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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Nunca estive só..." PN2003

PARÓQUIA EM FESTA
«NUNCA ESTIVE SÓ...»


Não posso esconder a minha alegria e satisfação pela festa que a Comunidade Paroquial levou a efeito por estes 25 anos de Serviço, de Aliança, com este povo que o Bispo me entregou, em 2 de Setembro de 1978.
Queria através do Jornal dizer a todos os amigos que colaboraram, a começar pela Comissão Organizadora liderada pelo Dr. Albino Ramalho e por todos os amigos, pobres ou ricos, que participaram de uma forma ou de outra na festa, gestos e lembranças, a presença de autoridades religiosas, civis e militares, por mensagens que enviaram pelo correio, mail, telemóvel; por telefonemas que fizeram; por telegramas; por todos os que entregaram donativos à Comissão; assim como aos órgãos da imprensa que fizeram eco da efeméride.
Por um lado encontro-me satisfeito e reconhecido, embora tudo o que foi feito, foi para além daquilo que eu merecia. Nunca estive só, e a Paróquia, no fim de contas, é que está de Parabéns porque tem feito o que pode na formação integral para a vida, na celebração da mesma e na partilha de bens, pela caridade ou solidariedade cristã e humana.
Por outro lado, sinto um certo vazio! A minha vida talvez não tenha sido o verdadeiro e autêntico testemunho de sacerdote porque, sendo esta Paróquia uma comunidade a mim confiada que até possui um Seminário no seu território, não sei como não tem havido vocações ao sacerdócio. Nestes 25 anos, lembro-me apenas de duas vocações, uma no Seminário Diocesano e outra no Seminário Carmelitano que não vingaram. Recordo que esta Comunidade, antes de o ser, deu um sacerdote, já falecido, que todos conhecemos muito bem, o P. e Manuel Miranda.
Que esta festa tenha sido expressão de alegria para todos, mas não podemos deixar de reflectir neste pormenor, porque isso me dói. Neste momento, já era tempo de sentir que alguém muito próximo de mim , seguiria os meus passos... Sou padre há mais de 31 anos. Não me sinto tão humilde que aceite com facilidade que os frutos da semente lançada possam vir a ser colhidos mais tarde. Deus me perdoe!... Tantas vezes peço às pessoas para darem testemunho da sua vocação nas missas das crianças e vejo os pais tão longe de ajudar a encaminhar para o trabalho duma seara tão grande, quanto é a seara do Reino de Deus.

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