AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

domingo, 10 de dezembro de 2017

Cristão, homem de risco


Cristão, homem de risco





Jesus foi um Homem de risco ao trazer uma boa nova de paz. Ele articulou um risco com dois aspectos, o conflito e a paz, num projecto de vida que o fez salvador da humanidade.
Na cruz de Jesus, encontramos a verdadeira e autêntica chave, segredo, mistério que não foi um mero acidente do seu caminhar, nem algo que casualmente lhe aconteceu, mas o desenlace de uma série de conflitos que ao longo de toda a sua vida terrena foram crescendo...
Não lhe faltaram conflitos com as autoridades judias, sobretudo com as sacerdotais, as farisaicas, com as normas romanas e até com a família.
A cruz foi o culminar de uma morte civil e estigmatizado como amigo dos pecadores e publicamos, possuído do demónio, como louco, sedutor do povo, subversivo da ordem pública, (Jesus Nazareno Rei dos Judeus).
Por outro lado o anúncio central de Jesus se formula quase sempre no Reino de Deus, como o Reino da paz. Foi assim que os discípulos enviados por Jesus anunciavam a “chegada do Reino de Deus ou a paz a esta casa” e aquilo que os caracterizava é que eram apontados como “os filhos da paz”.
A paz de Jesus não era uma tranquilidade cómoda para os poderosos.
O risco da vida de Jesus é um elemento central como proclamação de paz no seio de uma sociedade conflituosa e injusta. É, portanto, de Cristo que nasce o núcleo de uma forma nova de viver o conflito social.
O que se faz discípulo de Jesus, o cristão assumido, nunca poderá renunciar à justiça no reconhecimento da dignidade e desigualdade de cada homem, pois ele é a base imprescindível para a paz, mas não basta; uma paz farisaica seria desumana: A letra mata e o espírito vivifica!
Para além disso no meio do conflito tem de haver sempre o objectivo da reconciliação, como o diálogo, o reencontro entre as pessoas, ou a pessoa em si mesma.
A não-violência ou a renúncia à vingança supõe uma grande confiança em Deus e na sua justiça, uma fonte de comportamentos de superior qualidade ética, como diz São Paulo aos Romanos (em 12. 14-21).
Isto significa auto controlo, fé, confiança divina, esperança e amor. Perdoar e amar os inimigos, desenvolver esta mesma ideia cujo o espírito o poderemos entender apenas integrado no ideal do Sermão dos Bem-Aventurados. Este é o amor desinteressado, o mais gratuito, aquele que nos faz mais filhos de Deus, nos identifica mais com Cristo, seu divino filho, Jesus.
Aqui nascerá a grande autoridade moral da Igreja para poder fazer propostas evangélicas do perdão e arrastar os outros.
Jesus não fez uma proposta política ao contrário do que alguns procuram insinuar. É uma proposta completamente nova e inovadora!
Deus não faz acepção de pessoas segundo S. Paulo, desde que haja temor a Deus e pratique a justiça, Ele com nada lhe faltará. Jesus Cristo é a nossa paz, continua S. Paulo, e fez-nos família de Deus. Há que “edificar a comunidade” onde estamos inseridos, por isso, desenvolve também S. Paulo muito a doutrina do Corpo Místico de Cristo em que Cristo é a cabeça e nós os seus membros.
Construir a paz é construir a família igreja doméstica, é construir a comunidade de comunidades ligadas ao seu Bispo e ao Papa.
Este é o contraste pelo que a mensagem de Cristo é uma mensagem de risco não porque seja política, mas porque é vivencial e nasce do coração das pessoas que são um todo com Cristo que deve aspirar ao enriquecimento espiritual, material e culturalmente tanto no aspecto individual como social.
A mensagem é para todo o povo de Deus e não para criar proselitismos sejam de que cariz for.
Talvez alguns movimentos da Igreja hoje queiram chamar a si toda a atenção, como sendo os únicos válidos, os únicos detentores da razão esquecendo a liberdade que é outro dom de Deus ao homem, tanto para o bem como para o mal, mas que o responsabiliza e o compromete.

Todo o homem que se preze de ser cristão tem de ser uma pessoa de risco, mas tem uma certeza, é que nunca está só. Cristo está com ele e, se os outros fizeram a mesma comunhão da co-responsabilidade eclesial, então sairá sempre vitorioso como o Mestre que venceu a própria morte, ressuscitando.

Sem comentários: