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domingo, 27 de novembro de 2016

Carniçaria - UM TOPÓNIMO DE MAZAREFES QUE DESAPARECE


Carniçaria - UM TOPÓNIMO DE MAZAREFES QUE DESAPARECE

            O topónimo Carniçaria tem dado origem a falsas interpretações sobre a origem de Mazarefes, confundindo Mazarefes com Magarefe. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
            O topónimo Carniçaria nasceu no século XVI. Mazarefes aparece em documentos do século X. Há uma diferença muito grande.
            O sítio da Carniçaria a meio da Avenida entre a igreja e a Rua Manuel Vaz Coutinho, teve este nome devido à morte inocente de um escravo do fidalgo Rui Pereira.
            Rui Pereira era um fidalgo da casa de Mazarefes que, não correspondido nos amores por Isabel da Silva, dos fidalgos de Vila Fria resolveu um dia vingar-se dela e, armado com os amigos de Mazarefes, fez um assalto ao Paço da freguesia vizinha. Conseguiram entrar no Paço. Espancaram a mãe da referida Isabel, já viúva, e à menina cortaram-lhe o nariz, como era costume, nesse tempo, cortar orelhas e narizes como castigo infligido por justiceiros.
            Passou-se essa noite, mas no dia seguinte já Rui Pereira teria desaparecido, talvez a caminho da Índia, onde viria a morrer mais tarde no cabo da Boa Esperança. E foi precisamente no dia seguinte, naturalmente no mesmo mês e do ano de 1550 que os de Vila Fria vieram a Mazarefes tirar a desforra e vingar-se do que tinha acontecido, castigando o criminoso Rui Pereira. Mas, não o encontraram, pelo que valeram-se de um escravo seu trazido da Índia que usaram como alternativa.
            Não ficou por aqui, pois em Barcelos, no tribunal, foi condenado Rui Pereira e queimaram uma esfinge numa das suas praças enquanto Rui Pereira naufragava no regresso da sua terceira viagem à Índia.
            Também não podemos confundir com o carniceiro Pedro Gonçalves, matador e vendedor de carnes verdes que existia na zona dos Castelhanos, muito perto da Carniçaria em princípios do século XVII.






OBS: No meu tempo de criança entre a Avenida da Igreja e os Castelheiros havia uma carreira pedonal de ligação entre o caminho que ia do cruzeiro das Boas Novas pela casa dos Dias, Castelhanos e ligava junto à casa do Alexandre onde hoje vive um bisneto o Manuel Pita e a casa do Avelino Sousa, no topo de cima da referida avenida.

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