Ferro de PASSAR A FERRO
Esta arte de passar a ferro não é nova, mas já no séc. IV começou
haver artefactos que faziam o lugar do ferro de passar roupa a minha infância.
Na aldeia engomar era passar a ferro e quando se queria que as peças
ficassem mais incorporadas ou endurecias, então, era comprada goma na drogaria
e passava-se com um pano molhado em água de goma e passava o “ferro de
engomar”.
Desde chapa de ferro aquecido, ao ferro a carvão, o percursor do ferro
a vapor, houve sempre evolução e contínua. O ferro era primeiramente uma chapa
de ferro fundido com bastante espessura 2/3 cm de altura aquecido directamente
no fogo para aquecer, poder exercer o seu ofício, com a pressão de passar sobre
a roupa.
Na minha infância usava-se o ferro a carvão. Na casa dos meus avós
maternos usava-se um modelo, e na casa dos meus avós paterno, outro modelo, mas,
trabalhar com um ou com outro, era indiferente.
Andava na quarta classe e depois no seminário quem passava a minha
roupa era eu.
Gostava das calças bem vincadas, dos colarinhos e dos punhos das
camisas bem engomados assim como dos “lenços das mãos” dobradinhos, depois de
passar a ferro ….Vincava as dobragens com o ferro.
O ferro que conheci melhor é aquele que mostro em fotografia.
Era uma caixa de ferro fundido ou alguma liga similar aquecida com
carvão ou brasas lá dentro.
Então essa caixa vista por trás tinha uma figura quadrangular
(trapezoidal) e tinha uma perfuração por onde podiam ser sopradas as brasas, ou
melhor, por onde entrava o ar que faz incandescência das mesmas. Teria uns 15
por 15cm e a perfuração cerca de pouco mais de 3 cm de diâmetro com uma roldana
do mesmo ferro que rodava sobre um eixo que lhe ficava pela parte superior e
fazia de porta para entrar o ar ou para fechar e deixar apagar as brasas.
Esta caixa sempre em comprimento de cerca de 25cms e os lados laterais
em forma arredondados terminando em bico, levantaria depois em forma de
garganta e a tampa que tem a sua base onde roda sobre a traseira do aparelho
que levantava e fechava a garganta do volume maior dando lugar ao pescoço e a
uma boca que faz de chaminé. Esta tampa serve para manter as brasas e o carvão
quente.
No interior, para andar com o ferro sempre quente é colocado sobre um
estrado de grelha com a configuração do corpo do ferro de engomar para dar
lugar às cinzas das respetivas brasas.
Entre o pescoço do ferro e as
brasas nas traseiras do ferro há uma pega, uma asa em madeira para o ferro
poder ser manuseado sobre a roupa. Outra peça de madeira existe torno ou no
eixo, como um freio, que prende a parte de baixo com a parte de cima, na boca
(garganta e ou pescoço).
Para além disso é claro que um aparelho destes tinha de ter um lugar
próprio para o pôr em descanso mesmo muito quente. Era uma grelha maior e
semelhante à forma exterior do ferro de engomar e esta grelha também tinha na
base traseira um pau torneado para que o engomador não se queimasse ou poder
mudar de lugar o suporte ou o local de descanso do ferro.
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