Carniçaria - UM TOPÓNIMO DE MAZAREFES QUE DESAPARECE
O topónimo Carniçaria tem dado
origem a falsas interpretações sobre a origem de Mazarefes, confundindo
Mazarefes com Magarefe. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
O topónimo Carniçaria nasceu no
século XVI. Mazarefes aparece em documentos do século X. Há uma diferença muito
grande.
O sítio da Carniçaria a meio da
Avenida entre a igreja e a Rua Manuel Vaz Coutinho, teve este nome devido à
morte inocente de um escravo do fidalgo Rui Pereira.
Rui Pereira era um fidalgo da casa
de Mazarefes que, não correspondido nos amores por Isabel da Silva, dos
fidalgos de Vila Fria resolveu um dia vingar-se dela e, armado com os amigos de
Mazarefes, fez um assalto ao Paço da freguesia vizinha. Conseguiram entrar no
Paço. Espancaram a mãe da referida Isabel, já viúva, e à menina cortaram-lhe o
nariz, como era costume, nesse tempo, cortar orelhas e narizes como castigo
infligido por justiceiros.
Passou-se essa noite, mas no dia
seguinte já Rui Pereira teria desaparecido, talvez a caminho da Índia, onde
viria a morrer mais tarde no cabo da Boa Esperança. E foi precisamente no dia
seguinte, naturalmente no mesmo mês e do ano de 1550 que os de Vila Fria vieram
a Mazarefes tirar a desforra e vingar-se do que tinha acontecido, castigando o
criminoso Rui Pereira. Mas, não o encontraram, pelo que valeram-se de um
escravo seu trazido da Índia que usaram como alternativa.
Não ficou por aqui, pois em
Barcelos, no tribunal, foi condenado Rui Pereira e queimaram uma esfinge numa
das suas praças enquanto Rui Pereira naufragava no regresso da sua terceira
viagem à Índia.
Também não podemos confundir com o
carniceiro Pedro Gonçalves, matador e vendedor de carnes verdes que existia na
zona dos Castelhanos, muito perto da Carniçaria em princípios do século XVII.
OBS: No meu tempo de
criança entre a Avenida da Igreja e os Castelheiros havia uma carreira pedonal
de ligação entre o caminho que ia do cruzeiro das Boas Novas pela casa dos
Dias, Castelhanos e ligava junto à casa do Alexandre onde hoje vive um bisneto
o Manuel Pita e a casa do Avelino Sousa, no topo de cima da referida avenida.
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