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sábado, 26 de março de 2011

Repensar uma nova pastoral da igreja a nível nacional- CPP- Cons. Pastoral Paroquial

Este trabalho


 preparado pelos


 grupos paroquiais,


 redigido pela


Comissão Permanente do CPP


 e discutido


 no Conselho


 Pastoral Paroquial


onde foi aprovado


 para enviar ao


Centro


de Estudos da Diocese.



1.Introdução


Uma onda avassaladora de materialismo invade a sociedade, silenciando os valores éticos e morais pelos quais se deve ordenar e orientar. A procura infrene de bens terrenos, sem olhar a meios, vai cavando um fosso cada vez maior entre ricos e pobres originando clamorosas situações de injustiça e sofrimento. Impunemente, a corrupção, tem vindo a instalar os seus poderosos tentáculos minando as diferentes esferas da vida pública e privada.



Uma grande aposta na humildade e na verdade do Evangelho na busca esforçada do bem comum impõe-se como condição essencial para vislumbrar o mundo novo anunciado pelos profetas Amós e Oseias.



Para esse esforço é particularmente convocado, em Igreja, o povo de Deus pelo testemunho empenhado de uma vida cristã verdadeira, instrumento simultaneamente eficaz de evangelização e sinal de compromisso na instauração do Reino de verdade, de justiça, de amor e de paz anunciado nas Escrituras, e pelo qual todo o homem anseia. Mais do que nunca, o apelo a uma felicidade duradoura pulsa fortemente no coração de cada homem. Porém, a sua realização não é possível sem uma vivência exigente da fé, que o materialismo moderno, na miragem de uma felicidade fundada em valores terrenos e perecíveis, pretende apagar ou ignorar. Este materialismo, traduzido no predomínio do ser sobre o ter, conduziu a um esfriamento da fé e alheamento da Igreja e da sua Doutrina, responsáveis pela desordem e injustiça reinantes no mundo. Afastado de Deus e da sua Igreja, o homem encontra-se como que à deriva num mar de dificuldades e sem esperança, cada vez mais longe do caminho da salvação e da verdadeira felicidade que só em Jesus Cristo pode ter cumprimento total.



A crise com que actualmente o mundo se defronta traz novos desafios à Igreja em ordem à cabal realização da missão salvadora confiada por Jesus Cristo exigindo-lhe caminhos de nova evangelização.

Para tal, urge o revigoramento da vida cristã, pela assunção plena da fé do Baptismo vivida em unidade eclesial, tendo em vista a realização da vocação individual de cada homem e da orientação do mundo segundo os desígnios salvíficos de Deus.














A unidade de todos os cristãos, construída na comunhão de fé e de afectos no seio da família, deve igualmente ser vivida em Igreja, e no respeito pela diversidade e pluralidade de cada um. É nesta diversidade que devemos construir a unidade.

Igualmente se impõe um vigoroso combate à indiferença e ao comodismo, inibidores do anúncio e afirmação da mensagem evangélica de alcance universal, através de uma atitude mais dinâmica de cada cristão.

Uma firme e estruturada aposta na educação e formação da fé ao longo da vida constitui um poderoso apoio no seu aprofundamento e vivência.

Os padres e bispos que saem dos paços e dos gabinetes para ir ao encontro das pessoas e escutarem os profetas de hoje que falam e agem no meio da confusão evidenciam a consciência da necessidade de uma nova pastoral.

Não podemos esmorecer perante as dificuldades. Necessitamos de uma atitude combativa e animada pelo sopro da esperança. É neste espírito que nos orientaremos para uma nova organização pastoral.














2. O que fazer?


• Sensibilizar os fiéis para a necessidade de renovação e formação de responsáveis de espírito aberto e solidário.

• Implementar programas de formação religiosa para os diversos escalões etários numa perspectiva de formação ao longo da vida.

• Promover uma participação activa na dinâmica da vida eclesial.

• Intensificar a vivência a fé do Baptismo na fidelidade e coerência aos princípios do Evangelho.

















3. Com que organização?


3.1. Promovendo a participação responsável e tomada de decisões em tudo o concernente à organização, planificação, execução e avaliação da pastoral, tanto ao nível da sua comunidade como da diocese e do país, através dos seguintes órgãos já existentes ou a constituir:

• Conselhos de Pastoral Paroquial, ao nível das paróquias;

• Conselhos de Pastoral interparoquiais, agregando várias paróquias vizinhas ou afins;

• Conselhos de Pastoral Arciprestais, ao nível do Arciprestado, compostos

Por delegados dos Conselhos Paroquiais ou interparoquiais.

• Conselho de Pastoral Diocesana, com representação de todos os arciprestados.

• Conselho de Pastoral Nacional, constituídos a partir de representações das diferentes dioceses












3.2. Constituição dos conselhos de Pastoral.

Conselhos de Pastoral Paroquial: representantes dos diferentes grupos, obras e movimentos da Paróquia.

Conselhos de Pastoral interparoquiais: um representante por cada sector da pastoral (litúrgica, social e profética) de cada um dos conselhos paroquiais das paróquias intervenientes.

Conselhos de Pastoral Arciprestais: constituídos por delegados dos conselhos paroquiais ou interparoquiais em número de participantes a determinar em cada Paróquia tendo sempre em conta as três áreas fundamentais da Teologia Pastoral e a proporcionalidade: Litúrgica, Profética e Social.

