REFEITÓRIO SOCIAL
Senhoras e Senhores:
A
direção do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora de Fátima teve sempre a
preocupação de responder aos sinais dos
tempos e às dificuldades vividas pelo homem hodierno, praticando e
atualizando o legado deixado por Jesus de Nazaré, expresso no Sermão da Mantanha
(Mt. 5-7), nas bem-aventuranças, onde nos é revelado o rosto de misericórdia do
Senhor, que nos move a fazer opção preferencial pelas pessoas que vivem, atualmente
nas fronteiras da vida, como sublinhouu o Papa Francisco, na homilia de tomada
de posse do seu pontificado.
Assim:
Em 1993,
começamos a servir 6-8 refeições a pessoas com dificuldades socioeconómicas e
financeiras. Após dois anos, depois da sua abertura o número de pessoas com um
elevado grau de necessidades duplicou, passando para cerca de 15 refeições
servidas, diariamente em contexto desta resposta social. Nessa altura, a
direção do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, implementou
diligências junto do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social,
celebrando o primeiro protocolo de cooperação desta resposta social de
Refeitório Social, para nos ajudar apoiar 12 utentes, uma vez que dispúnhamos
de instalações com um espaço reduzido, para atender ao número cada vez mais
crescente de utentes com multi-pliri-dificuldades e famílias com vivências
quotidianas a viver em situações multidesafiadas, que nos batem à porta a
solicitar a toma de uma refeição quente.
Cada
vez mais gente acorre a este serviço social, recomendada e encaminhada pela
Segurança Social e Instituições que intervêm e prestam serviços de apoio social,
na comunidade local a pessoas desfavorecidas e excluídas, tais como: Câmara,
Junta, RSI, RELIS, Cáritas,…Vicentinos e assim se foi triplicando.
Em
2011 a direcção do Centro Social e a Segurança Social então admitem o óbvio,
celebrando um acordo de cooperação para 36 utentes, servindo neste espaço
reduzido, em três tempos, a refeição a 36 utentes ao meio dia, 12 utentes de
cada vez. Este acordo agora também contempla o serviço da refeição do jantar
para 36 utentes, sendo servidos 12 utentes de cada vez. Isto foi uma bola de
neve. Nós servimos normalmente entre 70 a 80 refeições tanto ao meio dia, como
à noite. Quem paga?
Os
resultados financeiros do Centro Social e Paroquial começaram a ultrapassar a
linha vermelha, consequentemente a bater no fundo. No ano transato a Câmara
Municipal estabeleceu um acordo para nos abater à dívida do Refeitório Social
com 5000 euros por mês. E acabamos a ano com as contas equilibradas.
Alguns
são capazes de pensar que nós servimos a antiga “sopa para os pobres” ou os
restos de comida de alguém, dos nossos utentes, por exemplo. No entanto, o
nosso orgulho está precisamente em que os desfavorecidos são servidos sempre
com a refeição preparada na ocasião e a mesma que é servida a todos os outros
utentes, aos que pagam mais, aos que pagam menos, aos trabalhadores,
colaboradores, voluntários e diretores; sem fazermos excepção nos 365 dias do
ano, por isso incluímos feriados e Domingos, Páscoa e Natal, porque, intuímos
que “quem tem fome à semana também tem fome” ao Domingo, pelo Natal e Páscoa,
ou feriado… E essa fome pode ser maior...
Do
espaço que tínhamos destinado para refeitório incluindo a minha garagem que
abandonei nunca se queixaram, se alguém se queixou podia ter sido da comida
porque não porque a comida fosse má, mas porque não seria comida que queria,
mas talvez de uma bebida.
Hoje,
ao celebrarmos os 35 anos de Centro Social Paroquial, estamos aqui a inaugurar
este novo espaço porque reconhecíamos que o espaço não era o mais próprio,
embora para os utentes o que interessava era comer.
Então
apostámos por uma cozinha comum às respostas sociais e a um refeitório mais
digno para os utentes.
Graças
ao apoio dado no ano passado pela Câmara Municipal e este ano com mais
25.000,00 para ajuda do equipamento desta casa, embora não seja o suficiente
para o equilíbrio financeiro nos custos com os serviços a cerca de 70 utentes
como aconteceu nos anos anteriores. Esperamos aumentar, para o ano, o acordo
com a Segurança Social. Refira-se que esta obra teve o apoio de mais 25,000.00
do BPI-Solidário. O resto são frutos de donativos que as pessoas de boa-vontade
vão partilhando connosco e parte de uma doação feita pela Linda Martins…
Amigas e amigos: Temos muita obra
para fazer, no Pólo de Atividades da Abelheira para além da dívida a pagar, mas
não é isso que nos vai demover, de praticar as obras de misericórdia: “de dar
de comer a quem tem fome, higiene em balneários ou de umas roupas lavadas a
quem precisa; vestir de lavado os que precisam; de acolher os
passantes/peregrinos …”
A missão da pastoral sócio caritativa
da Igreja Católica não pode alhear-se do sofrimento dos irmãos, do seu próximo,
de cumprir os mandamentos. Se faz o contrário, não é humano, quanto mais
cristão!
O
CSPNSFÁTIMA nunca apostou em obras que lhe dessem dinheiro, pois uma análise à
nossa contabilidade verifica-se que se não fossem os donativos não poderíamos
subsistir, pois maiores seriam os resultados negativos.
As crianças
do Berço não nos podem dar nada a não ser alegria de as vermos crescer
verdadeiramente felizes e integradas na sociedade; O Jardim tem dado também
respostas a crianças de cariz social que nada nos dão a não ser a alegria de as
ver crescer como as outras; com os idosos em carreira de fim de vida com
pensões baixas, ficamos também a sofrer e no SAD não fugimos às nossas
responsabilidades servindo as refeições quentes e na hora, quatro vezes ao dia
e por pessoal próprio. Assim como outro pessoal preparado para higiene pessoal
ou domiciliária com carrinhas homologadas para quaisquer um dos efeitos. Tudo
isto tem custos acrescidos.
Estamos
muito alegres e felizes porque se concretizam obras boas de assistência, de
cultura, de formação, de promoção não só às crianças, aos jovens e idosos, mas
a todos os que por opções de vida, para nós podem ser mal feitas, continuam a
ter ainda a garantia de que não são abandonados, desprezados e esquecidos por
todos.
Nesse
aspecto alguns animais têm mais sorte…
Alguém
se lembra que essa gente que apesar de tudo nos podem mostrar um rosto de Deus
a precisar de carinho, de afecto, de Amor?
Este
é um dos nossos objectivos fundamentais: procurar construir e inovar respostas para integração e promoção
social das famílias.
Aqui
estamos todos juntos nesta obra de bem-fazer… Bem-haja!...
A
vossa presença é um grande estímulo a ajudarmos a quem precisa. OBRIGADO…
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