A talha do azeite
Uma espécie de
ânfora romana com base.
Primeiramente
surgiram de barro, depois em barro vidrado.
Eram essas as antigas
ânforas romanas. O vidrado já apareceu com os romanos, muito frágil, hoje
duradouro, muito mais duradouro!
As talhas passaram,
como tudo, a ser feitas de folha-de-flandres. Não tenho uma fotografia porque
na minha terra, ou no meu tempo, o azeite guardava-se religiosamente nas
referidas talhas.
Eu digo
religiosamente de propósito porque era o azeite que alumiava o Senhor no
Sacrário e daí um certo mito em relação ao azeite sempre tratado com devoção
não só porque ia à mesa e alimentava, como alumiava pelos caminhos da aldeia em
lanternas próprias, espécie de candeias de azeite, como também e, sobretudo,
alumiava o Senhor na igreja e até se oferecia como o melhor Dom, o fruto
dourado da azeitona que praticamente não tinha preço.
Normalmente o
lavrador que sabia do que precisava de consumir no ano, tratava de ser poupadinho
à espera do Natal e na passagem de ano é que aí o azeite era gasto com
abundancia sobre o bacalhau, as couves, as batatas, cozido com cebola. Muito
dos segredos ainda hoje na restauração estão na preparação e no uso do azeite
em muitos pratos.
Normalmente uma das
talhas de azeite era reservado à conservação através do azeite alguns produtos
alimentares como o chouriço… Pois não havendo frigoríficos e nem se pensando
neles o povo procurava a conservação no sal, no azeite, no fumo, em especiarias
como a pimenta, colorau, e vinho, ou, no caso das lampreias enterradas do chau
a uma profundidade razoável abrigado do sol e da chuva, em azeite ou água.
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