A Cruz sempre foi um símbolo religioso. De facto o homem, de
pé e de braços abertos, tem a forma de uma cruz. A haste
vertical lembra a sua raiz na terra e a sua ligação ao Céu, ao
trancendente, ao absoluto, a Deus e a horizontal a união a toda
a humanidade, só de mãos dadas poderemos chegar ao Céu...
De quem é esta Cruz?
Esta Cruz é tua, oh Jesus!...
Nela te entregaste por amor…
Como no peito, embeleza uma flor!
Depois de te teres feito luz
Que nasceste para sofrer tão grande dor!
Agora esta flor sou eu…, também sofredor
És na minha vida, no dia a dia, o meu cireneu
Fraco, mais frágil também procuro eu, ser teu
Fizeste-me uma flor que sou eu
Pouco a pouco me vou dar
Todo inteiro como um clamor
Chamar grande amor!
Porque me deste asas para voar
Com sofrimento bastante que me reduz
Para imitar-te, no dar a vida na cruz
Esta cruz de todo o meu irmão
Do marginalizado que ainda pode amar,
Do drogado que agarrado ao chão
Vai injectando a sua escuridão
E assim não pode trabalhar,
Da mulher que se vende por tostão,
Do esfomeado que não comeu
Da Mulher que não teve amor
Do Homem que não soube sofrer
Da criança que foi violada
Da criança que foi abandonada
Da que foi maltratada
Da que não foi feliz,
Porque nunca se sentiu amada
Do jovem que não tem emprego para comer
Da família que não consegue o seu dever cumprir
Nem o nascer do sol, no lar ver,
Do preso inocente e injustiçado
Do emigrante que não é bem achado
Do pai que não é compreendido
Da mãe que, pela família, não é entendida
E daquele que não é encontrado
Do velhinho que é abandonado
Da pessoa que se encontra perdida
Do idoso que não tem quem lhe incuta esperança
A esperança que vem da tua Cruz,
A esperança que descubro em ti, oh Jesus!
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