O Congresso Internacional sobre o presbítero “à escuta da Palavra” decorreu em Outubro em Fátima e em Braga em Janeiro que ultrapassou todas as expectativas na participação do Clero de Portugal.
Naturalmente serviu para que os sacerdotes encarassem a necessidade de transformações, de mudanças e dar conta que o seu ministério na Igreja é participante do Sacramento da Ordem e, como tal, mostrar Cristo num foco de coesão, unidade na Igreja, cuja cabeça é Ele, tornado presente sacramentalmente como um sinal eficaz da Graça de Deus para o qual o presbítero encaminha pela sua proximidade através dos sacramentos, isto é, de forma representativa a indicar a Igreja como Acção de Cristo, a apontar a Acção de Deus, sinal visível no Mundo.
É Deus que age na Igreja e o que se espera do sacerdote é uma disponibilidade para “o anúncio da Palavra”, para os “sinais eficazes”. Não para o êxito porque Deus não é êxito, ou não se chama êxito, segundo Martim Buber.
O sacerdote no exercício das suas funções é “indicação sacramental nos pontos nevrálgicos da vida da Igreja, da Comunhão entre Deus e o Homem e entre os homens. Não pode, por isso, celebrar a eucaristia sem procurar viver, do mesmo modo, a comunhão quotidiana” com os fiéis, caso contrário seria perverso.
O ministério do presbítero tem de ser colegial, como no ministério episcopal e porque não dizê-lo no ministério laical que a partir do baptismo é também o leigo enviado a participar da natureza divina de Jesus Cristo, como sacerdote, profeta e rei.
Todos somos filhos de Deus e o padre, como o Bispo, participante em plenitude no sacramento da Ordem, têm de ser homens de Deus como luz, estrela que comunga, celebra e comunica com entusiasmo e alegria, de uma forma convincente e apelativa a todos.
Assim, no Mundo de hoje que momento a momento evolui, se transforma, todos a seu nível, temos de cuidar da nossa formação permanente para que não sejamos ultrapassados e fiquemos sempre àquem do desejável e necessário para levar a Boa Nova do Evangelho a todos, a promovê-los na vida comunitária e a sensibilizar e a acolher candidatos ao sacerdócio, não só através do testemunho da sua vida, como através da palavra “curta”, incisiva e apelativa, nos pontos essenciais da fé.
Estamos em hora de mudança que não se pode fazer com eficácia sem a escuta atenta da Palavra que a todos salva e a palavra de todos os que a vivem com Amor.
A.Coutinho
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