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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Anunciador das Feiras Novas de Ponte de Lima- Alberto Loureiro


Já vai longe mais vai sempre a tempo quando se trata de uma causa boa. O nosso paroquiano e colaborador Alberto Loureiro foi alvo de uma homenagem em Ponte de Lima.
Esta prende-se com o "Anunciador das feiras novas" da vilha mais antiga de Portugal.
é que, se não fosse a sua coragem e bairrismo, esta revista já tinha acabado. E não se trata de uma qualqur revista de publicidader para angariação de fundos para uma festa...vai mais longe, carrega sempre com um precioso conteúdo cultural a nível histórico, etnográfico, arqueológico, literário de muito interesse regional.
Aqui se regista o acontecimento mesmo com foto e o discurso do homenageado a que tivbe acesso há pouco tempo.










Convívio – 25 anos



D’ “O Anunciador das Feiras Novas”



Quando em Junho de 1984 me aflorou a ideia de avançar com a edição de uma revista que enriquecesse o meio cultural de Ponte de Lima, nem por sombras antevia que a sua longevidade atingisse 25 anos de publicação ininterrupta.

Nessa altura, renascia então “O ANUNCIADOR DAS FEIRAS NOVAS” em II série, com 88 páginas, publicação modesta, de acordo com as possibilidades da época. A aceitação foi do agrado geral e, a partir daí, jamais deixou de se publicar.

Apesar das dificuldades acrescidas de ano para ano e do esforço dispendido, o “Anunciador” foi crescendo atingindo hoje (2008) as 224 páginas.

Em todas as publicações procuramos fazer sempre o melhor, nunca nos furtando às responsabilidades inerentes e procurando satisfazer os anseios e críticas advindas dos apreciadores da revista. Acatamos as situações de encorajamento e recebemos os elogios de forma responsável. Acima de tudo procuramos fazer algo de útil em prol da cultura limiana. Disso estamos cientes.


Ele e a esposa numa viagem à Alemanha (foto de arquivo)


No entanto fomos reparando que a façanha empreendida criava uma empatia no seio da comunidade limiana e não só! Veja-se, por exemplo, que instituições públicas nacionais como a Universidade de Coimbra, através da sua biblioteca nos fazia chegar via postal, personalizado, solicitando o envio do “Anunciador”; a Universidade de Mato Grosso, no Brasil, por forma intermediária de um comerciante limarense já falecido, proprietário da Casa Pimenta, também se interessou pela publicação; o Director da RTP na altura, Carlos Miguel de Abreu de Lima de Araújo, escrevia-me num cartão de visita da própria Rádio Televisão Portuguesa tecendo os maiores encómios ao trabalho literário da revista e pedia o seu envio. Muitas outras personalidades de relevo social de outras regiões se interessaram pela sua publicação e, o que muito nos apraz registar, são muitos os que a coleccionam.

Com cada vez maior adesão de colaboradores literários que deram sempre, de forma generosa, um excepcional contributo cultural, dando a conhecer a história, a etnografia, os momentos sócio-culturais, os mais diversos, as vivências da sociedade, as peripécias próprias de outras épocas, as artes, o ambiente, o destaque das figuras notáveis nos mais diversos sectores e o tipicismo das gentes limianas, num conjunto apelidado, e bem, de TERRA RICA DA HUMANIDADE – “O ANUNCIADOR” foi captando cada vez mais a admiração e o carinho dos seus leitores.

Momento propício, agora, para prestarmos homenagem aos Colaboradores que fisicamente já não fazem parte do mundo dos vivos – a Parca os levou – mas cuja memória se eternizou através dos escritos que nos legaram. Assim lembramos:

- O Dr. Rui Brandão Leite Braga (professor e escritor); o etnógrafo Amadeu Costa; o médico e escritor, Dr. José Crespo; o Dr. João marcos (poeta e escritor); Aníbal Marinho, publicista e poeta; Laurinda carvalho Araújo, professora, poetisa e escritora; Severino Costa, escritor e jornalista; António Manuel da Silva Vasconcelos, conhecido pelo pseudónimo (António Porto-Além) poeta e professor e por fim, e de forma propositada, Maria Emília Sena de Vasconcelos (memorialista e poetisa).

