AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

terça-feira, 10 de maio de 2011

Centro Paroquial de Nossa Senhora de Fátima-Voluntariado- Dr. José Rodrigues Lima- FORMAÇÃO

Centro Paroquial de Nossa Senhora de Fátima


Terceira sessão de Formação Geral de Voluntariado

Dia: 1 de Abril

Horas: 21h00

Local: Centro de Dia da Paróquia








TEMA: ‘ O Voluntariado numa IPSS de cariz Religiosa – Deontologia e Ética Profissional’


1 - Deontologia e ética


A Deontologia, é um termo que aparece da aglutinação de duas palavras gregas: "déon".e "logos". Para os gregos "déon" significava dever, enquanto "logos" se traduzia por discurso ou tratado.

Neste sentido, deontologia seria o tratado do dever, ou o conjunto de deveres, princípios regras ou normas adoptados com um fim determinado - regular ou orientar determinado grupo de indivíduos no âmbito de uma actividade laboral, para o exercício de uma profissão.

A par desta ideia de tratado, associado à regulamentação de uma profissão estava implícito uma certa ética, aquilo a que posteriormente viria a ser entendido como a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.

A Ética, igualmente com raízes na civilização grega, é uma palavra proveniente de ethos, que, em grego, significa modo de ser.

Na convicção de que a ética é a teoria, ou ciência do comportamento moral do homem em sociedade, como tem vindo a ser entendido por alguns filósofos, não poderíamos reduzi-la a um conjunto de normas e prescrições que de certo modo pudessem influir ou condicionar essa mesma vivência.

No entanto a aceitarmos que a ética, caracterizada como um conjunto de regras a orientar o relacionamento humano no seio de uma determinada comunidade social, poderíamos admitir a conceptualização de uma ética deontológica, uma ética voltada para a orientação de uma actividade profissional.

Deste modo, ter-se-ia uma dimensão ética de uma profissão, ou seja, o mesmo seria dizer que teríamos uma moral direccionada a um comportamento funcional ou profissional do homem na comunidade social em que se insere.

Para alguns estudiosos destas matérias, a ética não se resume unicamente à vertente interna do homem, ela é muito mais complexa, até porque reduzir o homem ao ser biológico é reduzi-lo a quase uma insignificância. Na visão de Fenandez Sabaté1 a ética apresenta-se como uma exigência, na medida em que a sua realização depende da nossa racionalidade, isto é, que a conheçamos e orientemos toda a nossa actividade segundo uma certa moral, "(...) o ético não é algo estranho ao homem, mas algo que faz parte da sua própria natureza(...)".

Assim, poderíamos dizer que a ética não envolve apenas um juízo de valor sobre o comportamento humano, mas determina em si, uma escolha, uma direcção, a obrigatoriedade de agir num determinado sentido em sociedade.

Se por um lado, essa obrigatoriedade encerra uma escolha que não é, nem pode ser fruto de arbitrariedade, ela é a expressão máxima de um conjunto de valores adquiridos pelo simples facto da vivência do homem na sociedade.

Por outro lado, a Deontologia enquadrar-se-ia num quadro de valores, de regras, no sentido de orientar, disciplinar a actividade do homem visava, implicitamente, estabelecer um quadro normativo que pudesse regular essa vivência do homem em sociedade, diga-se vivência profissional, na medida em que procurava estabelecer normas direccionadas à actividade profissional sob o signo da rectidão moral, ética e honestidade.

Deste modo, a Deontologia partia do pressuposto de que a vida profissional não era alheia à ética, uma vez que a ética encerrava em si a ideia de valor, de rectidão, do agir segundo um determinado quadro de valores, valores esses fundamentais quer do ponto de vista interno da









moral, da sua própria concepção enquanto homem, quer externo, na relação social e do bem estar da colectividade.

Assim, garantindo esse princípio, de que a vida profissional se enquadrava, também ela, nas normas éticas e morais, a Deontologia profissional elaborou um conjunto de normas no sentido de orientar essa mesma actividade profissional.

Por fim, em última análise, diríamos que Ética e Deontologia são da mesma essência, na medida em que, de forma mais abrangente a ética elabora os princípios morais, subjacentes a todo o comportamento humano em sociedade, enquanto a Deontologia, num círculo mais restrito, seria a dimensão ética de uma profissão ou de uma actividade profissional.

Sabaté, Edgardo Fernandez, Filosofia del Direcho



A QUALIDADE NA INTERVENÇÃO CRISTÃ



É necessária e oportuna a reflexão sobre «a qualidade da intervenção cristã», que aqui limito à intervenção social, tendo em conta a natureza e o tema da Semana. O ideal da qualidade, integra-se no da perfeição que faz parte da essência do cristianismo (1). Acresce que a qualidade se apresenta, hoje em dia, como preocupação central das teorias e das preocupações relativas às empresas e às organizações em geral.

