Visita da Imagem Peregrina de
Fátima
A Senhora entrou no Coração de Viana. Viana anda no Coração da Senhora.
E assim a nossa Terra.
O programa cumpriu-se, com esplendor. Que mais salientar?
As decorações das Ruas? as luminárias das Casas? As flores naturais em
tapetes sem par ? Os harcos? Os carros? A multidão?
Tudo foi maravilhoso. Mas o que mais me encantou foi a alma que todos,
sem excepção, puseram em tudo, desde as pétalas ao Rosário e à Coroa gigantescos,
alma que se deu com espontaneidade e vibração ao trabalho, à canseira, ao dis-
pêndio, ao sacrifício, de noite e de dia, e que rematou simbolicamente a sua
entrega ao serviço da Virgem quando, não podendo ir mais além, transformou em
altar de luz, com velas a arder, o tapete sem igual de flores, defronte da
Matriz.
A espiritualidade impressa pelos doentes e pelas crianças invadiu a
cidade e o campo e manifestou-se ininterruptamente, de manhã e de tarde. A
Igreja Matriz, aberta de par em par, nunca esteve vazia, nem sequer naquelas
horas em que as senhoras que tomaram a seu cuidado, devotadamente, o adôrno do
andor e da Igreja, mais precisavam de estar sós. Pelo contrário, muitas vezes
esteve repleta, esvaziando-se lentamente, porque o tempo não dava para
manifestar toda a fé que as gentes traziam.
Foi grande o dia da juventude e o da Família e o da Escola e o das
Forças Armadas. Mas foi um privilégio o Rosário de Missas da l.a
Quinta-feira de junho, dia do c.lero, dos Religiosos e dos Seminários. E
marcou bem o apogeu daquele tom de espiritualidade que inundava a Cidade.
A Imagem Peregrina lá anda pelo Distrito, de que os Vianenses são a
cabeça. A Cidade não pôde ir além de Santa Luzia. Mas de lá contempla tudo. E
espera que todo o Distrito siga o seu exemplo. Espera e reza. Deu-o com
consciência.
In “Família Paroquial de Santa Maria Maior” de julho de 1960
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