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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Carta de um jovem seminarista ao Papa

Carta ao Papa Bento XVI


Profundos sentimentos de gratidão e de alento assolam o meu coração, ao ler e meditar nas palavras que sua Santidade dirige aos seminaristas, em sintonia de oração e unidade eclesial. Efectivamente, se sinto motivo de gratidão, é porque reconheço o dom que me é dado: as suas palavras e os seus conselhos, fundamentados n'Aquele, em quem é depositada a nossa confiança (Cf. 1 Tm 1,12). Também as linhas que escreve me a(ca)lentam o coração, pois dão ânimo e coragem, transmitem fidelidade e perseverança, e orientam perante os desafios do tempo presente, que vivemos em Igreja, precisamente, durante o qual nos preparamos para o ministério sacerdotal ordenado de serviço à Igreja, Povo de Deus. Perante os desafios que sua Santidade impele aos seminaristas, enquanto vivemos o tempo de formação em comunidade de Seminário - à semelhança da comunidade pré-pascal, que escutava os ensinamentos de Jesus adintra -, as palavras que brotam do meu íntimo são: fidelidade e compromisso. De facto, a fidelidade e o compromisso não se podem entender apenas no momento pós-ordenação diaconal ou presbiteral: têm de ser vividos na verdade e na autenticidade, em cada resposta, em cada moda, em cada respiração. Não é uma atitude que se assume facilmente, mas esta resposta interior, convicta e generosa, parece-me ser a forma mais importante de caminho para o serviço sacerdotal, em prol do Povo de Deus. Sem dúvida que, tal como na nova Alemanha haveria necessidade de sacerdotes, também hoje o rebanho de Deus está sedento de imagens e semelhanças do Bom Pastor.

A resposta de fidelidade e compromisso, assumida em oração e comunhão, necessitam de um rosto especifico, de uma concretização na nossa vida de Seminário, de comunidade de discípulos. Por isso, o rosto da fidelidade e do compromisso pode ser embelezado com o dinamismo formativo dos Seminários: humano, espiritual, intelectual e pastoral. Assim, segundo as advertências que sua Santidade nos lança, deve ser assumido por cada um de nós, seminaristas: o crescimento pessoal e a maturação humana, como formação e vivência íntegra e integral; a relação aprimorada com Deus, por meio da oração, cujo cume e plenitude se vive na Eucaristia, ambiente vital do seminarista e do sacerdote, e na Reconciliação, caminho de humildade e reconhecimento interior; o amor ao estudo da Teologia (Sagrada Escritura, Padres da Igreja, Dogmática, Moral, Doutrina Social, Ecumenismo, Direito Canónico), num caminho permanente, cujo horizonte é a sapientia e Caridade; ser mensageiros de Deus, enviados ao coração das pessoas, conhecendo, auxiliando, purificando e amando a piedade popular; a consciência de que formamos o único Corpo de Cristo, servindo-0 de acordo com os dons pessoais, concedidos pelo mesmo Espírito (Cf. 1 Cor 12,4-12). Respondendo afirmativamente a estes apelos, viveremos e seremos testemunhas do Amor de Deus e do Deus de Amor, com o exemplo e a intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, que fiel e comprometidamente soube responder a Deus com o seu sim.

Vosso no serviço do mesmo Corpo de Cristo,

Rui M. Games Sousa,Seminarista de Braga , 4°Ano de Teología

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