A
Eira
A
eira era normalmente o terreno adjacente ou próximo da casa do lavrador
(eirinha e eirado), espaço destinado às malhadas e às secagens dos cereais.
Espaço livre entre o quinteiro e o resto do quintal, onde é montado o palheiro
da palha do centeio, aveia, cevada e azevém e as medas da palha milha, assim
como o espigueiro. Esta palavra vem do latim “area” = espaço livre, lugar para
trilhar, pátio, como eirado (areatu).
Uma
casa de lavrador sem eira e sem espigueiro era casa de cabaneiro.
Sempre
a eira foi um local mais soalheiro não só local bom para as ditas malhadas e
secagens de cereais, mas também para as crianças brincarem. Mesmo que não chova
no Nabal haja sol na Eira, isto é, a eira tem de ser lugar exposto ao sol para
os seus fins. A eira era também lugar de encontro para o trabalho, para o
diálogo, funcionava muitas vezes como a sala de visitas da casa.
Daí
haver ainda topónimos como a Quinta da Eira, a Casa da Eira, a Casa da Eira
Longa. Havia também a eira de pedra, ou sobre penedos, assim como a eira Vedra.
Aparece mais tarde a eira de cimento.
O
espigueiro era o sequeiro, normalmente no alto sobre uma base ou colunas de
modo a evitar a subida de ratos da terra para não irem aos cereais.
Normalmente
era comprido, bem arejado por todos os lados e coberto para que não entrasse a
chuva, mas apenas o vento.
Havia
casas altas, com dois pisos que às vezes juntavam à casa o sequeiro.
Conheço
um exemplar deste género, mas tenho uma vaga ideia de que já vi outros casos
semelhantes, sobretudo na Galiza.
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