A porta da Catedral da cidade
Toda a gente de Viana
conhece a porta da nossa Catedral, antiga igreja Matriz, quer seja crente ou
não. Se não entra, basta passar na rua e observar, ver uma beleza de arte fora
do comum. É antiga. É gótica, da passagem do românico para gótico, mas não é a
porta que chama mais atenção. É o pórtico, é o seu caixilho alongado e aberto
como uma pessoa de braços abertos para receber e acolher. É lindo o seu
pórtico. Depois da sua enxalça, abertura na parede, tem um caixilho gótico
(para arcos em ogiva) uma porta do referido estilo. Tem três arquivoltas sobre
três colunas assentes em bases paralelepípedas com almofadas escavadas. Os
fustes sobre as respectivas são formados por figuras hagiográficas (S. Pedro,
S. Paulo, S. João, S. Bartolomeu S. Tiago e Santo André) que aguentam com o
lintel e encimados por um astrálogo cada, onde assentam capitéis, também cada
um com o seu coxim.
Na primeira arquivolta
observam-se belas folhas de acanto, na segunda vemos uma parreira e na terceira
vinte figuras antropomórficas, talvez outros apóstolos, discípulos e figuras
ligadas à vida de Jesus, com Jesus Cristo ao Centro. Não me atrevo a ler as
figuras, uma vez que também têm sido um pouco degradadas pelo tempo, tornando
difícil, para mim, chamar pelo nome a todos. A coroar estas três arquivoltas,
os três arcos, encontra-se um friso, lanceta a terminar numa quartela e
decorada com pequenos florões.
Como que espécies de
acrotérios aparecem duas figuras zoomórficas, uma de cada lado nos montantes
laterais. Até parece que estão a ter conta na porta. Sobre a porta, dois anjos
de trompete para acolher quem chega com alegria.
Há uma arquitrave, uma faixa
transversal de madeira colocada por cima das folhas da porta que a distingue ou
separa de um tímpano de madeira. O tímpano está na própria porta, na parte
superior, almofadada como as duas folhas da porta com alguns frisos e sem
figuras.
Para chegar à porta existem
os sete degraus, número próprio da simbologia da perfeição.
A porta de uma catedral é a
porta da igreja-mãe de todas as igrejas da diocese. É catedral porque é a
igreja do Bispo, do Pastor que celebra a fé, orienta doutrinalmente e governa a
pastoral na Diocese com o seu presbitério e fiéis. Ali está a sua cátedra.
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