Servir,
Servir, Servir…
Todos os que passam pela água baptismal, pelo sacramento do crisma e pela Eucaristia
temos de estar prontos a servir ao modo e jeito do Sagrado Coração de Jesus, o
sacerdote por excelência.
Ninguém
se pode escusar e afirmar que nada tem a ver com Jesus Cristo.
O
nosso Bispo na carta Pastoral dedica espaço ao “sacerdócio que é o Amor” e
afirma que o Papa na Eucaristia para a Jubileu dos sacerdotes de Roma marcada para
o dia do Sacerdócio do Sagrado Coração de Jesus convida-os a olhar para o
coração do Bom Pastor e o nosso coração de pastores ao mesmo tempo que chama e
abraça.
Jesus
disse “onde estiver o vosso tesouro ai estará também o vosso coração”, isto é,
nós somente somos como que o tesouro insubstituível no Coração de Jesus.
O
Nosso pai Deus e nós seus filhos, somos seres de relação: encontro com o pai e
encontro com as pessoas, pois o coração do pastor de Cristo só conhece dois
caminhos: o do Senhor e o das pessoas em geral, mas sobretudo os que nos foram
confiados pelo nosso próprio ministério e missão.
O
nosso olhar deve estar fixo em Deus e nos irmãos. Não podemos, por isso, andar
à deriva por outros caminhos se não o caminho do pastor que tem sempre em conta
o bem-estar dos irmãos quer no aspecto material, quer no aspecto espiritual.
Eu
sou padre, sou pai. Será que os outros irmãos a mim confiados me consideram
ministro de Deus, do amor, da bondade da misericórdia ou ministro do comércio,
da solidariedade, da educação, da falta de bom senso para não perder as
“ovelhas” que me foram confiadas e ir atrás da que está tresmalhada?
Será
que os outros me vêem como o pastor que abre a porta do aprisco, que sabe
acolher com bondade, misericórdia, compaixão, com amor, como se do próprio Pai
do céu se tratasse?
Naturalmente
teria muitas surpresas, porque não faltaria quem me apontasse erros de tudo.
Ora
aí está a falta de fraternidade entre nós cristãos porque temos medo de falar
com o Sacerdote, com o padre e com caridade, também de dialogar com ele sobre
os seus erros para que, reconhecidos, possam ser corrigidos e por exemplo eu
ser melhor na comunidade.
É preciso
também contar que às vezes o que parece erro não o chegou a ser, por isso é que
qualquer sacerdote precisa deste diálogo franco e aberto, com os paroquianos,
em vez de na igreja a cochichar ou fora
da missa, no adro da igreja, ou no café, dizerem ou falarem mal, difamarem ou caluniarem.
Isto não é testemunho de alguém que se preze ser baptizado e cristão.
O
abrir caminhos de esperança em novos horizontes a quem se encontra em
dificuldades ou de algum modo fragilizado não é só devido ao padre, mas a todos
porque todos juntos somos o Corpo Místico de Cristo que S. Paulo defende e se
um dos seus órgãos com mais ou menos responsabilidade no funcionamento deste Corpo
está doente, pode fazer todo o corpo doente. É como um fruto podre no meio de
outra fruta, mais depressa a podridão chega a toda. O resto que ainda tinha
aproveitamento acaba por ser lançada fora porque já está toda podre.
Eu
sou padre e pároco. Já tive experiência destas coisas todas e tive de saber ser
humilde quando alguém se aproxima e me “acusa” e saber ser humilde quando
alguém me bate palmas. As palmas são manifestação de alegria e de bem dizer,
gosto de as usar sobretudo para os outros e que o Senhor me perdoe quando alguma
vez me senti orgulhoso por aquelas que justamente até as receberia.
Eu
sei que servir como o sacerdócio do Coração de Jesus nem sempre o consegui, ou
às vezes, me esqueci mas que os irmãos me perdoem e Deus Pai também.
Que
eu sirva o Senhor e agarre a todos nos braços, os conduza ao redil, isto é, à
comunidade que se deve sentir feliz já neste mundo.
P.
Artur Coutinho
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