A tranca
No
meu tempo de criança era o pau grosso e pesadote que se punha obliquamente
fincado no chão para o centro da porta que abria, para ninguém entrar. Também
se fazia de outro modo quando não era de forma transitória ou temporária, era o
mesmo pau que corria de tranqueiro a tranqueiro, entrando de um lado numa
fissura ou buraco aberto e fundo e depois corria, transversalmente, à folha ou
folhas da porta, no refundamento do outro lado até ficar pousado na espera e
rente à porta, ao portal.
Havia
também a tranqueta, trinqueta, trinquete (hoje reduzido a um trinco), tranquinha,
uma meia tranca que ia do tranqueiro ao canto da folha da porta, no qual se encostava
a uma travessa e um montante do centro da porta.
Depois
apareceu o ferro e tudo fabricado é em ferro e mais seguro, perfeitas obras de
arte. Hoje, alguns artistas gostam muito de enterrar o passado, dando todo o
lugar ao alumínio ou outro qualquer metal, tudo moderno, tudo muito geométrico
e escondido para não se ver. E assim se vai o passado. Tenho a impressão de que
a Espanha é um país mais conservador, pois nas zonas históricas nada se muda,
nem os candeeiros de iluminação de ferro forjado… Conserva-se tudo e serve para
gáudio e admiração de todos.
A
tranca serve de obstáculo para entrar… Também havia trancas para as janelas. Eram
e são modos de fechar as portas com segurança, trancando-as.
Também
se chama tranqueta de ferro a todos os “ferrolhos” que se colocam verticalmente
por trás das portas ou janelas para as fechar. Alguns usam um cadeado, um aloquete
ou trinco.
As
trancas eram usadas, sobretudo, de noite e as tranquetas bem metidas nos anéis
de ferro ou nos buracos da padieira ou soleira.
À
tranca também lhe é dado o nome de taramela, tramela …
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