Os canecos, os cântaros e as canecas
Ambos são recipientes, vasilhames
diferentes das bilhas Os canecos são maiores e de madeira, podendo ser de folha-de-flandres, de latão… E com asas aneladas.
As canecas são mais pequenas de
vidro, de pirex, de plástico, de porcelana e podem ir ao forno, são resistentes
ao calor e assim como se bebe um leite com café pela manhã bem quente, ou num
dia de verão se pode beber algo muito frio.
Estas vasilhas como os canecos são abertos por
cima e com a base muito mais larga que a boca, precisamente para serem
transportados os líquidos sobre os ombros.
Os canecos são normalmente de
madeira, mais pesados e com aduelas ou ripas ajustadas com aros de ferro, ao
modo dos pipos.
Também existem os cântaros, esses
são de cerâmica e levam mais ou menos a mesma quantidade de líquido. São mais
bojudos. Aqui estão de lado os canecos aferidos que trato noutro lugar.
As canecas podem levar 1 a 2
litros de vinho, disto ou daquilo que vão à mesa, vão ao forno e, normalmente,
quando servem os líquidos quentes são repartidos por outras canecas mais
pequenas como uma almoçadeira, uma malga de sopas de vinho, etc…
Para além destas vasilhas havia
no meu tempo as chaleiras (cantarinhas - cântaras pequenas - com uma pega e
bojudas), que eram de cerâmica e serviam para fazer chá, café, cevada e depois
vinham para as pequenas canecas como a chávena do café. Em alguns sítios
chamavam à chaleira, a “chocolateira” talvez por chocolate, pois aqueceria o
chocolate. Também conhecida popularmente por “chicolateira”. As cantarinhas –
canecas pequenas - eram as chaleiras que aqueciam a cevada ou o café a água
encostadas aos potes devido aos desníveis das lareiras e havia as que tinham
três pernas, outras só uma base rasa.
Hoje existem de muitos materiais e
de asas, enquanto naquele tempo as mais pobres tinham apenas um torno ( que
fazia de asa) do mesmo material.
O caneco e o cântaro são
utilizados para ir à fonte, ao poço e carregar água para nas cozinhas haver
água à disposição para beber, para cozinhar, para lavar e conforme os dias lá
se carregavam 2 cântaros ou 2 canecos por duas ou três vezes ao dia.
Estes canecos ou cântaros eram
colocados sobre as dalas, mesa de pedra normalmente para lavar as louças e
potes ou panelas, os tachos, e com um ralo para lavar a água suja para a fossa
ou para a estrumeira.
Quanto ao cântaro é conhecido o
melhor provérbio: “O cântaro tantas vezes vai à fonte que algum dia deixa lá a
asa” para dizer aos teimosos que não há teimosia que não tenha um fim, por
exemplo. “ Chove a cântaros”
Também quanto ao caneco muitas
vezes era usado como: “Olha, vai para o caneco”, “estava bêbado como um
caneco”, “Foi uma noite que nem um caneco”.
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