O Boné
O boné é um dos
chapéus mais famosos e modernos depois da boina (beha ou “beret”) e do gorro.
É geralmente de
tecido em malha, o mais antigo. Em França num museu está exposto um com mais de
2550 anos. É de gomos próximo à modelagem actual. Começou a ser usado por
açougueiro inglês por volta de 1800. No final do séc. XIX ele era o rei no
mundo desportivo, tornando-se popular nos Estados Unidos e com o andar dos
tempos ganhou maior utilidade e até a ser confeccionado em couro e nos meados
do séc.XX havia-os como hoje em todos os cortes e feitios, de todos os
materiais possíveis. Alguns até bordados foram e são. As cores diferentes
servia e serve para distinguir grupos e ao mesmo tempo para publicitar marcas,
fábricas, empresas, clubes, etc... São bonés promocionais que se usam e se vêem
quase todos os dias, seja para guardar a cabeça da chuva, seja para a guardar
do frio ou do sol.
Em Portugal as
fábricas mais conhecidas de chapéus finos era a de Tomar mas a mais antiga
seria a de Pombal, a Real Fábrica do Pombal e de Tomar, a de Lisboa e Portalegre.
Também existiam várias fábricas das boinas. Mesmo aqui em Viana da iniciativa
de espanhois que aqui casaram e na área desta Paróquia e da Meadela houve uma
fábrica dessas, como por exemplo a Fábrica da CEDEMI, ou esta junto da Fáfrica
das boinas.
No século XVIII
João Pedro Salabert era o maior negociante de fábricas de chapéus finos, isto
é, chapéus para a festa, para as honras dos nobres e das suas mulheres e
filhas.
Também existiam
os chapéus de palha de centeio e de artefactos de verga que vinha Camacha. Era
o chapéu do lavrador e dos jornaleiros.
As boinas terão
vindo antes do boné e depois dos gorros de tecido mais cumpridos a enfiar pela
cabeça até às orelhas, ou com umas abas abertas a apertar por baixo dos
queixos.
Nos finais do
século XX, as boinas estavam a cair em desuso enquanto o mercado dos bonés
estava a ficar fulgurante. A diferença entre uma boina e um boné é que o boné
tinha ou tem uma pala que tira o sol da testa, dos olhos ou faz sombra sobre o
rosto. Normalmente, a boina levava ao centro no exterior um carrapicho. No
entanto, a boina como o boné eram antigamente forrados no interior e levavam um
debrum, uma fita, em toda a volta.
Quanto ao modo
de trazer na cabeça a boina ou o boné depende do efeito que se queira tirar do
objecto ou da farda, da vestimenta que é utilizada, como, por exemplo, um
escuteiro usa a Boina com o seu distintivo da flor de liz e quando não a quiser
utilizar põe-na sobre o ombro do lado esquerdo, entre a camisa presa com uma
platina à camisa. Se o escuteiro estiver com agasalho, como por exemplo uma
camisola de lã, dobra a boina em duas partes e coloca-a por baixo do cinto do
uniforme, entre a fivela e o bolso do lado esquerdo.
Há o chapéu à
gaúcho, vago ou gaudério, que surgiu na Argentina produto da miscigenação indígena
com luso-brasileiros e espanhóis, à cowboy, abas materiais dobrados para cima e
afunilados para afrente chapéu tropeiro com aba larga e recta ou com a parte da
frente virada para baixo ou com copa alta formando 4 gomos, como “à escuteiro”
e o chapéu “missioneiro” de aba larga, com a parte da frente “quebrada” A copa
é baixa, redonda e achatada e com vinco. O chapéu à Escuteiro, também conhecido
por chapéu à bivaque, o chapéu Mexicano.
O que se diz
aqui sobre este assunto quanto a cobrir a cabeça é de uma forma geral, não há
muito mais que se pode dizer e outras que se possam descobrir.
A diferença dos
homens para as mulheres era pouca ou nenhuma; os materiais eram os mesmos,
apenas as formas e os adornos eram diferentes não só em relação à finalidade,
como à feminilidade que se impõe ao seu uso que difere de região para região.
Quando era
criança o rico usava sempre chapéu de feltro e o pobre recorria a chapéus mais fracos, assim como as
mulheres.
Na Igreja tudo
era igual em relação aos homens, pois em sinal de respeito nunca se entrava de
cabeça aberta em casa nenhuma e muito menos na Igreja. Ao passar em frente à
Igreja o homem que vinha do trabalho ou que por vários motivos tivessem de ali
passar tirava o chapéu, fosse chapéu diplomático. Fosse de serviço, com
respeito ao Santíssimo o Sacramento, ou, se no caminho passasse por umas
alminhas ou uma simples cruz fazia o mesmo, uma vénia e chapéu na mão.
A mulher, essa
era o contrário, se ela tinha de ter o cabelo coberto era na Igreja, também com
o mesmo propósito em sinal de respeito, pois os adornos femininos nos penteados
usados nos cabelos eram sempre um sinal de vaidade, de ostentação, de sedução,
etc… e tapar a cabeça cobria “essa vergonha toda” ou ostentação perante o
sagrado.
Não faltam
diversidades de bonés: um é usado pela GNR, outro pela PSP, outro carteiro do
tempo do carteiro, outro para isto ou para aquilo…São muitos para não falar dos
mais modernos usados com mais pala ou menos, para a publicidade duma coisa e de
outra, tão vulgar é hoje o chapéu como no neolítico gelado usavam os gorros…
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