Divido esta reflexão em apenas duas partes: a primeira destina-se a abordar o que está em causa; e, a segunda, à apresentação de algumas propostas.



1- O que está em causa



Falando de «qualidade da intervenção social cristã», parece razoável começar por referir o que se entende aqui por «cristã», por «intervenção social» e por «qualidade»

O adjectivo «cristã» é entendido, especialmente, como qualificativo da intervenção dos leigos católicos, enquanto inseridos na Igreja e nas realidades terrestres, com uma espiritualidade e compromisso próprios. A acção da Igreja no seu todo está presente, ao longo da reflexão, como base e enquadramento do compromisso laical.

A «intervenção social cristã» traduz-se num vasto conjunto de actividades, designado por acção social da Igreja. Este acção pode definir-se como a solicitude cristã no acolhimento personalizado dos problemas sociais e na procura das respectivas soluções, diligenciando «vivificar (...) os vários sectores da ordem temporal» . A solicitude brota da caridade e implica o compromisso fraterno com a felicidade e a bem-aventurança eterna de todas as pessoas e de cada uma . O acolhimento personalizado dos problemas sociais consiste na relação permanente de partilha da vivência desses problemas, atribuindo prioridade aos mais graves , por duas razões: primeiro, porque afectam mais profundamente as pessoas envolvidas; segundo, porque a respectiva solução torna mais consistente a intervenção social.

Cada vez mais temos o dever e o direito a sermos diferentes, caso contrário também não temos que existir como fundações da Igreja, como fiéis leigos…



A acção social dos cristãos, e da Igreja no seu todo, desdobra-se em duas vertentes, segundo o «Decreto Conciliar Apostolicam Actuositatem»: a acção social de serviço - a favor, particularmente, das pessoas mais necessitadas; e a acção social de intervenção nas diferentes estruturas sociais.

A acção social de serviço concretiza-se através de inúmeros «grupos sociocaritativos», com esta ou outra designação, e bem assim através de instituições particulares de solidariedade social (IPSS), e serviços de animação e coordenação. A acção social de intervenção nas estruturas concretiza-se através da Acção Católica, de associações e grupos que actuam nos diferentes meios sociais, e também através de serviços de animação e coordenação. Não existe qualquer compartimentação estanque entre estes dois tipos de acção: eles complementam-se, até coincidem numa larga medida, emanam do mesmo espírito e visam a mesma finalidade salvífica. (Conferir G.S. e doutrina conciliar)







REQUISITOS DE QUALIDADE



Passo à última componente do nosso tema - a qualidade. Na esteira de Barrie Dale e de Cary Cooper poderá definir-se a qualidade de uma organização, ou movimento, como a capacidade para atingir os seus objectivos, satisfazendo a diferentes entidades envolvidas (8). A «qualidade total» implica «o envolvimento de todos os que trabalham numa organização (...)», ou movimento, e de quem se relaciona com eles. Como parece evidente, a «qualidade total» é tão inacessível como a perfeição plena, e constitui um ideal de natureza escatológica (10). Contudo, nalgumas teorias das organizações, considera-se que ela pode, e até deve, ser alcançada; para que isso aconteça, reduzem, naturalmente, o seu âmbito e profundidade .

Entre os vários requisitos da qualidade realçam-se três: o cumprimento de normas; a participação; e a proactividade (12). Recomenda-se a cada organização, ou movimento, que defina a sua estratégia relativa a estes requisitos; na verdade, pode variar de caso para caso, por boas e más razões, o modo e o grau de concretização dos requisitos. Diga-se até, a propósito, que a inexistência desta estratégia reflecte uma insuficiência de qualidade muito significativa e muito frequente.

O cumprimento de normas é o requisito básico a ter em conta e respeita não só às normas propriamente ditas - de natureza, legal técnica ou ética - mas também às responsabilidades contratuais e até ao esforço complementar que, porventura, se torne necessário.

O requisito participação, no interior das organizações e movimentos, abarca especialmente a transparência, a comunicação interna «descendente», «ascendente» e «horizontal», bem como a auscultação nos processos de decisão, e o diálogo permanente para o esclarecimento mútuo, a superação de diferendos e a solução de outros problemas. É necessário que o espírito de participação abranja também as relações com os clientes e os fornecedores, tendo em vista a harmonia possível de objectivos e de interesses.

O terceiro requisito da qualidade total - a proactividade - tem a ver com a capacidade permanente de iniciativa, a perscrutação do futuro e a adaptação às respectivas exigências. A proactividade implica três funções indissociáveis: a programação, a avaliação e a qualificação.

