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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sou Padre ...e não sou Monge!... Revisto

Continuo com a tentação de dizer mais sobre o facto de ser padre.


Este ano sacerdotal deve ser um ano de reflexão e testemunho, de aprofundamento espiritual e de acção. Estamos em ano de mudança que exige estudo, reflexão, análise, actualização tanto na dimensão humana, como na espiritual, pastoral e intelectual para que seja uma eficaz mudança...

Cada dia que passa há sempre uma mudança e essa tem de ser sempre pela positiva. Eu gostaria de ser aquilo que nem sempre sou: um padre do povo de Deus e para o povo, não para me servir dele, mas para o servir; um padre próximo que está com o povo na igreja e na rua, na festa, e nos sofrimentos, na vida e na morte; a minha proximidade devia arrastar a muitos para Cristo, para o Deus que me deu este dom de ser enviado como Cristo para servir e dar a vida; um padre com amor a transbordar olhando para o Espírito e semear sem procurar ser recompensado com a colheita... se ela vier sou obrigado a colher, mas só Deus é que é o grande Senhor; um padre que reza não para pedir coisas, mas só coragem e valentia para aceitar as agruras da vida, sejam elas espirituais, morais ou materiais. Sou padre, mas este dom não o mereço, foi Deus que mo deu. A Ele o devo, não é mérito próprio; sou padre porque a minha felicidade está em perdoar, em esquecer, em ver os outros como obra de Deus e não dos Homens; sou padre porque creio num Deus absoluto, transcendente, acima de mim a quem, por amor, reconheço que sou uma parte inferior (criada) e a Ele lhe devo obediência. Sou padre como todos os baptizados em Cristo que participam da natureza divina de Jesus Cristo como sacerdote, profeta e rei e, entre eles, me senti chamado a dizer sim à comunhão com o Bispo, o presbitério e com os fiéis.

Por isso, gostava de ser mais padre da rua, onde a missão é esperada porque, na Igreja, essa, a destinamos ao culto pela Comunidade à qual o Bispo ou o padre preside. Não só, no Templo, deve o padre ficar a rezar, à espera dos penitentes e das suas esmolas, ou a colher os frutos da colheita que alguma vez se fez.

Há uma diferença muito grande entre o padre e o Monge. Em primeiro lugar o padre ( diocesano ou secular, por estar no meio do mundo ) faz voto de obediência ao Bispo e castidade, não está sujeito a viver em Comunidade e, não fazendo voto de pobreza , nem por isso, está desobrigado de ser sóbrio, desapegado das coisas deste mundo e dar testemunho de comunhão no meio do mundo com a Igreja feita de hierarquia e fiéis. Em segundo lugar nem todos os monges são padres ( regulares, isto é, sujeitos à regra da Congregação). Há os irmãos, simplesmente, e os que recebem do bispo o sacramento da ordem que são padres como eu. Portanto, nem todos os monges são padres, mas todos os monges fazem os 3 votos: Obediência, Castidade e Pobreza. Os monges vivem em Comunidade, podem ser de clausura, de vida contemplativa e missionários.São mais voltados para a oração, para a contemplação e obediência ao cumprimento das regras da Ordem ou Congregação, do Superior, são sinal e testemunho de vida comunitária e desapego às coisas terrenas ...

A Igreja precisa destas vocações diferentes, como dos leigos que também eles sem fazer votos devem dar testemunho de Cristo Ressuscitado, pela oração,pela palavra e pelo o espírito de serviço aos outros.

Cheguei , enquanto jovem, a pensar ser missionário...sempre admirei a vida em comunidade e a acção missionária, mas segui outro caminho e já vivi em comunidade com dois colegas mais velhos, muito diferentes no pensar e no agir; sempre fomos amigos e foram uns anos de grande riqueza para mim, pelo menos, mas creio que para todos, pois continuamos amigos e a ajudarmo-nos mutuamente. Só deixamos porque os outros dois encontraram um projecto diferente para eles. Assim como vivi com um médico, ora cozinhava eu, ora ele, mas depois foi para o Porto.

Sou padre!...gostava de ser monge! Não sou monge e sou padre!...

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