Os puxadores
Antigamente,
assim se chamavam aos que começavam ou davam ordens, estimulavam, animavam em
qualquer trabalho a determinado ritmo; assim, havia o puxador da malha do milho,
do centeio, do linho; o guiador, o puxador do que pegava na soga de uma junta
de bois. Hoje, isso, praticamente, já não existe. No entanto, ainda há o
puxador de uma assembleia, o mesmo que animador, aquele que procura de algum modo
animar o grupo para que todos lhe adiram, se aproximem e caminhem no mesmo
sentido, ou no mesmo objectivo a atingir, tanto para trabalhar como para se
divertir ou até rezar.
No
entanto, eu não me refiro a esses puxadores que são pessoas e, só em sentido
figurado, as podemos tratar, mas aos puxadores das portas.
Um
puxador é algo que está à mão para puxar algo para si, para se aproximar de si,
segundo alguns dicionários.
O
puxador de uma porta pode ser a própria aldrava, pode ser uma peça fixa em
forma de punho, ou noutras variadíssimas formas, mais ou menos trabalhada, com
espelho na base ou sem ele, espetados ou pregados com a base à porta em local
que é fácil deitar a mão para puxar quando se sai, mas também para empurrar
quando se entra, embora o nome esteja no aproximar e não no afastar, daí puxador
e não empurrador. Para mim, serve para as duas coisas: puxar e empurrar.
Aproximar e afastar a porta de ser obstáculo para entrar ou para sair.
O
puxador pode ser de uma gaveta de cómoda, de secretária, de armário, de guarda-jóias,
de uma porta interior de uma casa, da porta principal da mesma, ou portada no seu
quintal, assim como pode ser de um cofre ou de uma caixa de esmolas, de um
peteiro, de porta de um carro, de um capoeiro, ou de vacaria.
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