A Paróquia e as Migrações
A Comunidade Paroquial não pode estar alheia aos problemas das migrações. Esta comunidade já teve um número razoável de emigrantes, como em todos os lados. Não tanto talvez, como nas aldeias, porque na cidade sempre se abriam mais facilmente perspectivas aos necessitados de trabalho.
Quando para aqui entrei havia emigrantes em número de mais de vinte famílias. Algumas nunca tinham voltado a Portugal.
Hoje as contas são forçosamente outras não porque os que cá estavam, tivessem saído, mas porque muitos emigraram de outras terras vizinhas e aqui compraram um apartamento para viver, ou por motivos profissionais, passarem a semana de trabalho, ou para passar férias. Esses em relação à comunidade, podemos considerá-los também imigrantes.
Nós somos emigrantes no Brasil, na França, na Argentina, na Venezuela, África do Sul, etc...Sabemos o que custa ser emigrante, por isso, devíamos compreender a dificuldade daqueles que são hoje imigrantes na nossa terra.
Um problema novo que nos surge para reflexão e debate de carácter social, cultural, económico. A paróquia tem de criar processos dinâmicos de integração do imigrante e, para isso, há esforços que têm de ser feitos mutuamente, os que acolhem e os que são acolhidos. Exige uma interactividade, de igual para igual, caso contrário não conseguiremos a verdadeira integração dos que chegam porque só assim haverá afecto comum que conduzirá ao respeito mútuo.
Onde os direitos e os deveres, a precaridade e vulnerabilidade, de empregadores sem escrúpulos, e equiparação dos salários aos nacionais, pois trabalho igual ... o facto de acesso à formação profissional...
Os imigrantes se chegam é porque fazem falta. Se houver ofertas de trabalho que não são preenchidas pelos nossos, devemo-nos sentir felizes porque há quem chegue e os imigrantes não só levam o dinheiro a que têm direito para a terra deles, mas também deixam obras e dinheiro à nossa terra. Em 2001, segundo dados estatísticos deram um rendimento público de 65.000.000 contos.
Mais uma razão para além da fraternidade cristã que uma comunidade deve acolher e defender às vezes prefilidades injustas e explorativas Há que potenciar e facilitar a comunicação e lutar contra a discriminação étnica-cultural.
Quando uns e outros puderem exercer a cidadania num país, isto é, exercer direitos e deveres iguais então temos uma integração social e cultural.
É importante que na Paróquia os movimentos ou as instituições participem num acolhimento claro e franco aos que chegam como gostaríamos que os outros, noutros tempos, ou ainda hoje, nos acolhessem aonde chegarmos.
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