vista passam despercebidas mas que permitem dar prioridade à luz natural. É uma estrutura polivalente que além das cerimónias religiosas, está concebida para ter uma utilização de caris mais cultural, dada as suas características acústicas. Pode-se dizer que é uma estrutura ao serviço da comunidade.
Esta é a obra terrena, material e visível que pretendemos concluir. Mas de que nos serve se nos falta a fé? È com base nessa fé que vos faço mais uma apelo sustentado em alguns excertos da Bíblia: “Em união com Cristo, também vós sois integrados na construção para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus” (Ef 2, 22). Estas palavras da Carta aos Efésios, falam duma construção em acto e indicam claramente a sua finalidade: é a morada de Deus. Eu fui enviado, e aqui estou, para vos confirmar no vosso glorioso destino: Todos somos chamados a participar nesta construção “cujo arquitecto e construtor é Deus” (Heb 11, 10). Se porventura tudo isto aparecesse aos nossos olhos meramente como uma promessa, e não uma obra em acto. Ou então, se todo o mundo se levantasse para nos chamar à razão, dizendo: Resignai-vos, pobres iludidos; não se encontra rasto nem vestígios de um Deus à procura de casa por estes lados! Eis o que tenho a dizer-vos: Não o perscruteis com os olhos porque ainda não enxergam, nem vos resigneis à voz das sereias do mundo porque recusam o canto novo do amor de Deus a nós manifestado. Apoiai-vos, antes, “sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que têm Cristo como pedra angular” (Ef 2, 20). Ora, um dia alguém perguntou a Jesus Cristo como era possível Deus manifestar-Se a nós e não ao mundo; e Ele explicou: “Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada” (Jo 14, 23). Sobre este alicerce, assenta a consoladora certeza: Deus escolheu-nos para sua morada. Cabe a cada um de nós acreditar, ter fé e contribuir na construção do templo que servirá acima de tudo como local de culto a Esse que é o nosso Deus.
Armando Sobreiro – Janeiro de 2010
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