Conselhos de Pastoral Diocesanos: constituídos por delegados dos conselhos arciprestais em número de elementos proporcional ao número de habitantes de cada arciprestado, assim distribuídos:

- até 5000 habitantes: 3 (1 por cada sector da pastoral)

- até 10 000 habitantes: 6 (2 por cada sector da pastoral)

- até 20 000: 9 (3 por cada sector da pastoral)

- até 30 000- 12 (4 por cada sector)

- mais de 30 000- 15 (5 por cada sector)

Conselho de Pastoral Nacional: Constituído por 3 bispos e número de leigos proporcional às populações diocesanas salvaguardando-se, sempre que possível, a representação paritária das três áreas da pastoral. Terá ainda assento neste órgão o representante máximo nacional de Organizações, Movimentos, Congregações e Instituições de Vida Consagrada, União da Misericórdias Portuguesas, União das IPSS canónicas.




































3.3. Vantagens deste modelo organizacional.

Prevê-se que este modelo organizacional aponte, nomeadamente, no sentido dos seguintes resultados:

1. Conduzir a um maior comprometimento e interligação entre arciprestes, párocos e leigos na procura de respostas adequadas e coerentes para cada um dos sectores da pastoral nas respectivas comunidades.

2. Reunir um conjunto de informações, dados, sugestões, propostas a levar junto da Conferência Episcopal e do Secretariado Nacional da Pastoral para elaboração de programas e definição de normas e projectos da Igreja em Portugal, em articulação com cada Bispo na sua Diocese.





                                                                                
                                                                                 

















 4. Com que pressupostos?

1. Definição dos conceitos de Paróquia e Comunidade à Luz de uma Igreja viva, renovada e aberta.

2. Definição de prioridades para cada um dos organismos dos sectores da pastoral social, profética e litúrgica, com a distribuição dos movimentos por sector, tendo em conta os seguintes conteúdos para cada um destes sectores:
                                                                                          



















A. Pastoral Social

   Para este sector, para além da pastoral do acolhimento (uma pastoral transversal aos três sectores) estão particularmente vocacionados movimentos como a Legião de Maria, Cáritas, ACISJF, Grupos Sociocaritativos, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Vicentinos, Fundações e Associações, Serviço dos Doentes, Reclusos, Migrantes, Sem-Abrigo, Violência Doméstica, Peregrinos, Toxicodependentes, Ex-Toxicodepedentes, Mulheres de Rua, Alcoolismo, e outros movimentos e organismos já existentes ou a criar de apoio a famílias, sós, vagos e passantes, pobres e necessitados.





















B. Pastoral Litúrgica

Para além da pastoral do acolhimento integra os Grupos Corais Animadores da Eucaristia, Salmistas, Acolitado Juvenil e Adulto, Ministros Extraordinários da Comunhão, Leitores, Sacristão, Assistente ao presidente da celebração, Ostiários, Zeladores, Ajudantes da Comunhão… os que fazem as colectas das missas.


C. Pastoral Profética

















Incumbe a este sector, em comum com os restantes, a pastoral do acolhimento e integra, como missão mais específica, tudo o respeitante à formação, incluindo a catequese aos diversos níveis, e movimentos como Escuteiros, Leitores, Acólitos, Ostiários, Ministros Extraordinários da Comunhão, Catequistas, Zeladores, Missionários da Paróquia, Distribuidores de Informação Paroquial, Carismáticos, Renovamento Neocatecumenal, Cantores, Animadores da Liturgia…

















5. Observações finais



Apresente proposta parece-nos particularmente pertinente no momento que atravessamos. A não haver mudanças será cada vez maior a descristianização em Portugal, pois há todo o empenho por parte de uma maioria de descrentes e mesmo crentes em que isso aconteça.



Toda esta planificação teria de começar pelos sacerdotes e párocos no terreno para chegar aos leigos com trabalho de conjunto nas Paróquias, a fim de eles próprios descobrirem a necessidade de um trabalho articulado a diversos níveis (párocos, arciprestes, bispo, colégio episcopal, Papa), em ordem a uma dimensão mais alargada da vivência da fé e mais global da Pastoral.

Aos poucos poderíamos chegar a grandes resultados. Ao fim de 5 anos teríamos talvez um trabalho mais global, com leigos mais comprometidos e a sentirem-se úteis e não unicamente reduzido à dimensão de ir à missa, ouvir e calar, ir à comunhão e dar esmola, e no seu dia-a-dia tudo continuar vazio e fora da realidade. Há necessidade de fazer do nosso culto uma liturgia mais alegre e participada em que as pessoas possam, com a tranquilidade devida, gostar do que estão a fazer e viver e apreciar a beleza dos ritos e dos símbolos. Aqui desempenha também um papel importante a acolhimento.



Há necessidade de fazer do nosso culto uma liturgia mais alegre.



A catequese não pode restringir-se às salas, mas deve levar as crianças, os adolescentes, a contactar com a realidade exterior, visitando os doentes, os pobres, e tudo o que faça com que a catequese seja viva e ligada ao mundo real (relatos ou testemunhos de vida do próprio catequista, dos alunos e sobretudo dos outros). Procurar a criatividade, não se limitando unicamente ao ensino livresco. Por exemplo, uma ou duas vezes por trimestre, levá-los a contemplar e fazer oração com a ajuda de uma flor, de uma fonte de água…. Também a implicação dos pais surge como uma boa estratégia de motivação e criatividade, combinando eles a realização de eventos do agrado das crianças.



A formação de catequistas, uma prioridade de toda a acção pastoral, deve privilegiar-lhe as qualidades de jubiloso testemunho das coisas de Deus, a humildade, o amor, a alegria e a capacidade de acolhimento sobre as do mero professor que se limita a transmitir conhecimentos sobre Deus e a religião. O catequista é um educador da fé. Como tal deve educar com responsabilidade e em articulação com os pais e familiares.


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