Lavadeiras pintadas a óleo por mim em 1967 e exposto no Turismo de Braga
Tanto podia ser roupa de linho, de estopa, algodão…como seda...
Eram mulheres humildes, simpáticas, airosas e extrovertidas, mas nos lavadouros públicos era o local onde tudo se descobria porque, todas juntas, falava-se de tudo e de todos e, por brincadeira, se dizia até que às vezes não lavavam só a roupa, lavavam também a língua, por falarem muito e descobrirem-se os segredos todos da terra ou da região. Eram poucas as que falavam menos e até, às vezes, impunham silêncio ou mandavam calar quem estivesse a ir longe demais.
Em muitas ocasiões, não tinham malícia nenhuma, mas não escapavam pelo menos destes ditos.
Junto aos lavadouros ou a locais da margem de rios, onde iam muitas lavadeiras, aparecia uma loja que vendia ingredientes para as lavagens e também, vinho ou outras bebidas e petiscos sem faltar, o pão, a marmelada, o queijo e a pasta de chocolate.
A Teresa Silva, antiga lavadeira da Abelheira, disse-me que levava por cada lençol lavado 5 tostões, isto é 1/4 de cêntimo.
Acabou a lavadeira, isto é, até agora era uma pessoa que lavava no lavadouro ou na margem do rio sobre umas pedras inclinadas, agora é na máquina. Tudo mais simples. Basta ter máquina, escolher o programa e carregar no botão.
A.C.
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