Os Gandras em Mazarefes
Do casamento resultou uma prole de 8 filhos, 5 varões e 3 mulheres.
Manuel Luís Gandra enviuvou em 1857. A mulher morreu de parto. O referido Gandra herdou a alcunha "Cordoeiro" do sogro. Casou pela segunda vez com Rosa Gonçalves e consta na tradição de família que esta mulher de quem teve mais duas filhas, não era nada meiga para com os enteados. Faleceu em 1881. O filho mais velho com 17 anos partiu para o Brasil, em 1857 e levou consigo o irmão José com 14 anos. Quatro anos mais tarde, levou o irmão Manuel com 12 anos e o António com 11 anos, o João, o mais novo que vivia na Meadela, aos 38 anos, também. Em 1861, foi para a terra das patacas, para poder pagar a casa que teria comprado na rua da Altamira, onde hoje vive a neta Raquel.
O António reemigrou em 1896 e em 1899, sinal de que andou lá e cá, assim como o José em 1890 e em 1892, conforme os passapotes...
Não sei nada do que terá acontecido às mulheres, a mais velha, a Maria Rosa faleceu em 1869, aí com 31 anos de idade, em Mazarefes, mas quanto à Maria Cândida nascida em 1848 e a Maria, em 1851, nada descobri. Dizem que terão ido para os lados da Serra da Estrela.
O filho João, depois de Ter comprado a casa e ido ao Brasil, casou com 60 anos em 1914, com uma mulher de Refóios do Lima e ficou viúvo e sem filhos, tendo voltado a casar com uma sobrinha da mulher, que se chamava Maria de Jesus Gonçalves e de quem teve 2 filhos, o Manuel e a Rosa Guilhermina. O João para adquirir o passaporte apresentou a sua residência, aos 38 anos, na freguesia da Meadela e, de facto, constava que tinha primos na Meadela, os mata sete, e que por ocasião da revolução da Traulitânia que rebentou lá para os campos da Agonia, fugiu com duas crianças que estavam com ele para a Meadela e ao passar pela Capela de N.ª Sr.ª das Candeias, levou consigo também a criança António Costa, irmão do Severino Costa para a salvar de alguma situação desagradável pela revolução rebentada, isto teria acontecido depois de 1910, já depois de ter vindo do Brasil.
Do 2º casamento do velho Manuel Luís Gandra, o Cordoeiro de Mazarefes, nasceram mais duas meninas, a Ana, que foi tecedeira e casou em 1883 com Manuel Afonso Forte e morreu com 50 anos, em 1909.
Quanto às duas senhoras que foram para a região da Serra da Estrela ou Coimbra, trata-se de uma hipótese, pois, certo dia, entrando uns turistas dessa zona no Banco Pinto Sottomayor, logo um deles que era Gandra disse para o outro: "Olha ali está um Gandra" referindo-se a um empregado bancário que de facto até era Gandra. Travaram diálogo e chegou-se à conclusão que talvez fosse família, pois o Gandra de Coimbra dizia que a sua família foi do norte e o Gandra de Viana achava que antepassados houve que não sabia deles. O Gandra a trabalhar no Banco era muito parecido com um outro familiar de que passava por Viana. Esta coincidência levou a concluirem, talvez precipitadamente, que seriam família e que a Maria Cândida e a Maria, filhas do primeiro casamento do Manuel Luís Gandra teriam ido para a zona da Serra da Estrela. Teriam ou não, há que investigar para ver se corresponde ou não à verdade.
No Rio de Janeiro, o Dr. Ives Gandra Martins, advogado do Estado do Rio e mundialmente conhecido não só por si, mas também pelo seu pai, disse-me que sua mãe (ou avó) era galega, mas não sabia a terra.
Ora antigamente os de Braga e Barcelos tratavam os da ribeira Lima e Neiva por galegos pois estavam juntos aos da margem direita do Lima que eram tidos como galegos, só pela proximidade da Galiza.
E no aspeto religioso, de facto fizeram parte da Diocese de Tui e depois de Ceuta.
Sem comentários:
Enviar um comentário