Falar ao jeito da Serra
d’Arga
Um breve texto
O jovem andava a “aranhar” e ela disse: “amaneia-te”, vamos
para a frente, minha gente. Senão põe-te a andar que não prestas.
- Olha que menina que “não canta, nem dança, nem namora,
pode sair daqui para fora.”
- De facto não tens graça nenhuma porque menina que não
cheira, nem fede em lado nenhum tem lugar e enquanto estou eu sempre agarrado a
aranhar, se apareces na minha teia a feder ou a cheirar eu salto para te
“arrasar” porque cada macaco no seu galho.
Amaneia-te – Anda, meche-te, desenrasca.
Aranhar – Estar parado, ou anda atrás e adiante como a
aranha na teia que parece parada.
Trupar – Bater com os nós dos dedos na mesa.
Arrasar – Ser uma boa preza que cai na teia e a aranha a
come.
Quando me encontrava na Serra d’Arga as pessoas falavam e
trocavam algumas palavras da letra ‘e’ fechado como negro e diziam com o é
aberto: négro.
Assim como chamavam às escadas incrustadas nas paredes dos
socalcos dos campos caleiras, ou escaleiras.
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