Uma só Missa num Domingo
O início do Ano da Fé vai trazer na diocese uma nova dinâmica dos crentes.
Na Diocese vai haver, provavelmente, uma só missa em cada arciprestado num Domingo a determinar, do mês de Outubro.
Aqui está uma inovação! Um “Stop” ao nosso estilo de vida, a exigir uma reflexão profunda que nos pode alertar para uma missa com dificuldades. Exige mudança e determinação sobre quais são os valores que defendemos: o facilitismo ou a dificuldade, a divisão ou a coesão, sujeição ou compromisso interior assumido, tradição ou adesão pessoal, cristão por batismo ou cristão por opção, missa de “capelinha” ou missa universal.
É a missa na hora que me convém ou a missa que me leva a renunciar a algo importante e bom.
Fico ansioso por esse dia porque tantas vezes fazemos adventos, quaresmas para celebrarmos natais e páscoas, mas a rotina continua igual. Olhar para as datas, para o relógio e nada de outras preocupações interiores que nos levem a fazer da nossa vida uma luz para mim e para os outros, a ser testemunhas de Cristo que dizemos professar em todas as missas festivas. Quantas páscoas, quantos natais?… E a nossa vida continua quase sempre a limitar-se muitas vezes à rotina, à tradição, aos respeitos humanos, ao medo e à superstição?
Temos que dar valores aos tempos litúrgicos que a Igreja tem em relação ao Natal, à Páscoa e ao Pentecostes. A Igreja é rica na Liturgia dos tempos, dos santos e dos dias santificados.
Qual o motivo dos 40 dias antes do Natal? Dos 40 dias antes da Páscoa? Dos 50 dias antes do Pentecostes? Para que serve o repouso ( dinâmico e vivencial) no tempo litúrgico conhecido pelo tempo comum?
Missa dominical para a vivermos na vida, ou apenas ouvir sem escutar a palavra, cantar e celebrar a Acão de Graças, comungando e vir para a vida da mesma forma como se entra na igreja, no templo?
Espero esse Domingo com uma só missa, onde só o Bispo celebrará em Viana com todos os sacerdotes e todos os arciprestes nos seus arciprestados celebram para todos os cristãos. Claro, há os que podem e os que não podem devido a serem doentes, idosos, pobres, ficar longe, não terem transporte e, assim, terão de ficar em casa, em jejum da Palavra e da Acão Eucarística num Domingo.
Esses terão a possibilidade de acompanhar via rádio ou televisão. Terão, no entanto, sempre a falta de assembleia alargada como uma Igreja Universal realizada em células, das comunidades mais pequenas.
Um dia não faz mal, nem fiquem com a ideia que se faz um “pecado”. A mudança exige sempre um choque porque é natural uma resistência a tudo o que é inovação.
Hoje não há distâncias. Vamos só mudar a hora e o local, afinal, dirão alguns.
Sugeria que estas missas, em número de 10 na Diocese, possam todas elas ser campais, para ninguém dizer que afinal ficou fora da porta. E a Igreja deve estar de portas abertas aos fiéis, ainda que seja ao ar livre.
Se compreendi bem as reflexões do Conselho Presbiteral que vieram a público, suponho que vai ser uma sensação de que há coisas a mudar e, muitas delas, começam por nós mesmos, sacerdotes e crentes praticantes.
PAC.
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