Perdoem-me que me detenha uns breves instantes com esta senhora de grande distinção e fino trato, dotada de elevada cultura e valores morais, com quem primei de um modo muito particular. Figura relevante nas letras e na poesia, dedicada etnógrafa, poliglota, conhecedora irrepreensível do meio social da região, viajou mundo fora. Era admirável a sua caligrafia. Tanto em manuscrito como imitava, de forma perfeita a letra de impressa. Possuo alguns desses documentos em cartas que me escrevia nas quais me tratava como “velho amigo Vale”. Era de uma generosidade e disponibilidade notáveis.

Mas a II série d’ “O Anunciador das Feiras Novas” também tem por objectivo homenagear o seu fundador – Augusto de Castro e Sousa – que em 1947 fez sair o 1º número e a quem pedi a anuência de continuar o seu trabalho solicitando-lhe me desse permissão para utilizar o título e em cujo 1º número da II série (1984) convidei o meu bom amigo e competente mestre de artes gráficas para escrever a nota editorial.

O “Anunciador” prosseguiu o seu caminho. Durante 22 anos conseguimos aguentar toda a carga de preparação até chegar à oficina gráfica, contactando os patrocinadores pessoalmente, acompanhando a sua feitura na paginação e consequente impressão, fazendo a distribuição pelos anunciantes com a ajuda de minha esposa e meus dois filhos que, mesmo já sendo licenciados e com mestrado me deram todo o apoio necessário até onde puderam. Depois ainda havia a função de receber o contributo dos patrocinadores para a liquidação da conta da gráfica. Começava todo este trabalho em Abril e só terminava em finais de Setembro.

Mas como em tudo na vida, há um tempo limite que nos impede de prosseguirmos o caminho com a mesma força e vigor, foi então que chegado o nº22 ficou encarregada de angariar a publicidade e fazer a respectiva distribuição a Associação Empresarial de Ponte de Lima a quem havia oferecido em 1986, sem qualquer compensação todos os direitos da revista, responsabilizando assim a mesma na sua publicação caso algo acontecesse que me impedisse de continuar o meu trabalho. Em resumo: o fundador foi Augusto de Castro Sousa; a reedição e propriedade em II série foram da minha responsabilidade e a partir de 1986, por questões burocráticas, passei a propriedade para a Instituição representante dos comerciantes e industriais de Ponte de Lima, continuando, no entanto, até aos dias de hoje, a manter o estatuto de reeditor e coordenador.

E porque o esforço feito para manter a publicação não pertence só ao coordenador, aqui deixamos um agradecimento muito sincero aos Colaboradores que, assiduamente, nos brindam com os seus escritos e mantêm vivos os valores da história e cultura da região limiana.

Ao Comércio e à Indústria que, apesar das dificuldades próprias duma luta insana que travam pela vida, não deixam de mostrar a atenção que dispensam à valorização e promoção do Concelho. Sem a sua presença não seria possível concretizar este trabalho.

A todos a maior gratidão.

Por fim aos mentores deste convívio comemorativo expresso a minha admiração pela feliz ousadia.



Alberto do Vale Loureiro

2 comentários:

Anónimo disse...

O "Anunciador" é um "case study". Apenas quem escreve naquela revista é que a promove! Porque será?
Será por ser feita e escrita por autodidatas à espera de reconhecimento?
Fernando Menezes

Anónimo disse...

O "Anunciador" é um "case study". Apenas quem escreve naquela revista é que a promove! Porque será?
Será por ser feita e escrita por autodidatas à espera de reconhecimento?