A CAPELA DA SENHORA
DAS BOAS -
- NOVAS EM MAZAREFES
Está situada esta capela no centro
da freguesia passando-lhe junto a estrada municipal do mesmo nome e que liga as
estradas nacionais n.º 213 e n.º 308.
Trata-se de uma capela bastante ampla,
cujas proporções se confundem com uma igreja paroquial levando até ao engano. Muitos
dos que transitam pela primeira vez pela referida estrada pensem que estão a
passar pela igreja da Freguesia. É uma grande capela com uma linda torre de
relógio e campanário.
Não se sabe de quando data a sua
fundação. Uma vaga tradição atesta-nos que, a princípio, seria uma pequenina
capela escondida entre oliveirais como acontecia naquele tempo com muitas
outras. Também é vulgar ouvir-se dizer a pessoas idosas que a princípio era uma
capela sob a invocação da Senhora dos Prazeres, a quem o povo designava somente
pelo nome de «Senhora», como se encontra em documentos antigos, sítio da
Senhora.
O nome «Senhora das
Boas-Novas», dizem, foi inspirado pela devoção do povo quando viu abandonar os
lares os seus entes queridos à procura de uma vida melhor em terras do Brasil.
É evidente que a gente de Mazarefes mergulhada na saudade e na incerteza ia
ajoelhar-se aos pés da «Senhora» a pedir as «boas novas» e, como testemunho de
gratidão ou inconscientemente através do tempo lhe teriam mudado o nome, vindo
o novo título de glória - «A Senhora das Boas-Novas» que ainda hoje vigora e
vigorará.
A sua fundação deve remontar a
alguns séculos atrás, talvez ao século XV ou XVI.
No século XVIII foi instituído o
morgadio da Senhora das Boas Novas que teve vida efémera.
Na sua forma actual, diz o P.e Matos
na monografia manuscrita, foi construída em 1805 com muita pedra aproveitada da
antiga igreja paroquial em ruínas «S. Simão da Junqueira», trazida para ali em
carros de bois.
Foi, portanto, em 1805 ampliada e
reconstruída a expensas do P.e Manuel Martins de Carvalho, filho desta terra
que, por essa ocasião, havia regressado do Brasil.
Depois, a expensas de um devoto,
lavrador Manuel Augusto Fernandes Barbosa, desta freguesia e de quem já falei
no artigo sobre a «Casa das Marinheiras», foi erecta a torre, em 1901 (1).
Em 1911 foi colocado o relógio que
ainda hoje admiramos, adquirido com uma subscrição feita entre a gente da terra
a trabalhar no Brasil.
É nesta capela que se
realiza, no Domingo de Pascoela, a maior das festas desta freguesia, chamada a
Romaria da Nossa Senhora das Boas-Novas, à qual acorrem inúmeros forasteiros
das freguesias circunvizinhas e até de Viana, em especial, da Ribeira. As
famílias dos pescadores não só no dia da festa, mas durante todo o ano vão ali
agradecer à Virgem as boas novas dos seus ausentes, daqueles que sobre as águas
do mar, em horas difíceis, imploram a sua protecção.
Em 1960 surgiu a cruz luminosa que
se encontra sobre o vértice superior da torre, devendo-se essa iniciativa à
Comissão de Festas desse ano.
Fizeram obras no tecto em 1960.
Em 1964 substituíram o pavimento de
pedra por taco de madeira e foram colocados os azulejos.
Também é recente a construção dos
coretos que se vêem no adro.
Mais obras se fizeram em 1971, sendo
reduzida a sacristia nas suas dimensões e aproveitando-se o resto para ficar
aberto à capela-mor com altar voltado para o povo.
13 de Maio de 1974
(1) –Serão,
nº139.
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