Cf. Conc. Vat II

A diaconia / caridade como função fundamental da Igreja



Mediação indispensável de verdadeira relação com Deus e caminho decisivo de salvação, o serviço fraterno é expressão da vida e da essência da Igreja, é – juntamente com a Palavra anunciada e testemunhada (o anúncio do Evangelho) e a celebração da fé no culto e nos sacramentos (a Liturgia) – uma expressão indispensável e privilegiada da presença e acção do Senhor ressuscitado e operante pelo seu Espírito na sua Igreja. “A natureza íntima da Igreja – escreveu Bento XVI, dando forma magisterial a uma convicção de sempre, mas nem sempre devidamente presente na consciência cristã – exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia). São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros. Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de actividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”. Praticar a caridade para com os necessitados – qualquer que seja o tipo de necessidade em questão – pertence às funções essenciais da Igreja.

Ela nunca pode autodispensar-se dessa tarefa sob a pena de pôr em causa a sua identidade (Igreja de Jesus Cristo) e falhar na sua missão (anúncio do Evangelho)



Revista Comunio (pag. 197/ 198, N.º 2 – Abril, Maio, Junho de 2009)





















Missão do Centro Paroquial



À data pode dizer-se que “a missão do Centro Social Paroquial é promover o desenvolvimento integral da Pessoa, num espírito de Comunidade, garantindo a sua dignidade e fomentando o Bem Comum, sempre numa opção preferencial pelos mais pobres”.





A visão que prossegue é “Ser um Centro de excelência na concretização e divulgação dos princípios da Doutrina Social da Igreja sendo uma Comunidade viva de pessoas felizes.

Para o efeito pretende-se desenvolver estratégias que se baseiem “na subsidiariedade, na participação, na parceria, e na abertura aos sinais dos tempos” sempre balizadas pelos valores da “caridade, equidade, fraternidade, justiça, liberdade e verdade”.



Para não terminar…



Face ao caminho percorrido parece ser possível afirmar que a relação entre conceitos como Missão e Gestão, por vezes vista como relação incompatível, demonstra ser uma relação exigível desde que seja baseada na (re)definição teórica e operacionalizada da Missão para uma boa Gestão e não se transforme (devido a factores vários como a pressão financeira) em Gestão da Missão! Ou seja, hoje é possível afirmar que utilizando instrumentos do campo da Gestão, com as devidas adaptações práticas e contextuais, a mudança introduzida nos processos de gestão do Centro Social Paroquial em causa evidencia melhorias e permitiu inclusive, num processo de formação acção, aprofundar conceitos fundamentais para a construção de uma Missão e Visão partilhadas.

Desta experiência e com base nas relações com outras organizações congéneras destacam-se ainda possíveis Caminhos a percorrer… Revista Comunio (pag, 227 / 228, N.º 2 – 2009)



Ao jeito de sugestões:



Todo o mundo deseja ser importante; é um dos instintos mais profundamente gravados por Deus no espírito humano. Trata, pois, todos COMO se fossem importantes e põe em relevo quão jmportante é cada um:

1. Aprende a louvar as boas obras dos outros.

2 Nunca ofendas seja quem for, ainda que te ofendem, se te ofendem, nem por isso és pior.

Nem és melhor se te louvam. Mas quanto a ti, louva o que é bom e nunca te ofendas.

3 Adopta em todo o caso, uma atitude de interesse e atenção para com os outros. Observa atentamente.

4 Ninguém amarga um doce; administra bem a arte de felicitar e de louvar. Toda a gente tem alguma boa qualidade; escolhe-a para enaltecê-la.

5 Todos têm algo que te falta. Se souberes deter-te para aprendê-lo serás um grande artista. 6; Quando te encontres com alguma coisa boa, olha-a com lentes de aumento.

7. Não dividas nunca nem diminuas. Soma sempre e, tanto quanto possas, multiplica, estendendo até o possível, todo o bem que conheças.



Mais meia dúzia…



5.1 Interessar-se verdadeiramente pelas outras pessoas.

5.2 Sorrir

5.3 Lembrar-se de que, para qualquer pessoa, o seu nome é o som mais doce e o mais importante que existe no seu idioma.

5.4 Ser bom ouvinte e incitar os outros a falarem de si próprios.

5.5 Falar sobre assuntos que possam interessar o interlocutor.

5.6 Fazer com que o interlecutor se julgue importante – mas fazê-lo com sinceridade.

5.7 Ver Tudo

5.8 Tolerar Muito

5.9 Corrigir o Principal









PALAVRA FINAL

“ Na verdade Vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes” (Mat. 25, 40)



“Deus não perguntou se Abel tinha sofrido, nem se Noé conservou o mundo, se Abraão manteve a fé e Pedro foi crucificado de cabeça para baixo; mas só uma coisa pediu:

Se o pobre comeu.” (S. Pedro Crisóstomo, sermão 14)



“ O corpo é um templo no qual se faz a ligação entre o Físico e o Espírito”

Marci Campbell

Prof. de Nutrição na Universidade da Mardina do Norte



“Fala para que eu te veja”

(Harmann – Filosofo alemão)

Sem comentários: