Ferramentas
e outros elementos
Para
rasgar uma porta, antigamente, um instrumento utilizado era a marreta, o
ponteiro, até ser possível levantar uma pilastra de pedra incrustada na parede
ou alhetas em toda a extensão, isto é, um pilar, tanto de um lado como do outro,
a que davam o nome popular de tranqueiro, mais ou menos trabalhado. Eram presas
com uma ou duas pilastras transversais, uma em cima e outra em baixo, chamadas:
à de cima, padieira e, à de baixo, soleira.
A
estas ferramentas indicadas acima juntam-se outras, como por exemplo, para
movimentar as pedras ou para as trabalhar melhor.
A
marreta é uma espécie de martelo grande para partir pedra ou que bate no cinzel
que é afiado e, como uma lâmina, por pressão da marreta corta ou parte a pedra.
Quem
diz o cinzel, diz o ponteiro. Não se trata do ponteiro do relógio, mas de uma
peça que acaba aguçada em forma de ponta (pontiaguda) e na outra extremidade tem
um anel onde bate o martelo ou a marreta, e o bico, guiado pelo canteiro, vai
trabalhando a pedra. Não basta o buraco para a porta, é preciso fazer a porta,
que pode ser de material diversificado.
Outras
ferramentas a utilizar são: o lápis de carpinteiro para marcar as medidas, que era
pousado sobre a orelha; o metro para medidas certas; a serra que corta os montantes
e as travessas. Estas são encaixadas e introduzidas nos montantes com a ajuda de
um esquadro para fazer os justos encaixes. As dobradiças são necessárias para
movimentar a porta, prendendo esta à ombreira; a fechadura para encerrar a
porta e deixá-la ao dispor de quem tenha a chave para abrir ou fechar.
Tanto
estas peças como outras exigem pregos para prender, para trancar, para segurar
a estrutura e mantê-la. O prego pode ser de ferro, latão, alumínio, aço, etc… Tem
uma haste com uma ponta, pontiaguda, e outra achatada para que leve pressões de
um martelo movido pela força de um braço musculado de um carpinteiro e possa ir
entrando na madeira para exercer a sua função. O prego já tem uma idade bem
grande, pois já vem da cultura mesopotâmica.
Nas
portas exteriores de uma casa encontramos outros apetrechos como os batentes,
as aldravas, os puxadores, os visores, protectores, entradas para as caixas do
correio e outros “ferrolhos”.
O
martelo é uma cabeça de aço, por exemplo, com um olho ao centro onde recebe um
cabo de madeira ou de outra liga metálica e, sobre a cabeça, existe uma orelha
fendida que pode exercer a função de arrancar pregos… O cabo transmite à cabeça
mais ou menos pressão e serve ainda para guiar o golpe ou a martelada, para não
ir aos dedos de quem o segura ou ao lado da cabeça do prego ou cavilha. Deste
modo, o cabo transmite e amplifica a força que o homem transmite com a sua
musculação e habilidade. Às vezes não é preciso grande força, mas apenas um
pouco de golpe de vista. Há várias espécies de martelo e, sobretudo, os
martelos que, praticamente acabaram, o do ferreiro com uma cabeça muito pesada
e um cabo comprido, assim como também o martelo dentado mais pequeno do
pedreiro para amaciar a “almofada” da pedra.
O
esquadro era um triângulo recto, um ângulo recto, em madeira ou ferro com um
travessão para que os catetos não sofressem qualquer alteração com a função de
que houvesse esquadria na porta e esta caber certa no caixilho que também tinha
sido feito em esquadria. O esquadro tem sempre 90 graus. É o tal ângulo recto
que serve para fazer a esquadria.
Uma
soleira de uma porta tem de estar em esquadria, mas, como se trata de um espaço
mais amplo e, se no seu todo houver alguma inclinação, a porta pode roçar. Então,
é conveniente usar o nível que é um instrumento já preparado com uma bolha de
água a marcar o nivelamento, tanto à largura como ao comprimento da mesma
soleira.
Nenhuma
abertura da porta pode estar correcta se o nível vertical não estiver em
esquadria e, esta vê-se melhor, devido à altura, com o fio-de-prumo ou com um
nível de grandes dimensões. Aliás, o nível veio substituir o fio-de-prumo que
está a cair em desuso.
Usam-se
também cavilhas e, hoje, nas portas pré-fabricadas com fechaduras embutidas, em
madeiras aglomeradas e industrializadas são aplicados agrafos em vez de pregos.
As
portas, hoje em dia, têm um caixilho de madeira com guarnições e batente para
receber a porta por todos os lados e assim se ajustar a maior segurança,
conforto,…
Neste
trabalho, também se usa o formão para trabalhos de entablamento de madeira e
ajustes necessários e o punção para fazer um furo ou marcar um determinado
ponto.
O
parafuso é uma peça metálica cónica em espiral que serve para prender ou fixar
sob pressão os espelhos, as dobradiças, as testas das fechaduras, as bases dos
batentes, os puxadores. Normalmente, tem uma base exterior com ranhura para ser
trabalhado através de uma chave de fendas. Às vezes, em vez de uma fenda, na
diagonal, pode ter uma cruz e tem de se usar uma chave de cruz ou estrela,
conforme os casos. Há parafusos que em vez de chave de fendas precisam de chave
de bocas, isto é, a cabeça do parafuso é mais alongada e tem a forma de prisma
triangular, quadrangular, hexagonal… Estes parafusos, normalmente, são
cilíndricos e fazem uma ligação de peças que se querem prender sobre pressão
noutra peça chamada porca.
As
anilhas são como argolas ou pequenos anéis móveis que se usam nas novas
dobradiças e têm o fim de não roçarem os pinos das dobradiças que aguentam as
portas com a parte superior que encaixa no pino. Às vezes rompem-se e é
necessário substituir ou até aumentar para subir, por exemplo, a porta que já
roça na soleira porque, entretanto, desceu.
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