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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Avós e mãe da Fernanda Gomes,

Pais da Laurinda com 94 anos...
Laurinda Afonso Pinto, filha de Joaquim Afonso Novo e de Henriqueta Gonçalves Pinto, nascida em 1917, fez 91 anos de idade no passado dia 17 de Agosto.


O seu pai era Polícia de Segurança Pública, mas como democrata ou republicano, foi perseguido várias vezes até ser preso. Por causa das perseguições, trabalhou na Doca e procurou sobreviver como o filho Manuel, dedicando-se a outros trabalhos para poder dar de comer a 9 filhos.

Ora preso, ora a trabalhar, ora a ser chamado de novo para a Polícia, volta atrás porque ele não mandava no seu modo de pensar, como amigo dos pobres e muito humanitário. Era católico, devoto do Sagrado Coração de Jesus até à morte, mas preferiu funeral civil, pois alguma desumanidade da parte de alguns clérigos, o fizeram cristão a seu modo. Isto é vulgar acontecer, ainda hoje, mas não podemos confundir um rato com os ratos, não só a propósito de um clérigo como de um simples fiel. A Igreja é feita de homens e mulheres. O que é certo é que não teria sido condenado por Deus, pelo simples facto de preferir um funeral civil.

Creio eu, assim como não sabemos o que ia pelo seu interior e a infinita bondade de Deus. De qualquer modo foi um homem humano e generoso com a sua esposa, pois criaram 9 filhos: a Laurinda, que casou aos 18 anos com Arnaldo de Sousa Baptista, de quem teve duas filhas: a Fernanda, casada e com geração e a Teresa, solteira; o Joaquim Afonso, casado e com geração; a Delfina Pinto, casada e com geração já falecida; o Manuel Afonso, casado e com geração, já falecido, também perseguido politicamente porque seguiu as pisadas do pai; o Fernando Afonso, casado e com geração; o Amadeu Afonso, casado e com geração, já falecido; o José Afonso, solteiro e falecido com 21 anos; o Rufino Pinto, casado e com geração e a Henriqueta, solteira.

O pai da Laurinda trabalhou também na Fábrica de Tapetes, na Areosa, acompanhado da Laurinda com 9 anos.

Ela lembra que o seu marido tinha uma sapataria em frente à Casa Sta. Luzia, à Rua da Bandeira, do lado de lá do Caminho de Ferro, mas faleceu novo. Só esteve casada 7 anos e sempre se manteve viúva até à data. A sua mãe foi contínua da Escola do Carmo donde se reformou e a Laurinda começou a trabalhar na Fábrica das Boinas, talvez aos 21 anos, onde se manteve, começando a ganhar 3 cêntimos por cada dúzia de boinas que fizesse. O trabalho dela era pôr o ponto final com a máquina nas boinas que vinham das colegas e ela era responsável por lhes dar o bordo final, fechá-las.

Depois, deixou o trabalho e foi para contínua na EDP, começou a ganhar 300$00 (1,5 euros) por mês. Aí trabalhou 25 anos, vindo para a reforma. Aos 19 anos teve a filha mais velha, a Fernanda, que hoje é Ministra Extraordinário da Comunhão, na Paróquia.

A Laurinda fez a nobre idade de 91 anos com muita vida. O sogro fazia charretes para cavalos e chamava-se Serafim Baptista e a sogra era Maria José, doméstica.

Conta ela que o pai era de Castelo de Neiva (Anha) e a mãe era da Ribeira (Monserrate). O avô materno era piloto da Barra e numa tempestade saiu em socorro com 2 ajudantes e o barco virou e morreram todos. O corpo dele apareceu na Póvoa de Varzim.O nome do Avô consta na capela.

A Laurinda, ainda por ser filha de quem era, talvez tenha passado um dia presa na Polícia, à Rua da Bandeira, com uma filha nos braços de 1 mês, ainda sem baptizar e apanhada na rua.

Ao seu pai, com a revolução de Abril, foi-lhe reconhecida honra e mérito, com homenagem póstuma, dando-lhe o cargo de chefe da Polícia, porque antes da sua morte também tinha subido de posto.

Laurinda vive com a sua filha Teresa, tendo ambas um bom apoio familiar de Joaquim Gomes e Fernanda Baptista, assim como do neto casado com Cristina Pinto e pai de um casal de filhos.

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