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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Os canecos, os cântaros e as canecas


Os canecos, os cântaros e as canecas

Ambos são recipientes, vasilhames diferentes das bilhas Os canecos são maiores e de madeira, podendo ser  de folha-de-flandres, de latão… E com asas aneladas.
As canecas são mais pequenas de vidro, de pirex, de plástico, de porcelana e podem ir ao forno, são resistentes ao calor e assim como se bebe um leite com café pela manhã bem quente, ou num dia de verão se pode beber algo muito frio.
 Estas vasilhas como os canecos são abertos por cima e com a base muito mais larga que a boca, precisamente para serem transportados os líquidos sobre os ombros.
Os canecos são normalmente de madeira, mais pesados e com aduelas ou ripas ajustadas com aros de ferro, ao modo dos pipos.
Também existem os cântaros, esses são de cerâmica e levam mais ou menos a mesma quantidade de líquido. São mais bojudos. Aqui estão de lado os canecos aferidos que trato noutro lugar.















As canecas podem levar 1 a 2 litros de vinho, disto ou daquilo que vão à mesa, vão ao forno e, normalmente, quando servem os líquidos quentes são repartidos por outras canecas mais pequenas como uma almoçadeira, uma malga de sopas de vinho, etc…
Para além destas vasilhas havia no meu tempo as chaleiras (cantarinhas - cântaras pequenas - com uma pega e bojudas), que eram de cerâmica e serviam para fazer chá, café, cevada e depois vinham para as pequenas canecas como a chávena do café. Em alguns sítios chamavam à chaleira, a “chocolateira” talvez por chocolate, pois aqueceria o chocolate. Também conhecida popularmente por “chicolateira”. As cantarinhas – canecas pequenas - eram as chaleiras que aqueciam a cevada ou o café a água encostadas aos potes devido aos desníveis das lareiras e havia as que tinham três pernas, outras só uma base rasa.
Hoje existem de muitos materiais e de asas, enquanto naquele tempo as mais pobres tinham apenas um torno ( que fazia de asa) do mesmo material.
O caneco e o cântaro são utilizados para ir à fonte, ao poço e carregar água para nas cozinhas haver água à disposição para beber, para cozinhar, para lavar e conforme os dias lá se carregavam 2 cântaros ou 2 canecos por duas ou três vezes ao dia.
Estes canecos ou cântaros eram colocados sobre as dalas, mesa de pedra normalmente para lavar as louças e potes ou panelas, os tachos, e com um ralo para lavar a água suja para a fossa ou para a estrumeira.
Quanto ao cântaro é conhecido o melhor provérbio: “O cântaro tantas vezes vai à fonte que algum dia deixa lá a asa” para dizer aos teimosos que não há teimosia que não tenha um fim, por exemplo. “ Chove a cântaros”
Também quanto ao caneco muitas vezes era usado como: “Olha, vai para o caneco”, “estava bêbado como um caneco”, “Foi uma noite que nem um caneco”.


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