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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A porta da Igreja de Nossa Senhora de Fátima

A porta da Igreja de Nossa Senhora de Fátima





A porta da nossa Igreja Paroquial é do estilo neoclássico, do séc. XIX. Com as aprumadas de fora assentes sobre uma base em forma de paralelepípedo de duas alhetas em toda a extensão da porta para carregar com as alhetas simétricas a montante. Após a base, há uma base mais baixa seguida de um rebordo em forma de escócia. No cimo desta coluna sobressai, para fora, uma alheta com duas arestas, encimada por um ábaco com base arestada, também mais sobressaído, até levar um maior, espécie de capitel arestado, isto é, uma meia arquitrave para aguentar o montante triangular igual à meia arquitrave e, depois, com o mesmo estilo rebaixado até ao ângulo superior. Tem, portanto, um tímpano neoclássico aberto com rebaixamentos (ressaltado) de grande montante, até acabar em forma de frontão triangular aberto ao meio na base e com remate de dois meios arcos afastados, afrontados que suportam um arco quase inteiro. Na base deste lintel, pendentes desta geometria, existem seis borlas, três de cada lado, prismáticas. É encimada por uma janela.
Esta é uma porta aberta porque, onde há fé, há caridade e tem de haver lugar para a esperança. Ora a porta duma igreja paroquial aberta é sinal de que, de facto, é casa de Deus, é casa para todos. Pode-o ser para os crentes e não crentes, pois todos ali poderão entrar. Uns entrarão para admirar a arte, outros para, quem sabe, de joelhos ou de pé, se encontrar com Aquele que está, no sacrário, com o Deus na pessoa de Jesus, Seu filho encarnado, ali presente, “tão real e perfeitamente como está no alto dos Céus”. Ali pode, num simples e pequeno gesto, o “peregrino”, o “passante”, o “caminhante”, levar consigo uma esperança nova, uma mudança de coração, uma nova fé, mais graça, e sempre levará uma benção do Divino.
É a porta que nós queremos aberta, como abertas temos tantas portas de bem fazer em relação à infância, à terceira idade, aos dependentes, aos deficientes, aos passantes, ou aos indiferentes... portas que nada valem diante de um Bom Jesus se, por acaso, nos esquecermos D’Aquele a que tudo preside e nos enleva 100% no amor aos outros.

Obrigado aos ostiários porque se deve a eles esta possibilidade de ter a porta aberta; de não falharmos neste pormenor, e darmos oportunidade a que muitas vezes uma lágrima seja transformada numa nova vida, numa nova esperança; uma gota de sofrimento seja transformada em ouro para Deus e para os Homens.

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