Linguagem de criança, ou?
A minha inteligência
não é capaz de atingir aquilo que gostaria
de chegar, mas como ninguém me
pode prender o pensamento ou tirar-me a liberdade de escrever o que penso, vou
fazê-lo com a certeza que vou “errar”, mas prefiro dizer tátá como uma criança
a zumbir como um primata.
Há oito milhões de anos, os primatas não falavam,
apenas produziam ruídos, barulhos trabalhados, usando o esófago e a garganta até
chegarem aos sons guturais “gummm”, de boca fechada). Aí começaram e evoluíram
passando aos sons palatais, dentais e labiais. A evolução foi lenta e só o
“Homo Sapiens” conseguiu juntar sílabas e construir palavras.
Quase todas as línguas têm a sua tonalidade diferente
segundo as influências de colonos e da resistência dos nativos.
Os indígenas tinham a sua linguagem e a adaptação aos
colonos foi uma evolução muito lenta, com mais ou menos velocidade, com mais ou
menos boa vontade, com mais ou menos resistência, mas sempre com resistência.
Se os primatas, a pouco e pouco, foram descobrindo o ‘x’
e o ‘h’, e a vogal a, a primeira letra que o homem pronuncia como sofrimento
(com dor) e o ‘a’ com alegria e liberdade.
Depois de chegar às palatais como o ‘g’, ‘q’ e ‘y’;
com as palatais descobrem o uso da língua
para pronunciar ‘j’, ‘t’, ‘d’, ‘g’ e ‘l’; para chegar às dentais ‘c’, ‘t’, ‘v’,
‘s’ e ‘z’, as labiais como o ‘p’, ‘b’, ‘m’. As guturais com esta mistura toda
usando os dentes, os lábios, a garganta, o palato, e esquecendo a língua,
descobriram algumas intermédias dentolabial, dento-palatal ou a posição de
ambas ou mais...
Há uma letra palato-lingual que é o ‘r’, existente no
alfabeto latino e grego, mas poucos a usam como o português, sobretudo, o ‘r’
dobrado ‘rr’ ou no princípio das palavras.
Há alfabetos que não a conhecem sequer, mas o hebraico
tinha o ‘resh’ (r), assim como o grego o ‘rou’ (r).
De boca fechada, hoje, ou doentes a quem fizerem a
extracção da garganta conseguem falar, dizer algo, que se faz entender, é uma
questão de afinação, ressonâncias, controle e volume e de muito bem-querer.
Aqueles que, devido a um AVC, ficam sem voz, dizem
sempre algo, ainda que seja de boca fechada, o ‘nh’ (ñ) prolongado, tanto para
dizer sim com para dizer não, é conforme a ocasião, o gesto que acompanha com a
cabeça e com as feições do rosto, por exemplo, completa a ideia...
Há pessoas que conseguem recuperar formas, sílabas e
chegam a pronunciar palavras...e a fazer uma linguagem e vida normais.
Outra experiência é reparar na linguagem dos bebés, as
primeiras letras, as primeiras sílabas e como as primeiras palavras; e a
dificuldade de pronunciarem o ‘r’, tanto no princípio das palavras ou no meio
quando dobrada, quando se tem de pronunciar “rr”, palatal duro (sem uso da
língua) sendo mais fácil a palatal da língua, enrolando-a fazendo retroflexo, mas
depois de levantado o corpo da língua, não acontecendo o mesmo no ‘r’ quando se
encontra no final das palavras.
A vila de Barroselas, melhor o topónimo barroselas não
é um topónimo fácil. Antigamente as
pronunciavam raboselas, bagruselas, rrabuselas, baruselas...É apenas um
exemplo que o conheci na região... de pessoas crescidas e como crianças a
começar a falar.
Assim acontece com alguma dificuldade nas consoantes
juntas.
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