Hermes
Retrato à mão do Pe. Coutinho
O octogenário Hermes Pimenta Gonçalves viu-me no retrato que pintou, perfeitamente inspirado, porque não me poupou a dor, a dor da fibriomialgia, mas por outro lado poupou-me os cabelos brancos.
Com isto, ele quer dizer que sou jovem e que apesar de debilitado pela saúde, conseguirei vencer as dificuldades. Mas quem é este Hermes que só conheci após a festa?
Nasceu em Vila Praia de Âncora em 1916. Veio depois viver em Darque aos quinze anos. Frequentou a Escola Primária até ao 2º grau e o caderno de trabalhos ficou, por vontade do professor, em Arquivo da Escola, pela arte manifestada no desenho. Seguiu o seu pai na vida profissional. Foi barbeiro e em 1930 estabeleceu-se em Barroselas, junto à estação dos caminhos de ferro. Em 1955, abre um negócio de bicicletas, mais tarde um café-restaurante e em 1970 encerrou tudo isto para abrir uma papelaria que ainda hoje existe.
O Hermes é um artista nato, pinta a pastel, a aguarela, a seco. É caricaturista e pintor. Tanto retrata a natureza viva como a natureza morta. A paisagem é caracterizada por pormenores que bem demonstra a capacidade de memória vocacional, génio, persistência, vontade e gosto estético. O Hermes não é artista porque se fez artista ou alguém lhe deu doutrina ou teorias sobre regras.
Intuitivamente pinta com mestria o postal a óleo, ou sanguíneo, ou a aguarela, ou o pastel seco, crayon a preto e branco.
Sobre ele muitos têm escrito e não faltam retratos de pessoas das letras e das artes, dos políticas, dos historiadores ou dos poetas, da família ou de padres, médicos, professores e investigadores...
Para mim o Senhor Hermes foi uma novidade. Agradeço de coração e creio que Deus o inspirou para eu ver a minha realidade. Revendo-me naquele quadro não posso esquecer o seu autor. Foi por isso que o visitei e passei uns momentos muito agradáveis porque ele tem arte, até no receber as visitas. Tem quadros expostos em número suficiente para não ser esquecido, sendo merecedor de muita honra e mérito.
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