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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

A talha do azeite

A talha do azeite

Uma espécie de ânfora romana com base.
Primeiramente surgiram de barro, depois em barro vidrado.
Eram essas as antigas ânforas romanas. O vidrado já apareceu com os romanos, muito frágil, hoje duradouro, muito mais duradouro!










As talhas passaram, como tudo, a ser feitas de folha-de-flandres. Não tenho uma fotografia porque na minha terra, ou no meu tempo, o azeite guardava-se religiosamente nas referidas talhas.
Eu digo religiosamente de propósito porque era o azeite que alumiava o Senhor no Sacrário e daí um certo mito em relação ao azeite sempre tratado com devoção não só porque ia à mesa e alimentava, como alumiava pelos caminhos da aldeia em lanternas próprias, espécie de candeias de azeite, como também e, sobretudo, alumiava o Senhor na igreja e até se oferecia como o melhor Dom, o fruto dourado da azeitona que praticamente não tinha preço.
Normalmente o lavrador que sabia do que precisava de consumir no ano, tratava de ser poupadinho à espera do Natal e na passagem de ano é que aí o azeite era gasto com abundancia sobre o bacalhau, as couves, as batatas, cozido com cebola. Muito dos segredos ainda hoje na restauração estão na preparação e no uso do azeite em muitos pratos.

Normalmente uma das talhas de azeite era reservado à conservação através do azeite alguns produtos alimentares como o chouriço… Pois não havendo frigoríficos e nem se pensando neles o povo procurava a conservação no sal, no azeite, no fumo, em especiarias como a pimenta, colorau, e vinho, ou, no caso das lampreias enterradas do chau a uma profundidade razoável abrigado do sol e da chuva, em azeite ou água.


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